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segunda-feira, 17 de novembro de 2025

COMUNISTA E CONSERVADOR NO 2º TURNO NO CHILE

Jeannette Jara, comunista, e José Antonio Kast, conservador, lideram a disputa pelo segundo turno das eleições presidenciais chilenas, marcado para 14 de dezembro. Com 40% das urnas apuradas, Jara tem 26% e Kast, 24%. Sem maioria absoluta, ambos devem disputar o segundo turno caso os resultados se confirmem. O pleito teve oito candidatos, com Kast disputando a vaga da direita com Evelyn Matthei e Johannes Kaiser. Pesquisas indicam que as diferentes vertentes da direita somam mais de 50% das intenções de voto, enquanto Jara não ultrapassaria 30%. A eleição marcou o retorno do voto obrigatório pela primeira vez desde 1990. A campanha foi dominada por temas como crime e imigração ilegal, em meio à crescente violência atribuída a organizações como o Tren de Aragua. Kast, que já disputou a presidência em 2017 e 2021, se consolidou como figura da nova direita populista chilena, inspirada em Trump, Milei, Bukele e Bolsonaro. Propõe medidas rígidas de segurança, como cercas nas fronteiras e incentivo a autodeportações, além de um forte ajuste fiscal.

Jara, por sua vez, apresenta trajetória marcada pelo ativismo estudantil e sindical. De origem humilde, estudou administração pública e direito, financiando os estudos com trabalhos temporários. Viúva aos 21 anos, encontrou no ativismo uma forma de seguir adiante. Sua atuação política ganhou força a partir do movimento sindical e, depois, em cargos no governo Bachelet. Ministra do Trabalho no governo Boric, Jara liderou reformas importantes, como a redução da jornada para 40 horas e o aumento do salário mínimo — pilares de sua campanha. Considerada pragmática dentro do Partido Comunista, busca agora atrair votos da centro-direita no segundo turno e reduzir o temor ao comunismo explorado por seus adversários. 


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