Setecentos dias após o ataque de 7 de outubro de 2023, os bombardeios em Gaza intensificam-se. Na sexta-feira (5), o Exército israelense destruiu uma torre residencial no centro da cidade e anunciou novas ofensivas. Moradores aterrorizados começam a obedecer às ordens de evacuação. Segundo os militares, a população foi alertada previamente para “limitar danos aos civis”. Israel afirma que o Hamas utilizava a torre como base de operações. A construção desabou, marcando o início da “guerra das torres”, como descreve Eyad Amawi, de ONGs locais. Em Gaza, uma torre abriga até 200 apartamentos, e sua destruição deixa centenas de famílias sem casa. Amawi relata que explosões também devastam prédios vizinhos, apagando bairros inteiros. Ele define a estratégia como controle pelo medo e pela destruição, forçando deslocamentos contínuos.
A crise humanitária se agrava: moradores não sabem se permanecem sob risco ou fogem sem destino. Souheila, deslocada quatro vezes, perdeu tudo. “Saímos sem roupas ou sapatos. Dormimos no chão, sem colchão, mas o medo das bombas era insuportável”, diz. Outros buscam refúgio no sul, mas muitos não têm recursos. Abderrahmane, de Jabalia, pagou mil shekels para se deslocar apenas sete quilômetros. Hoje vive em tenda, com água precária e medo constante. O Exército israelense afirma controlar 75% da Faixa de Gaza e 40% da cidade de Gaza. Pretende tomar a capital, último reduto do Hamas. Segundo um comandante, até 1 milhão de pessoas podem ser forçadas a deixar o território rumo ao sul.
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