FLAMENGO NA INTERCONTINENTAL
EUA TROCAM DEMOCRACIA POR LUCRO
"INCIDENTE TERRORISTA DEVASTADOR"
FLAMENGO NA INTERCONTINENTAL
EUA TROCAM DEMOCRACIA POR LUCRO
"INCIDENTE TERRORISTA DEVASTADOR"
Prefeitos de oito capitais brasileiras recebem salários maiores que os dos governadores de seus estados, com diferenças que chegam a R$ 20 mil e valores que podem ultrapassar o teto constitucional de R$ 46.366,19. O maior contraste ocorre em Cuiabá, onde o prefeito Abilio Brunini (PL) recebe R$ 52,9 mil mensais, enquanto o governador Mauro Mendes (União) ganha R$ 32,3 mil. Parte do valor pago ao prefeito é uma verba indenizatória de R$ 18 mil, isenta de Imposto de Renda e fora do teto. A prefeitura afirma que o vencimento básico respeita a Constituição e que a verba adicional é autorizada por lei municipal de 2021. A reforma administrativa em debate no Congresso prevê limitar salários de prefeitos a até 80% dos vencimentos dos governadores, mas apenas em cidades menores, excluindo as capitais. Segundo o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), os salários dos prefeitos das capitais são definidos com autonomia local e já estão sujeitos ao teto constitucional. No Rio, Eduardo Paes (PSD) recebe R$ 35.608, acima dos R$ 21.868 do governador Cláudio Castro. Em São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) ganha R$ 39 mil, mais que o governador Tarcísio de Freitas, que recebe R$ 36 mil.
Casos semelhantes ocorrem em Recife, Curitiba, Goiânia, Fortaleza e Florianópolis. Algumas prefeituras alegam que os valores foram definidos por leis municipais; outras não se manifestaram. A reforma também propõe limites para gastos de vereadores e número de secretarias, aplicáveis apenas a municípios com desequilíbrio fiscal, excluídas as capitais. Dados do IBGE mostram que Macapá e Boa Vista dependem fortemente da administração pública. Se a reforma valesse para capitais, seus prefeitos teriam salários limitados. A professora Ursula Peres, da USP, defende que a reforma inclua limites para que prefeitos não ganhem mais que governadores e critica o uso apenas do critério populacional, propondo indicadores mais amplos de gestão e capacidade fiscal.
Os Estados Unidos apreenderam, nesta semana, o petroleiro Skipper, que transportava quase 2 milhões de barris de petróleo bruto da Venezuela para Cuba, como parte de uma colaboração entre os dois países. O Skipper fez uma parada antes de seguir para a Ásia, depois de transferir parte do petróleo para o Neptune 6, que seguiu para Cuba. A Venezuela tem fornecido petróleo a Cuba a preços subsidiados há décadas, em troca de médicos, instrutores e seguranças cubanos. Nos últimos anos, grande parte do petróleo destinado a Cuba foi redirecionada para a China, com os lucros sendo usados para obter moeda forte para a Venezuela, embora o destino exato desses recursos seja difícil de rastrear. A apreensão do Skipper pelos EUA é vista por Cuba como um "ato de pirataria", enquanto o governo dos EUA afirmou que o objetivo era enfraquecer Maduro e cortar seu acesso a fundos.
O empresário panamenho Ramón Carretero, envolvido na negociação do petróleo entre os dois países, foi sancionado pelos EUA. Carretero, que intermediou o comércio de petróleo, é uma figura chave nesse fluxo de recursos. A Cubametales, empresa estatal cubana, comprou grande parte do petróleo venezuelano destinado à ilha. No entanto, o petroleiro não entregou a carga em Cuba, sendo desviado para a China após uma parte da carga ser descarregada. A operação do Skipper reflete uma rede flexível entre a Venezuela, Cuba, Irã e Rússia, que compartilham uma relação de comércio de petróleo, evitando sanções internacionais. A Rússia, por exemplo, tem fornecido nafta à Venezuela, essencial para a exportação do petróleo venezuelano. Esse comércio está fortemente ligado à necessidade de manter o fluxo de receitas do petróleo, enquanto enfrenta restrições internacionais.
Democratas do Comitê de Supervisão da Câmara dos Representantes divulgaram fotos do espólio do pedófilo e traficante sexual Jeffrey Epstein, morto em 2019 em uma prisão de Nova York. As imagens mostram Epstein ao lado de figuras influentes, como o atual presidente Donald Trump, o ex-presidente Bill Clinton, Richard Branson, Woody Allen e Steve Bannon, ex-estrategista da Casa Branca. Entre os registros, há embalagens de preservativos com caricatura de Trump e a frase “I’m huuuuge!”, além de brinquedos sexuais pertencentes a Epstein. As fotos reacenderam questionamentos sobre as relações do magnata com homens poderosos. A brasileira Marina Lacerda, vítima de Epstein, afirmou que a divulgação dos arquivos pode prejudicar Trump e disse que os sobreviventes representam a verdadeira prova do caso. Segundo ela, se o presidente não tivesse envolvimento, não temeria a liberação dos documentos.
