A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) suspendeu ontem, 26, suas atividades na Cidade de Gaza, após centros da organização ficarem cercados por tropas israelenses durante ofensiva militar. Segundo a MSF, a decisão foi inevitável, embora afete gravemente pacientes vulneráveis, como bebês em cuidados neonatais e feridos graves. Na última semana, a ONG realizou mais de 3.600 consultas e atendeu 1.655 pacientes desnutridos. A entidade pede o fim imediato da violência e acesso seguro para trabalhadores humanitários. Apesar da suspensão, seguirá apoiando hospitais locais como Al-Helou e Al-Shifa, enquanto permanecerem operacionais, e continuará atuando no sul e centro de Gaza. Israel intensificou ataques na cidade e disse ter atingido 140 alvos em 24 horas; 22 palestinos morreram nesta sexta, 11 deles em Gaza. A MSF afirma que tanques avançaram a menos de 1 km de suas unidades, criando risco inaceitável à equipe. Denuncia ainda a falta de água, comida e abrigo para civis submetidos a bombardeios constantes. Segundo Israel, 700 mil pessoas já deixaram Gaza desde agosto; a ONU calcula 388,4 mil deslocados. As ofensivas desde outubro de 2023 já causaram mais de 65 mil mortes, a maioria civis, segundo autoridades locais. Ex-comandante israelense Herzi Halevi estima mais de 200 mil mortos ou feridos, cerca de 10% da população. Em dezembro, a MSF acusou Israel de promover limpeza étnica e genocídio em Gaza.
A AfD, partido de extrema direita da Alemanha, será despejada de sua sede em Berlim, mas comemorou a decisão judicial como vitória, já que poderá permanecer até o fim de 2026. "Um grande dia para o meu partido", disse Kay Gottschalk, deputado que representou a sigla no Tribunal Regional. Segundo o juiz Burkhard Niebisch, a AfD violou o contrato ao promover uma festa em fevereiro, após conquistar 20% dos votos nas eleições, seu melhor resultado em 90 anos. O sucesso foi comparado ao crescimento da extrema direita na Europa, e a legenda projeta eleger o premiê em 2029. A celebração não autorizada levou o proprietário, o austríaco Lukas Hufnagl, a pedir o despejo. A AfD usou o processo para reforçar sua narrativa de perseguição política, já que é isolada no Parlamento pelo “Brandmauer”. O juiz entendeu, porém, que não houve advertência prévia, o que impediu o despejo imediato. Assim, a sigla continuará no prédio de Reinickendorf até o fim de 2026, em vez de 2027, como previa o contrato. Gottschalk disse que o partido cogita mudar para um escritório mais próximo do Bundestag. A compra de um imóvel não está descartada, pois muitas empresas recusam alugar para a AfD. Durante o processo, o proprietário acusou dois membros do partido de ameaças e extorsão. O Ministério Público decidirá se abre investigação contra os políticos.
A presidente nacional do PSOL, Paula Coradi, teve o visto americano cancelado pelo governo de Donald Trump. A decisão foi comunicada pelo consulado dos EUA em São Paulo, sem detalhar os motivos. O órgão alegou a seção 221(i) da Lei de Imigração e Nacionalidade, que permite revogar vistos já emitidos, e deu prazo para defesa. Coradi respondeu dizendo ter sido surpreendida, negou antecedentes criminais e pediu fundamentação da medida. O consulado, porém, manteve o cancelamento, afirmando que a resposta não comprovou sua elegibilidade. Ela havia obtido o visto em 2018 e, após perder o passaporte, solicitou outro em 2025, viajando a Chicago em agosto. Um mês depois, recebeu a notificação de cancelamento. Coradi atribui a causa da decisão por motivações políticas contra o PSOL. Afirma que não é um ataque pessoal, mas ao partido e à defesa da soberania. Ela teme prejuízos em agendas internacionais, mas diz não ter interesse turístico nos EUA. Para voltar a ter visto, terá de iniciar novo processo. O consulado avisou que não responderá a novos pedidos de revisão. Desde Trump, os EUA já cancelaram vistos de ministros do STF, da Justiça e da Saúde.
MADURO QUER APROXIMAÇÃO COM TRUMP
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, ofereceu ajuda ao governo de Donald Trump para capturar líderes do cartel Tren de Aragua, após os EUA mobilizarem militares contra supostos narcotraficantes no Caribe. A proposta faz parte da tentativa de reabrir diálogo com Washington, que concentrou tropas perto da Venezuela e já destruiu barcos de criminosos. Maduro disse poder localizar chefes da gangue, que atua em vários países e virou prioridade para Trump. Ele entregou uma carta ao enviado Ric Grenell pedindo conversa direta com o presidente americano e negando que Caracas exporte drogas ilegais. Na mensagem, defendeu “paz com diálogo construtivo”. O Ministério da Informação e Grenell não comentaram; este último confirmou contatos com a equipe de Maduro. A Casa Branca reagiu chamando o regime de “cartel narcoterrorista” e reafirmou a política de “pressão máxima”. O Tren de Aragua se expandiu até Canadá e Chile, praticando extorsão, tráfico, sequestros e mineração ilegal. Alguns líderes estariam fora da Venezuela, e a Constituição local proíbe extradição de cidadãos. Trump já prendeu supostos membros do grupo nos EUA, enviando-os a El Salvador.
Nos últimos ataques, 14 pessoas morreram em embarcações ligadas ao tráfico. Apesar das tensões, Maduro mantém voos de deportação e a Chevron segue autorizada a exportar petróleo venezuelano.
POLÍCIA PRENDE PROFESSOR E ADVOGADO
A Polícia Civil prendeu nesta sexta-feira (26) o professor de Direito e advogado Conrado Paulino da Rosa, em Porto Alegre, suspeito de crimes sexuais e violência psicológica contra mulheres entre 2013 e 2025. Ele foi detido em casa, e detalhes do caso serão divulgados em coletiva. Pelo menos 12 mulheres registraram ocorrência e prestaram depoimento, quatro delas em entrevista à RBS TV. A investigação aponta relatos semelhantes, que incluem estupros, agressões durante relações sexuais e violência psicológica. As vítimas passarão por perícia psicológica, e a delegada Fernanda Campos Hablich conduz o inquérito. A Justiça já havia imposto cautelares, como tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno e proibição de contato com vítimas. Ele também estava impedido de lecionar, participar de congressos e deixar Porto Alegre. A OAB/RS abriu processo ético-disciplinar para apuração dos fatos. A advogada das mulheres afirma que medidas protetivas já foram concedidas. Conrado foi demitido da Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP) no dia 18. Na instituição, lecionava na graduação e mestrado e coordenava a pós-graduação em Direito de Família. Ele também presidiu o IBDFAM-RS e é autor de 18 obras jurídicas.
Salvador, 27 de setembro de 2025.
Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.
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