Pesquisar este blog

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

O CRIME ORGANIZADO NO BRASIL MATOU MAIS UM!

O delegado Ruy Ferraz Fontes sabia que estava jurado de morte. Não sabia quando, mas a execução aconteceu na segunda-feira, 15, quando foi morto a tiros de fuzil na Praia Grande (SP), onde morava após se aposentar e assumir cargo na prefeitura. Ruy tinha uma longa trajetória no enfrentamento ao crime organizado. Nos anos 1990, atuou contra quadrilhas de assalto a banco e foi um dos primeiros a perceber que o PCC havia expandido sua influência para além dos presídios, estruturando-se como rede criminosa. Chegou ao cargo máximo da Polícia Civil de São Paulo, o de delegado-geral. Ficou conhecido por investigações contra a cúpula do PCC e pela firmeza com que alertava, inclusive à imprensa, sobre os riscos da facção, o que o tornou ainda mais visado. Poucas semanas antes da morte, declarou à rádio CBN que vivia sem escolta, sozinho em área dominada pelo PCC. Chamou sua própria situação de “morte anunciada”. O promotor Lincoln Gakiya, também jurado de morte, já havia alertado sobre o risco. Após o assassinato, afirmou que a participação do crime organizado é evidente e criticou a falta de proteção a quem combateu a criminalidade por mais de 40 anos.

Ruy havia conduzido operações contra Marcola, chefe do PCC. Foi morto dentro do carro, sem blindagem, em uma emboscada precisa: mais de dez disparos de fuzil, executados com frieza, revelam planejamento e ousadia. Casos semelhantes já ocorreram. Em 2003, o juiz Machado Dias, corregedor de presídios, foi morto em Presidente Prudente. Em 2005, José Ismael Pedrosa, ex-diretor do Carandiru, foi executado em Taubaté. Em agosto, o promotor Amauri Silveira Filho, de Campinas, teve a morte encomendada pelo PCC, mas o plano foi descoberto a tempo. Ele segue atuando no Gaeco. O Brasil repete o roteiro de países como Colômbia e México, onde autoridades e jornalistas foram alvos do crime organizado. E resta a pergunta: quem protege quem nos protege? 

Nenhum comentário:

Postar um comentário