Mais de 100 mil manifestantes marcharam ontem, 13, pelo centro de Londres em uma das maiores mobilizações recentes da ultradireita no Reino Unido, organizada por Tommy Robinson. Elon Musk participou por vídeo, defendendo a dissolução do Parlamento e novas eleições. A polícia estimou 110 mil pessoas na marcha “Unite the Kingdom”, separadas de um contraprotesto “Stand Up to Racism”, com 5 mil presentes. Houve confrontos e nove detenções; vários policiais foram agredidos, exigindo reforço de agentes com equipamentos de proteção e cavalaria. O clima reflete a alta tensão no país, com protestos contra hotéis que abrigam migrantes. Os manifestantes exibiam bandeiras do Reino Unido, EUA e Israel, além de bonés “Maga”. Houve ataques verbais a Keir Starmer e cartazes com mensagens anti-imigração. Robinson descreveu a marcha como celebração da liberdade de expressão e lamentou a morte do ativista americano Charlie Kirk. Ele conta com apoio de Musk e é bem visto por líderes da ultradireita europeia, como Geert Wilders e membros da AfD.
O Reform UK, maior partido anti-imigração do país, manteve distância de Robinson devido a seu histórico criminal. Entre as condenações do ativista estão fraude imobiliária, uso de passaporte falso e assédio a jornalistas. Mesmo assim, apoiadores defendem seu discurso contra a imigração ilegal. A polícia mobilizou 1.600 agentes, incluindo 500 de outras forças, em meio a jogos de futebol e grandes shows na cidade. A comandante Clair Haynes afirmou que a polícia atuaria com firmeza, mas garantindo direitos legais de manifestação. Ela também reconheceu episódios anteriores de retórica anti-muçulmana em protestos do grupo. A tensão soma-se a repressões recentes, como a prisão de quase 900 pessoas em protesto do Palestine Action. A imigração tornou-se o tema dominante da política britânica, acima da economia. O país enfrenta número recorde de pedidos de asilo. Mais de 28 mil migrantes cruzaram o Canal da Mancha em pequenos barcos somente neste ano. O protesto de Londres simboliza o fortalecimento da ultradireita em meio a essa crise migratória.
Nenhum comentário:
Postar um comentário