Pesquisar este blog

sábado, 20 de setembro de 2025

LÍDER DO SIONISMO: "O MÁXIMO DE TERRA COM O MÍNIMO DE ÁRABES"

Enquanto a atenção estava em Gaza, Israel corroeu a frágil governança na Cisjordânia construída em três décadas. 
Em 2002, a tomada de Jenin envolveu combates rua a rua por dez dias e 23 soldados mortos. No início deste ano, tanques israelenses entraram novamente em Jenin e quase não encontraram resistência. Militantes do autodenominado Batalhão Jenin estavam enfraquecidos por ataques israelenses e confrontos internos. "Agora não há resistência, não há combatentes, não há nada", diz Rayad Hassan, policial palestino. Quase 25 mil residentes foram expulsos; muitos vivem em barracas, escolas e prédios inacabados. Nove meses após a entrada, soldados israelenses dominam a área e demoliam ruínas do campo. Militares justificam a presença com táticas de segurança; políticos de direita falam de estratégia mais ampla. Um político ligado às políticas da Cisjordânia recomenda não perguntar pelo futuro de Jenin, mas de Oslo. "Oslo" refere-se aos acordos da década de 1990 que criaram a Autoridade Palestina. Oslo devia ser um caminho para a criação de um Estado palestino e retirada israelense progressiva. A direita israelense vê Oslo como traição às reivindicações sobre Judeia e Samaria. O assassinato de Yitzhak Rabin em 1995 marcou a radicalização contra Oslo. Bezalel Smotrich, líder do Sionismo Religioso, dos radicais de direita e ministro das Finanças de Israel, lidera hoje a ofensiva contra Oslo.

Na Assembleia Geral da ONU, vários países planejam reconhecer um Estado palestino. Smotrich ameaçou anexar o equivalente a 82% da Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental. Aproveitando a guerra em Gaza, Smotrich desmantela o que restou de Oslo na Cisjordânia. Israel tomou terras, instalou postos de controle, destruiu campos e encorajou colonos extremistas. Centenas de palestinos morreram; a autonomia limitada sob Oslo vem sendo corroída. Netanyahu declarou: "Não haverá um Estado palestino". Em Jenin e arredores a presença israelense é a mais longa desde os anos 1990, minando a autoridade local. Em Ramallah, autoridades dizem que Israel busca destruir o sistema financeiro palestino. Smotrich reteve receitas fiscais e acumulou atrasos que deixaram a Autoridade Palestina sem fundos. Sem salários e com escolas fechadas, a economia palestina regrediu e operações foram deslocadas para mercados paralelos. Smotrich resumiu sua visão: "O máximo de terra com o mínimo de árabes". A pretensão de Israel é cortar acesso dos palestinos a Jerusalém, dividindo desta forma a Cisjordânia, em duas regiões, norte e sul. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário