As barreiras tarifárias impostas pelos EUA podem custar ao Brasil mais de US$ 3 bilhões por ano em exportações, sobretudo da indústria, segundo estudo da consultoria BMJ para a CNI. Produtos industrializados respondem por 27,3% das perdas. O levantamento aponta prejuízo consolidado de US$ 767,85 milhões entre agosto e outubro de 2025, período em que vigoraram tarifas mais duras. A projeção anual considera a tarifa adicional de 40% sobre aço, alumínio, cobre e madeira, além do risco de novas tarifas decorrentes de investigações da Seção 301, envolvendo desmatamento, propriedade intelectual e sistemas de pagamento como o Pix. A perda mensal consolidada das exportações chega a US$ 255,95 milhões. Mesmo com a ampliação recente de exceções anunciada por Donald Trump, que retirou da tarifa de 40% produtos como café não torrado, carnes, frutas, minério de ferro e petróleo bruto, 74% do valor exportado segue sob regime agravado.
Setores mais afetados incluem máquinas e equipamentos, eletrônicos, aço semimanufaturado, aeronaves não civis, têxteis, calçados e café solúvel. O setor de industrializados diversos lidera as perdas, com US$ 69,77 milhões mensais, seguido por madeira e derivados (US$ 28,68 milhões) e aço (US$ 27,63 milhões). Há ainda perda de competitividade para países como Argentina, Alemanha e Canadá em itens como bulldozers e carregadoras. O estudo aponta que o Brasil tem desvantagem de 25 a 30 pontos percentuais frente a parceiros dos EUA. Sem avanços nas negociações nos próximos seis meses, a perda estrutural pode chegar a US$ 5 bilhões anuais. Com acordo, o país pode recuperar entre US$ 1,4 bilhão e US$ 1,6 bilhão ao ano.

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