Os democratas afirmam que as imagens levantam novas dúvidas sobre a rede de relações de Epstein. A Casa Branca reagiu dizendo que as fotos foram divulgadas de forma seletiva para criar uma “narrativa falsa” contra Trump. O ex-procurador federal Roland Riopelle avaliou que as imagens são embaraçosas para o presidente, embora não suficientes, isoladamente, para desestabilizar o governo. Para ele, revelações sucessivas podem, ao longo do tempo, corroer a confiança pública. Marina Lacerda relatou ter sido abusada por Epstein dos 14 aos 17 anos, descrevendo um ciclo de exploração, violência sexual e coerção, agravado por sua condição de imigrante e vulnerabilidade econômica.
Oito organizações da sociedade civil pediram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o veto à criação da licença-compensatória no Tribunal de Contas da União (TCU), prevista no PL nº 2.829/2025, que reestrutura carreiras do órgão e foi aprovado pelo Congresso no dia 3. Segundo as entidades, o benefício pode elevar a remuneração dos servidores em até 56%, chegando a R$ 58,6 mil até 2029, acima do teto constitucional de R$ 46,3 mil. O artigo 17 do projeto concede dias de folga por acúmulo de funções, passíveis de conversão em pagamento. As organizações alertam que a sanção integral criaria precedente para outros órgãos adotarem o penduricalho, com baixa transparência e alto impacto fiscal. Embora não exista previsão em lei federal, a licença já é paga por diversos órgãos: só o Judiciário desembolsou ao menos R$ 1,2 bilhão em 2024.
O ofício afirma que o benefício aumenta o risco fiscal, engessa o gasto público e não garante melhora de produtividade. As entidades defendem o veto ao artigo 17 para preservar o interesse público, sem comprometer o restante do projeto. Assinam o pedido Transparência Brasil, Fiquem Sabendo, CLP, Movimento Pessoas à Frente, Livres, República.org, Plataforma JUSTA e Transparência Internacional – Brasil.
Istambul se organiza a partir de uma tensão permanente entre herança bizantina e otomana e a dinâmica de uma metrópole moderna dividida entre Europa e Ásia pelo Bósforo. Embora Ancara seja a capital, é em Istambul que o passado imperial se manifesta no cotidiano, entre ruas estreitas, mercados e barcos lotados. Caminhar pela cidade é conviver com a sobreposição de tempos. No bairro histórico de Sultanahmet, símbolos religiosos e arquitetônicos revelam disputas de poder que moldaram a região. A Hagia Sophia sintetiza essa trajetória: construída em 532, reúne mosaicos cristãos e elementos islâmicos após sua conversão em mesquita em 1453. Ao lado, a Mesquita Azul impressiona pelos cerca de 20 mil azulejos e pelos seis minaretes, raros à época. A Mesquita de Solimão, no ponto mais alto da cidade antiga, oferece vista ampla do Chifre de Ouro e reforça o papel social das mesquitas. O Palácio Topkapi, por sua vez, revela a organização política e doméstica do Império Otomano, com pátios sucessivos, tesouros e o Harém, onde a decoração se torna progressivamente mais elaborada.
O Bósforo funciona como eixo de leitura urbana. Em passeios de barco, palácios, fortalezas e pontes conectam visualmente os continentes, especialmente ao entardecer. No segundo dia, o lado comercial ganha destaque: o Grand Bazaar, com mais de 5 mil lojas, e o Bazar das Especiarias mostram que a barganha e o comércio seguem centrais na vida local. Outros pontos marcantes incluem a Torre e a Ponte de Gálata e a Cisterna da Basílica, com suas 336 colunas subterrâneas. Em 48 horas, Istambul revela apenas parte de sua complexidade, mas deixa clara a convivência intensa entre passado e presente em uma das cidades mais multicamadas do mundo.
CORREIO BRAZILINSE - BRASÍLIA/DF
O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ
FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP
TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA
CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS
DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT
CHINA RESTRINGE VIAGENS AO JAPÃO
A Primeira Turma do STJ absolveu, por unanimidade, o ex-juiz Maurizio Marchetti, afastado do cargo em 2006, em ação baseada na antiga Lei de Improbidade Administrativa. Em 18 de novembro, o colegiado julgou a ação civil pública integralmente improcedente, por entender que a conduta imputada foi enquadrada em norma revogada. O relator, ministro Sérgio Kukina, afirmou que, apesar do reconhecimento de ilicitude dolosa nas instâncias anteriores, os atos deixaram de configurar improbidade com a nova redação da lei. Acompanharam o voto os ministros Gurgel de Faria, Paulo Sérgio Domingues e Benedito Gonçalves.
