Distorções salariais em estados e municípios fazem políticos ganharem muito acima da renda média da população. Em Rondônia, deputados chegaram a receber R$ 105 mil em um único mês, segundo o Portal da Transparência. No Rio Grande do Norte, vencimentos líquidos alcançam R$ 53 mil, enquanto em Roraima a renda bruta dos parlamentares foi de R$ 55 mil. Em São Paulo, a remuneração é de R$ 33 mil. Os chamados “penduricalhos” variam mês a mês, mas são recorrentes. Segundo o Índice de Desigualdade Salarial 2025, elaborado pelo grupo Livres, governadores e deputados chegam a ganhar até 30 vezes mais que a média da população. Governadores de Sergipe e Acre receberam R$ 44 mil e R$ 40 mil, acima de estados maiores como São Paulo (R$ 34,5 mil) e Rio (R$ 21,8 mil). No Maranhão, o governador recebe R$ 33 mil, cerca de 30 vezes a renda média. Em Rondônia, deputados ganham até 61 vezes mais que a população.
Prefeitos também têm disparidades. Em Porto Velho, o gestor recebe R$ 28,5 mil, 17 vezes a renda média local. Já o prefeito de Porto Alegre ganha R$ 22,6 mil. Entre as capitais, o maior salário é o de Belo Horizonte (R$ 35,5 mil), seguido por São Paulo (R$ 35,4 mil). Vereadores de Rio Branco recebem R$ 17,7 mil, 13,4 vezes a média da população, enquanto em São Paulo o salário de R$ 19 mil representa 5,8 vezes a média. Especialistas apontam que a liberdade de estados e municípios para legislar sobre remuneração abre espaço para disparidades. Segundo Paula Frias, é necessário compatibilizar salários com a realidade socioeconômica local. Para Magno Karl, há pouco controle social sobre assembleias, o que favorece penduricalhos e vencimentos elevados. Ele defende a criação de tetos regionais que limitem os salários dos políticos de acordo com a renda da população.
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