Israel anunciou ter atacado líderes do Hamas no Qatar na terça-feira, 9. Notavelmente, a Mossad ficou fora das declarações oficiais. Segundo fontes israelenses, a Mossad recusou executar plano para assassinar líderes do Hamas no Qatar. O diretor David Barnea temia romper a relação com o Qatar, mediador de cessar-fogo. A oposição da Mossad influenciou a forma do ataque e suas chances de sucesso. Houve discordância ampla no establishment de segurança sobre a operação. Muitos questionaram o momento, pois os líderes do Hamas ponderavam proposta de Trump sobre reféns. Em vez de agentes em terra, Israel lançou 15 caças que dispararam 10 mísseis. O Hamas afirmou que altos dirigentes não foram mortos; morreram parentes, assessores e um oficial do Qatar. Autoridades israelenses não divulgaram uma avaliação pública clara do resultado. Não está claro se uma operação terrestre teria sido mais eficaz. No ano anterior, a Mossad havia assassinado Ismail Haniyeh em Teerã com bomba no quarto. Alguns oficiais disseram que a Mossad poderia capturar esses alvos em outro momento. Analistas sugerem que Netanyahu pode ter perdido paciência com as negociações de cessar-fogo. Barnea e outros temiam que atacar o Qatar prejudicasse canais de mediação.
Houve dissenso entre líderes militares e ministros sobre prosseguir com a ação. Autoridades afirmam ter aproveitado rara oportunidade de líderes reunidos num só lugar. Também reagiram a ataques palestinos que mataram civis e soldados dias antes. Alguns acreditam que Israel poderá, com o tempo, restaurar relações com o Qatar. Há paralelos históricos com operações israelenses passadas, como episódios pós-Munique. O ataque gerou condenação pública do Qatar, que o chamou de “terrorismo de Estado”. Pouco antes, os EUA apresentaram nova proposta de troca de reféns que ganhou tração entre mediadores. O primeiro-ministro do Qatar reafirmou no Conselho de Segurança da ONU o papel diplomático de Doha. Netanyahu acusou o Qatar de abrigar terroristas e afirmou que Israel os levaria à justiça. Especialistas destacam a relação complexa entre Israel e Qatar, que já atuou como parceiro de mediação.
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