Pesquisar este blog

terça-feira, 30 de setembro de 2025

EX-PREMIÊ BRITÂNICO PODERÁ GOVERNAR GAZA

Três décadas, cinco presidentes americanos e muitos diplomatas passaram desde que Tony Blair, então premiê britânico, começou a lidar com o conflito israelense-palestino em 1997. Agora, aos 72 anos, ele ressurge como peça-chave nos planos para Gaza. Blair participa de um projeto pós-guerra adotado por Donald Trump e discutido com Binyamin Netanyahu, que prevê um “organismo internacional” transitório para governar Gaza. A Autoridade Transitória Internacional reuniria especialistas da ONU, representantes palestinos e árabes, além de administradores locais. Blair pode ser escolhido como líder do organismo, coordenando os Estados árabes que financiarão a reconstrução. A ideia, porém, causa resistência entre palestinos, que lembram de seu papel na Guerra do Iraque e seu alinhamento a Israel. Sua volta ao centro das negociações marca mais um capítulo de sua longa ligação com o Oriente Médio, onde atuou como premiê, enviado da ONU, consultor e mediador. Para o ex-premiê israelense Ehud Barak, “é como se ele nunca tivesse saído”.

Pragmático e confiante, Blair tem trânsito com líderes como Trump e Netanyahu, o que, segundo apoiadores, pode ajudar a impor concessões aos israelenses. Já entre palestinos, sua reputação é negativa, associada à invasão do Iraque e ao colonialismo britânico. Mustafa Barghouti afirma que Blair é lembrado pela guerra de 2003. Mahmoud Habbash, conselheiro de Mahmoud Abbas, rejeita a proposta: “O único lado capaz de administrar Gaza é um governo palestino”. Apesar disso, autoridades israelenses dizem que as ideias ganharam força no círculo de Netanyahu. Blair também mantém contato com Jared Kushner e líderes árabes do Golfo. O ponto de maior impasse segue sendo o papel da Autoridade Palestina. Netanyahu rejeita sua presença em Gaza, enquanto Abbas recusa qualquer autoridade externa. O plano de Blair prevê transferir o poder, no futuro, a uma Autoridade Palestina reformada. Mesmo criticado, Blair segue ativo: seu instituto continua operando na região. Para seu biógrafo John Rentoul, ele não desistiu da ideia de resolver problemas que outros não conseguiram.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário