O Governo da Venezuela revogou hoje, 27, o direito de operação de seis companhias aéreas, incluindo a brasileira Gol, que havia retomado a rota São Paulo–Caracas em agosto após quase uma década. A decisão de Nicolás Maduro é uma punição às empresas que suspenderam voos após um alerta da FAA, órgão regulador dos EUA, que classificou o sobrevoo do país como “potencialmente perigoso” devido ao agravamento da situação de segurança. A advertência ocorre em meio à crescente mobilização militar ordenada por Donald Trump desde setembro, oficialmente contra o narcotráfico, mas com mira na queda de Maduro. Caracas exigira que as empresas retomassem voos em 48 horas, alegando que a FAA não tem jurisdição sobre seu espaço aéreo. A punição atinge Gol, Iberia, TAP, Turkish Airlines, Avianca e Latam Colombia. A Gol, que operava quatro voos semanais, ainda não comentou o impacto para passageiros. Air Europa e Plus Ultra também podem ser punidas. Seguem voando Copa e Wingo, além de companhias locais.
A tensão aumentou com a chegada ao Caribe do grupo de ataque do porta-aviões USS Gerald Ford, cujos caças realizam voos de treinamento ao lado de bombardeiros B-52 e B-1B. Analistas veem demonstração de força, já que aeronaves aparecem em sites de rastreamento. Os EUA classificaram o Cartel de los Soles, supostamente ligado a Maduro, como organização terrorista. Caracas rejeita a acusação, e especialistas afirmam que o grupo funciona como guarda-chuva de crimes e corrupção estatal. Embora não se espere uma invasão, ataques a alvos militares ou do narcotráfico são considerados possíveis. Para analistas, os EUA pressionam para acelerar a saída de Maduro, seja por renúncia ou ação interna do estamento militar.
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