"BRASIL JOGOU O JUIZ NO LIXO"
O juiz federal aposentado Odilon de Oliveira, famoso por enfrentar o crime organizado na fronteira com o Paraguai, perdeu a escolta policial após 20 anos sob proteção. Responsável pela prisão de traficantes, como Fernandinho Beira-Mar, ele foi jurado de morte por facções e vive sob risco desde 1998. Sua segurança 24h foi suspensa em 2019, após a aposentadoria. Oliveira afirma ter implorado ao CNJ por proteção e critica o abandono: “O Brasil joga o juiz no lixo”. Ele entrou na Justiça pedindo escolta limitada para atividades externas, apresentando provas de ameaças e até um atentado sofrido em Ponta Porã. A situação ganha peso após o assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, o terceiro servidor morto em 22 anos por combater facções em SP. Oliveira construiu carreira em Ponta Porã, área estratégica do narcotráfico, e foi alvo constante de planos de execução. Hoje, dois projetos de lei no Congresso propõem proteção a servidores que enfrentam o crime organizado, incluindo após a aposentadoria.

MINISTRO CANCELA VIAGEM POR IMPOSIÇÃO DE TRUMPO ministro da Saúde, Alexandre Padilha, cancelou sua participação na comitiva brasileira que viaja no próximo domingo, 22, a Nova York para a Assembleia Geral da ONU, após restrições impostas pelos EUA. Padilha recebeu visto diplomático limitado, autorizado apenas para circular em Nova York, com restrições até dentro de Manhattan. As medidas seguem protocolos de segurança aplicados a países considerados hostis ou não cooperativos. Com isso, o ministro não participará das atividades da delegação liderada por Lula e também cancelou viagem a Washington, onde teria reunião com a OPAS. O caso marca a primeira baixa na comitiva presidencial brasileira. Restrições semelhantes já foram impostas a autoridades do Irã, Rússia, China, Coreia do Norte, Cuba e Venezuela. O governo brasileiro acionou a ONU para contestar as restrições. Segundo o chanceler Mauro Vieira, o Brasil já contatou o secretário-geral António Guterres. Também buscou a presidente da Assembleia Geral, Annalena Baerbock. O objetivo é relatar o episódio e pedir intervenção internacional.
ADVOGADO É ENCONTRADO MORTO
O corpo do advogado Juan Danker Rocha Faria, de 27 anos, desaparecido desde segunda-feira (15), foi encontrado ontem, 19, em Goiânia, segundo o delegado Pedromar Souza. Juan havia saído para imprimir documentos e não retornou. A causa da morte ainda será investigada. O corpo foi localizado no Parque Industrial João Brás, na capital. A OAB-GO lamentou a morte em nota oficial. Segundo a família, Juan era solteiro, sem filhos, morava com a mãe e ajudava a irmã em recuperação de cirurgia. Ele atuava na área criminalista em Anápolis há cerca de quatro anos. No dia do desaparecimento, saiu de bermuda, chinelo, levando celular e carteira da OAB. A família registrou boletim de ocorrência no dia 16. A polícia investigava a hipótese de saída voluntária devido ao histórico de depressão do advogado.
EXTINTOS MAIS DE 44,5 CARGOS PÚBLICOS
A ministra da Gestão, Esther Dweck, anunciou na sexta-feira, 19, que o governo eliminou, entre 2023 e 2025, mais de 44,5 mil cargos públicos considerados obsoletos. Segundo ela, muitos foram criados na década de 1970 e perderam sentido. Foram extintos postos como datilógrafo, ascensorista, motorista e auxiliar de enfermagem, funções já ultrapassadas diante das novas demandas da administração pública. Outros 21,6 mil cargos ainda ocupados na educação também devem ser extintos. Eles passarão por reestruturação, tornando-se funções mais amplas, com atribuições menos específicas e maior adaptabilidade. Conforme forem vagando, esses cargos serão convertidos em posições genéricas, permitindo maior flexibilidade ao serviço público. A ministra destacou que, nos últimos anos, houve redução líquida de mais de 70 mil servidores federais, já que os desligamentos superaram as admissões. O governo Lula prevê contratar cerca de 20 mil servidores até 2026, em áreas estratégicas. Esther reforçou que a transformação digital reduz a necessidade de pessoal, mas não elimina concursos — apenas diminui os quantitativos em relação às saídas.
EMPREGADOS OBRIGADOS A ORAR
A 2ª Turma do TRT-18 (GO) decidiu que obrigar empregados a orar viola a liberdade de crença e gera indenização. Uma bancária relatou que sua gerente impunha rezas, inclusive em reuniões antecipadas fora do expediente. Durante o trabalho, músicas religiosas eram tocadas sob pretexto de “alegrar o ambiente”. A gerente ainda sugeria jejuns como forma de alcançar metas. Essas metas eram cobradas em grupo de WhatsApp, com ranking que constrangia funcionários. A equipe também era pressionada a divulgar resultados nas redes sociais e marcar o banco. A trabalhadora afirmou ter recebido promessa de promoção não cumprida. O banco foi condenado em 1ª instância e recorreu. Testemunhas confirmaram as práticas abusivas. A relatora concluiu que o ambiente era hostil e controlado, legitimando a condenação.
Santana, 20 de setembro de 2025.
Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.
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