Paz Neves teme impactos até para quem possui green card, lembrando que muitos vivem há anos no país e têm família estabelecida. Já o cientista político Rudá Ricci afirma que os EUA usam segurança e proteção do mercado interno como bandeiras, enquanto o Brasil deve evitar confronto e focar nas negociações tarifárias em curso, especialmente as do café. Especialistas avaliam que a estratégia pode gerar efeitos negativos em turismo, inovação, mercado de trabalho e imagem internacional. O economista Davi Lelis destaca que a política ignora o papel dos imigrantes como consumidores e trabalhadores. Ele afirma que dificultar a entrada de talentos compromete setores estratégicos como IA, engenharia e biotecnologia, reduz oferta de trabalho e pode pressionar preços, afetando juros e recuperação econômica. O economista Masimo Della Justina lembra que um turista brasileiro gasta, em média, US$ 250 por dia nos EUA, e o endurecimento dos vistos representa perda direta para setores como hotelaria, comércio e transporte. Para ele, um país construído por imigrantes não pode demonstrar aversão a estrangeiros.
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terça-feira, 18 de novembro de 2025
VISTOS DIMINUEM PARA EUA
As novas restrições para concessão e revisão de vistos anunciadas por Donald Trump podem afetar ainda mais a economia norte-americana. Em setembro, estudo da Tourism Economics apontou queda de 8,2% nas chegadas internacionais até o fim do ano, agravando a imagem já arranhada do governo após sucessivos tarifaços. O USCIS implementará em 2025 um teste de civismo para naturalização, avaliando conhecimento de história e governo dos EUA. Todos os portadores de visto, em qualquer categoria, poderão ter seus documentos revisados. A triagem considerará caráter moral e contribuições do estrangeiro à sociedade. Desde o endurecimento migratório, 2.268 brasileiros foram deportados até 1º de outubro. Estimam-se 1,9 milhão de brasileiros vivendo legal ou ilegalmente no país. Para o cientista político Leonardo Paz Neves (FGV), revisar vistos pode reduzir ainda mais o fluxo turístico, afetando uma importante fonte de receita dos EUA. Ele alerta que a política pode desestimular profissionais qualificados, citando o aumento da taxa do visto H1B de US$ 8 mil para US$ 100 mil, o que empurra talentos para outros países.
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