O jornalista Mino Carta morreu ontem, 2, aos 91 anos, no Hospital Sírio-Libanês, onde estava internado. Nascido em Gênova, Itália, enfrentou desde cedo os reflexos do fascismo de Mussolini: o avô perdeu o cargo de diretor de jornal e o pai foi preso em 1944 por oposição ao regime. Após a Segunda Guerra, a família migrou para o Brasil. Aos 16 anos, começou a carreira ao substituir o pai em uma reportagem sobre a Copa de 1950. Apaixonado pelo ofício, nunca mais deixou de escrever. Também era artista plástico e ilustrador. Iniciou Direito, mas abandonou o curso. Em 1956 voltou à Itália, atuando como correspondente. Pouco depois retornou ao Brasil, onde comandou a revista Quatro Rodas e trabalhou no Estadão.
Participou da criação do Jornal da Tarde, da Veja e da IstoÉ, entrando em choque com a ditadura militar pelas capas críticas das revistas. Em 1994 lançou a CartaCapital, sua “melhor criação”, que completou 31 anos em 2025, com edições impressas e digitais. Em 2024 foi tema do livro eletrônico Mino Carta – Sem fé nem medo, de Lira Neto, no qual relembrou sua trajetória e revelou que seu nome de batismo era Demétrio, mas preferia o apelido dado pelo pai. Em 2014, a Câmara dos Deputados lançou um documentário sobre sua vida, consolidando-o como referência no jornalismo brasileiro.
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