O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu, nesta terça-feira, 11, Processos Administrativos Disciplinares (PADs) contra seis desembargadores e dois juízes suspeitos de envolvimento em esquemas de venda de sentenças. Todos já estavam afastados por ordem do STJ. As investigações podem resultar em aposentadoria compulsória ou perda dos cargos, e a decisão foi unânime. Entre os investigados estão quatro desembargadores e dois juízes do Tribunal de Justiça do Maranhão, alvos da Operação 18 Minutos: Nelma Celeste Sousa Silva Sarney Costa, Marcelino Everton Chaves, Antônio Pacheco Guerreiro Júnior, Luiz Gonzaga Almeida Filho, Alice de Sousa Rocha e Cristiano Simas de Sousa. Na mesma sessão, o CNJ abriu PADs contra dois desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, investigados na Operação Última Ratio: Marcos José de Brito Rodrigues e Sideni Soncini Pimentel, citados por participação em esquema sistemático de venda de sentenças. Os magistrados negam irregularidades.
A Operação 18 Minutos recebeu esse nome pelo curto intervalo entre decisões judiciais e saques de altos valores contra o Banco do Nordeste. Segundo o ministro Mauro Campbell, há provas de atuação coordenada para apropriação de cerca de R$ 17,6 milhões, com indícios de propina, depósitos fracionados e aumento patrimonial incompatível. O CNJ também arquivou processo contra o juiz Sidney Cardoso Ramos por falta de indícios. Foram mantidos os afastamentos e os processos disciplinares dos investigados, inclusive na Última Ratio, que apreendeu mais de R$ 3 milhões em espécie e armas nas casas dos magistrados. O pedido de arquivamento feito pela defesa de Pimentel, após sua aposentadoria, foi rejeitado, e seus filhos seguem sob apuração.

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