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sexta-feira, 14 de novembro de 2025

CORREIOS EM CRISE PODE DESLIGAR 10 MIL EMPREGADOS

Os Correios querem desligar ao menos 10 mil empregados por meio de um novo PDV, parte do plano de reestruturação da estatal. O ajuste nas contas é crucial para viabilizar o empréstimo de R$ 20 bilhões buscado pela empresa, com garantia do Tesouro Nacional. A estatal enfrenta grave crise financeira: acumula prejuízos desde 2022 e deve fechar 2025 com rombo de R$ 10 bilhões, podendo chegar a R$ 20 bilhões em 2026 e até R$ 70 bilhões em cinco anos sem novos recursos. 
A meta de 10 mil desligamentos ainda pode mudar, mas é tratada como mínimo. Os Correios têm 85 mil empregados, e o gasto com pessoal responde por 72% dos custos. O PDV será lançado em duas etapas, com regras tradicionais na primeira e metas específicas por área na segunda, conforme estudo sobre produtividade. A empresa possui cerca de 10 mil unidades, sendo 7.000 agências; apenas 15% são superavitárias. O plano pretende identificar sobreposições e unificar estruturas, definindo metas de adesão ao PDV. O presidente da estatal, Emmanoel Rondon, já havia indicado que o programa priorizaria áreas com ociosidade. 
O desafio é oferecer incentivos suficientes sem onerar ainda mais a companhia. O último PDV, em 2024, teve apenas 3.705 adesões. 

Há preocupação entre empregados com o salário, o Postalis — que cobra contribuições extras devido a rombos — e o plano de saúde, considerado valioso apesar da precarização. O plano de reestruturação também pondera riscos de baixa adesão e possíveis medidas compensatórias. Parte do empréstimo financiará os incentivos do PDV, com expectativa de economia futura e reequilíbrio das contas. As metas precisam ser críveis para convencer os bancos de que a estatal e o governo Lula estão comprometidos com a recuperação da empresa. Haverá pressão política e acompanhamento de órgãos como TCU e CGU. Além do PDV, o plano prevê venda de imóveis, revisão do plano de saúde, reforma de cargos e salários e flexibilização da jornada para entregas nos fins de semana. Superintendentes terão metas e possibilidade futura de remuneração variável. Os detalhes devem ser fechados em duas semanas, período em que bancos poderão apresentar novas propostas após a decisão de fatiar o empréstimo. Na primeira rodada, um sindicato de quatro bancos aceitou conceder o crédito, mas com juros de 136% do CDI, acima do teto de 120% aprovado pelo Tesouro. A diferença representaria custo adicional de centenas de milhões, e nova negociação foi considerada mais prudente. 

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