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domingo, 28 de setembro de 2025

BRASIL SOBERANO CONTRA CHANTAGEM DE TRUMP

Os Estados Unidos sancionaram a “rede de apoio do juiz Alexandre de Moraes”, do STF, no episódio mais recente de interferência do governo Donald Trump em processos judiciais estrangeiros. 
As medidas são resposta ao que Washington chama de “perseguição” contra Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo STF a 27 anos por tentativa de golpe. Trump acusa o tribunal brasileiro de promover uma “caça às bruxas” e impôs tarifas de 50% sobre produtos, revogou vistos e aplicou sanções pela Lei Magnitsky contra Moraes e familiares e outros magistrados. Especialistas afirmam que a severidade das ações contra o Brasil é inédita, pois em outros países, como França, Israel e Colômbia, as críticas americanas foram apenas verbais. Carothers, do Carnegie Endowment, avalia que os EUA estão “punindo juízes em uma democracia aliada”, algo incomum. Nesta semana, Trump incluiu a esposa de Moraes e a empresa da família na lista da Lei Magnitsky, além de revogar vistos de sete autoridades brasileiras. O Itamaraty reagiu com “profunda indignação”, classificando as medidas como interferência indevida. Enquanto isso, Eduardo Bolsonaro mudou-se para os EUA para articular pressões pela absolvição do pai. Trump também defende Bolsonaro em sua rede social, comparando sua situação à própria. O republicano já usou o mesmo tom ao criticar condenações de Marine Le Pen na França, de Netanyahu em Israel e de Uribe na Colômbia. Em todos os casos, descreveu processos como perseguições políticas.

O secretário de Estado, Marco Rubio, chegou a acusar juízes colombianos de “instrumentalização do Judiciário”. Até o Reino Unido foi alvo de críticas por processos contra ativistas, atitude considerada incomum. Segundo especialistas, as ações de Trump rompem convenções diplomáticas ao atacar sistemas judiciais de democracias amigas. Todd Belt, da George Washington University, diz que, embora pareça defesa de aliados, “no fundo tudo se resume a Trump”. Ele usa esses episódios para reforçar a narrativa de que a direita global é vítima de um “Estado paralelo”. A estratégia também legitima, no plano internacional, seus ataques ao Judiciário dos EUA. Apesar disso, não houve impacto nas decisões judiciais dos países criticados. Carothers observa que tais intervenções não mudaram processos em andamento. Mas servem como aviso de que decisões judiciais podem desagradar Washington. Belt afirma que a intenção pode ser apenas gerar incerteza, algo central no estilo de Trump. Para ele, o presidente governa de modo semelhante à forma como conduz negócios: criando confusão. 



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