A mineradora inglesa BHP foi condenada pelo Tribunal Superior de Justiça de Londres pelo rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG). A empresa, acionista da Samarco, não teve divulgado o valor da indenização. A Justiça inglesa afirmou que “o risco de colapso da barragem era previsível” e classificou como “imprudente” manter a elevação da estrutura diante de sinais de saturação dos rejeitos, infiltrações e fissuras. Segundo o documento, um estudo de estabilidade teria identificado fatores de segurança e tornado “inconcebível” a decisão de seguir elevando a barragem. A BHP disse que recorrerá e destacou seu compromisso com a reparação no Brasil e com o Novo Acordo do Rio Doce. A empresa informou que cerca de R$ 70 bilhões já foram pagos a moradores da Bacia do Rio Doce e entidades públicas, e que mais de 610 mil pessoas receberam indenização, incluindo 240 mil autores da ação no Reino Unido. A corte britânica confirmou a validade desses acordos, o que deve reduzir o tamanho e o valor da ação.
A empresa reafirmou que as medidas adotadas no Brasil são o caminho mais efetivo para reparar os danos às pessoas e ao meio ambiente. Em 2027 haverá nova audiência para avaliar a dimensão dos danos, seguida por uma etapa de definição das indenizações individualizadas em 2028. A tragédia completou dez anos em 5 de outubro. O rompimento despejou toneladas de rejeitos, contaminou rios, atingiu municípios e deixou 19 mortos.

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