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sexta-feira, 26 de setembro de 2025

RADAR JUDICIAL

DESLOCADOS REFUGIAM EM CEMITÉRIO -
Três crianças brincam entre túmulos de um cemitério em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, onde dezenas de deslocados se refugiaram. 
Sem condições de pagar terrenos, famílias montam tendas entre o deserto e o cemitério. 
Randa Musleh, mãe de 11 filhos, relata que pequenos lotes podem custar US$ 300 por mês, valor impossível para muitos. 
Ela fugiu do norte após bombardeios e agora enfrenta sede, calor e risco de animais peçonhentos. 
A ONU estima que mais de 388 mil palestinos abandonaram o norte desde agosto. 
Israel fala em 700 mil fugindo da Cidade de Gaza, alvo de ofensiva contra o Hamas. 
Com a alta demanda, transporte e alojamento chegam a custar mais de US$ 3 mil. 
Muitos, sem recursos, caminham longas distâncias até achar espaço para acampar. 
A escassez de água obriga crianças a percorrer quilômetros diariamente. 
Moradores relatam viver “entre os mortos”, em meio ao cemitério. 
Israel enfrenta processo na Corte Internacional por genocídio, mas nega a acusação. 
A guerra já deixou mais de 64 mil mortos em Gaza, segundo autoridades locais.

CHINA CRITICA ONU

O primeiro-ministro da China, Li Qiang, criticou na ONU a “lei do mais forte” e disse que o mundo vive um novo período de turbulência. Afirmou que apenas o verdadeiro multilateralismo pode proteger os interesses de todos os países. Em recado aos EUA, condenou tarifas, unilateralismo e a “mentalidade de Guerra Fria”. Segundo ele, medidas protecionistas prejudicam a economia global e fragilizam a ordem internacional. Li discursou em nome de Xi Jinping, que raramente comparece às Assembleias. Defendeu cooperação climática, implementação do Acordo de Paris e economia verde. Sobre a Ucrânia, reiterou neutralidade e defesa do diálogo, sem condenar ataques russos. China e Brasil chegaram a propor consenso com seis pontos pela solução política da guerra. No conflito Israel-Hamas, Pequim apoia cessar-fogo e a criação de dois Estados. O regime pede ajuda humanitária e proteção de civis. Li também criticou o protecionismo americano em discurso na Iniciativa de Desenvolvimento Global. O pronunciamento antecede encontro previsto entre Xi e Donald Trump na cúpula da Apec.

TRUMP AUMENTA VISTO DE US$ 10 MIL PARA US$ 100 MIL

Com um decreto, Donald Trump mudou os planos de milhares de brasileiros especializados que sonhavam trabalhar nos EUA. O presidente fixou taxa de US$ 100 mil para o visto H-1B, antes em torno de US$ 10 mil. O H-1B, criado em 1990, atende empresas que precisam de mão de obra qualificada em áreas como tecnologia, saúde e finanças. O país oferece 85 mil vagas anuais, definidas por sorteio, e o visto vale por três anos, renováveis. Em 2024, brasileiros tiveram 2.641 aprovações, nono maior número global. A mudança fez crescer a procura por alternativas em países como Emirados Árabes e China. Especialistas alertam que a taxa dificulta contratações e gera incerteza para profissionais já detentores do visto. O governo esclareceu que a cobrança vale só para novas aplicações, não para extensões. Ainda não está claro como serão aplicadas eventuais isenções por interesse nacional. Empresas devem recorrer a vistos alternativos, como O-1, L-1 e EB-2 NIW, para manter talentos. O EB-1 atende profissionais de destaque e executivos internacionais, com processamento mais rápido. Já o IEP pode beneficiar empreendedores de start-ups com investimento relevante nos EUA.

DEPUTADOS X SENADORES 

Deputados cobram de Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, reação firme à derrubada da PEC da Blindagem pelo Senado, vista como quebra de acordo. A falta de resposta pode abalar sua liderança. A proposta, aprovada na Câmara com 353 votos, previa autorização do Congresso para processos contra parlamentares. Motta articulou pessoalmente a aprovação e disse ter acordo com Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). No entanto, Alcolumbre enviou o texto à CCJ, onde foi rejeitado por unanimidade. Interlocutores do Senado negam qualquer pacto. A rejeição causou desgaste a deputados, alvo de críticas e manifestações. Parte dos parlamentares pediram desculpas. Deputados acusam senadores de posarem de “bons-moços” e cobram defesa de Motta. O episódio fragilizou sua autoridade e gerou desconfiança sobre futuros acordos. Líderes defendem reuniões conjuntas Câmara-Senado para evitar crises. Nos bastidores, há pressão por retaliação a projetos de interesse dos senadores. Deputados também prometem insistir na quebra de sigilo sobre visitas de lobista ao Senado. Aliados dizem que, se houve acordo, Motta deve revelá-lo; ele nega traição. A relação entre Motta e Alcolumbre ficou estremecida, apesar de encontros recentes. Há receio de que até o projeto de redução de penas aos golpistas seja aprovado na Câmara e engavetado no Senado.

MILEI APOIA ISRAEL

O presidente da Argentina, Javier Milei, reuniu-se em Nova York com o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, em encontro de menos de uma hora. Ambos reforçaram a aliança política entre seus países e discutiram a situação dos reféns sequestrados pelo Hamas. Milei ofereceu-se para cooperar com Israel na libertação dos reféns. Netanyahu é considerado um dos principais parceiros internacionais de Milei. Desde o início do mandato, o argentino já visitou Israel em várias ocasiões. Na Assembleia da ONU, Milei apoiou o governo de direita israelense, diferindo de líderes vizinhos. Sem citar Gaza, reforçou solidariedade ao país em meio às tensões. “Condeno as expressões de violência fundamentalista que ainda existem e se espalham”, afirmou. Recordou os atentados contra a embaixada israelense e a Amia na Argentina. Após o encontro, Milei participou de cerimônia da organização judaica B’nai B’rith. O evento ocorreu na quarta-feira (24), em Nova York. Na sequência, o presidente retornou a Buenos Aires.

Salvador, 26 de setembro de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.



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