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quinta-feira, 20 de novembro de 2025

TRUMP QUER CAPITULAÇÃO, EUROPA RESISTE

Os aliados europeus da Ucrânia rejeitaram nesta quinta-feira (20) o novo plano de paz do governo Donald Trump para encerrar a guerra iniciada com a invasão russa em 2024. Os termos, vazados à imprensa para testar sua aceitação, foram negociados entre o enviado americano Steve Witkoff e o representante russo Kirill Dmitriev. “Os ucranianos querem paz, mas não capitulação”, disse o chanceler francês Jean-Noel Barrot. O ministro polonês Radoslaw Sikorski afirmou que a vítima não pode ser punida. Já a chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, pediu que qualquer negociação inclua Kiev e o bloco, posição seguida pela Alemanha. A proposta de 28 pontos, apresentada oralmente a Rustem Umerov, prevê entregar aos russos os 15% restantes do Donbass ainda sob controle ucraniano e congelar as linhas de batalha — o que daria mais de 20% do território da Ucrânia a Moscou. Também determina reduzir pela metade as Forças Armadas ucranianas, retirar armas ofensivas e encerrar a ajuda militar dos EUA.

Vazamentos indicam ainda que o plano aceitaria o veto russo à entrada da Ucrânia na Otan e à presença de forças de paz. O único ponto visto como positivo por Kiev seria uma compensação financeira pela perda territorial, sem valores definidos. Apesar da falta de clareza, a pressão é real: uma comitiva do Exército dos EUA está em Kiev pedindo que Zelenski aceite os termos. Em reunião com militares americanos, o comandante ucraniano Oleksandr Sirskii insistiu que a paz só virá com mais armas. Trump não comentou; o secretário de Estado Marco Rubio afirmou que conflitos complexos exigem concessões difíceis. O Kremlin manteve silêncio público, mas aliados de Moscou dizem que a proposta agradou. A crise chega a Zelenski em momento delicado: ele enfrenta um escândalo de desvio no setor energético, que derrubou dois ministros e colocou seu chefe de gabinete, Andrii Iermak, sob pressão, além de cobranças de aliados que já enviaram quase US$ 1,5 trilhão ao país. No campo militar, há risco de derrotas importantes em Pokrovsk, Kupiansk e Zaporíjia. A violência aérea também cresce: ainda há 22 desaparecidos no prédio atingido por míssil em Ternopil, onde 26 morreram e 93 ficaram feridos. 

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