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sexta-feira, 21 de novembro de 2025

INDICAÇÃO DE MESSIAS AFASTA SENADO DO GOVERNO

A indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o STF deve abalar a relação do governo com o Senado, hoje base essencial da governabilidade de Lula. Davi Alcolumbre e parte dos parlamentares preferiam Rodrigo Pacheco. Após a decisão ser oficializada, Alcolumbre demonstrou incômodo, especialmente porque esperava um telefonema prévio de Lula, o que não ocorreu. 
Horas depois da indicação, o presidente do Senado pautou um projeto de alto impacto fiscal sobre aposentadoria especial de agentes comunitários de saúde. Alcolumbre já sinalizou que não atuará pela aprovação de Messias, embora o indicado tenha recebido apoio público do ministro André Mendonça. A crise atinge especialmente o líder do governo, Jaques Wagner, defensor da escolha e amigo de longa data de Lula. Alcolumbre também se irritou após Wagner revelar à imprensa que ele havia manifestado preferência por Pacheco. Parlamentares relatam que Alcolumbre deixou de atender telefonemas do líder do governo. A preferência de Lula por Messias já era conhecida, mas ganhou força após conversa final com Pacheco, quando o presidente comunicou que escolheria outro nome. 

Na terça-feira, Alcolumbre expôs o descontentamento publicamente. Nos bastidores, líderes de bancada articulam insistir em Pacheco, favorito da maioria do Senado. Lula, porém, considera a escolha uma prerrogativa exclusiva da Presidência. O indicado só assumirá após sabatina na CCJ e aprovação em plenário com ao menos 41 votos secretos. A última rejeição a um nome presidencial para o STF ocorreu no século 19. A votação apertada que reconduziu Paulo Gonet à PGR foi interpretada como recado a Lula; ele obteve 45 votos, apenas quatro acima do mínimo. Alcolumbre foi decisivo para a aprovação, mas já indicou que não repetirá o esforço por Messias. Wagner minimiza resistências. Contra Messias pesa o temor de que ele se torne um “novo Flávio Dino”, postura que irritou parlamentares ao fiscalizar emendas. A vaga aberta é a de Luís Roberto Barroso, que antecipou sua aposentadoria. A indicação recebeu apoio de petistas, críticas de bolsonaristas e respaldo de parte do centrão. Gleisi Hoffmann e Randolfe Rodrigues exaltaram a trajetória e o compromisso institucional de Messias. Já aliados de Bolsonaro afirmaram que sua aprovação significaria décadas de influência “de esquerda” no tribunal. O Republicanos manifestou apoio ao indicado, destacando sua formação e valores. 

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