O Departamento de Justiça dos EUA acusou formalmente, na quinta-feira (25), o ex-diretor do FBI James Comey por falso testemunho e obstrução. Ele pode pegar até cinco anos de prisão. A denúncia é vista como parte da campanha do presidente Donald Trump para retaliar críticos e ex-investigadores de seu governo. Comey afirmou em vídeo no Instagram que é inocente e tem fé no sistema judicial. Ele apresentou-se às autoridades ontem, 26. Trump, por sua vez, disse que o ex-chefe do FBI é “corrupto” e agora começa a ser responsabilizado. Trump e Comey têm histórico conturbado desde 2017, quando o presidente o demitiu após ele confirmar investigações sobre conexões da campanha republicana com a Rússia. Desde então, Comey se tornou um dos principais críticos de Trump, dizendo que ele era “moralmente inapto” para governar. O indiciamento tem origem em depoimento prestado por Comey em 2020 ao Senado, quando negou ter autorizado vazamentos de informações. Segundo a imprensa, Trump pressionou a procuradora-geral Pam Bondi a acelerar acusações contra Comey e outros adversários políticos. Bondi não citou nomes, mas disse que “ninguém está acima da lei”. O caso gerou tensões internas no Departamento de Justiça. O procurador Erik Siebert renunciou após questionar a solidez das provas, e outros promotores também expressaram dúvidas.
A nova responsável, Lindsey Halligan, foi assessora da Casa Branca e advogada pessoal de Trump. A demissão de Comey em 2017 levou à nomeação de Robert Mueller como procurador especial para investigar a interferência russa. O relatório de Mueller apontou contatos entre campanha e autoridades russas, mas não associação criminosa. Trump sempre chamou a apuração de “caça às bruxas” e tentou desacreditar agências de inteligência. Em 2019, órgão de fiscalização interno criticou erros na investigação, mas descartou viés político. Republicanos sustentam que a investigação do FBI visava enfraquecer o governo Trump. Comey também foi criticado por ter pedido a um amigo que entregasse memorandos ao New York Times sobre encontros com Trump. Na época, o Departamento de Justiça decidiu não acusá-lo. Agora, com Trump de volta à Casa Branca, o caso foi retomado com novo peso político.
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