Marchetti, aposentado voluntariamente em 2018, declarou que buscava preservar sua carreira. Ele havia sido condenado pelo TRF-3 à perda do cargo e à suspensão de direitos políticos por três anos, sob acusações de concessão de privilégios processuais e práticas abusivas. O STJ entendeu que a Lei 14.230/2021 criou um rol taxativo de atos de improbidade, não abrangendo as condutas atribuídas ao ex-juiz, tornando inválida a condenação baseada em norma inexistente.
A apreensão, nesta semana, de um petroleiro com petróleo venezuelano pelos EUA ameaça agravar a crise energética em Cuba, que enfrenta blecautes prolongados, economia fragilizada e uma rede elétrica em colapso. A ilha depende fortemente do petróleo bruto e de derivados da Venezuela, transportados por embarcações pequenas e navios-tanque sancionados. Caso as interceptações se tornem frequentes e acompanhadas de novas sanções, essa cadeia de suprimentos pode ser drasticamente reduzida. Washington já impôs sanções a seis navios ligados à Venezuela e planeja novas apreensões nas próximas semanas. De janeiro a novembro, a Venezuela enviou cerca de 27 mil barris diários a Cuba, volume menor que o do ano anterior, mas ainda essencial para cobrir cerca de 50% do déficit cubano.
Segundo especialistas, sem o petróleo venezuelano —e com a redução das remessas do México e a ausência de grandes volumes russos— Cuba ficaria em situação crítica. A medida dos EUA também tem causado insegurança entre operadores marítimos, que reconsideram viagens a partir da Venezuela. O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, classificou a apreensão como “ato de pirataria” e violação do direito internacional. Apesar de anunciar investimentos em energia solar, Cuba admite que continuará dependente do combustível fóssil para manter suas usinas termelétricas em funcionamento.
Quem viaja por longas horas pode se surpreender ao encontrar hotéis autônomos instalados nas estradas brasileiras. Sem recepção ou equipe fixa, tudo funciona de forma totalmente digital, oferecendo hospedagem rápida, acessível e segura para quem precisa descansar antes de seguir viagem. O processo é simples: o motorista acessa o site ou app, escolhe a unidade, paga online e recebe uma senha para abrir o quarto. Basta digitar o código na fechadura eletrônica — sem qualquer contato humano. Eduardo Puscar viveu a experiência: ao ver a placa do hotel, entrou no site, fez o cadastro e pagou R$ 119 pela diária. “Cheguei com a senha, entrei e estava tudo arrumado”, conta. A ideia nasceu da rotina de viagens de Anderson Souza, que sentia falta de locais para dormir sem sair da rota. Ele investiu R$ 700 mil no projeto-piloto e chegou a morar seis meses à beira da estrada para entender a operação. Hoje, lidera uma rede com nove franquias em SP, SC e PR. Apesar de autônomos, os hotéis têm segurança reforçada: ficam em locais com infraestrutura 24 horas, monitoramento e pátio seguro, além de câmeras externas.
A abertura de faculdades de medicina por liminares tem avançado em cidades sem estrutura hospitalar adequada, e especialistas apontam fragilidade nos critérios do MEC, o que ameaça a qualidade da formação. O Brasil vive expansão recorde e já soma 505 escolas, o dobro de dez anos atrás, com 77% das vagas na rede privada. A interiorização cresceu, com 6.500 vagas criadas em municípios com menos de 100 mil habitantes, o que preocupa especialistas pela falta de condições para ensino prático. Segundo César Eduardo Fernandes, da AMB, 40% da formação exige prática, mas muitas escolas foram abertas sem estrutura. Raphael Einsfeld, do São Camilo, afirma que o Conceito de Curso não garante qualidade e que nenhum curso foi fechado após reavaliação. Parte dessa expansão se deve a ações judiciais que permitem abrir escolas fora dos editais da Lei do Mais Médicos. Desde 2013, 52 cursos foram autorizados por decisão judicial, mas levantamento mostra 77 abertos sob judice em menos de dois anos. Há ainda 150 processos em análise. Alguns cursos foram abertos em cidades pequenas sem rede hospitalar proporcional às vagas. Em Ariquemes (RO), duas faculdades foram autorizadas judicialmente em 2025, uma delas com nota 3 e 109 vagas. Teresina (PI) e Sobral (CE) também receberam cursos com nota 3 ou já saturados. Mineiros (GO), com 70 mil habitantes, tem duas escolas somando 320 vagas.
O especialista Henrique Silveira diz que as liminares não alteram regras técnicas, apenas obrigam o MEC a analisar pedidos fora dos editais. A judicialização criou mercado desequilibrado: vagas passaram de R$ 500 mil para até R$ 2,5 milhões. Apesar do aumento da oferta, mensalidades subiram de R$ 8.000 em 2013 para R$ 11 mil em 2025. O grupo Afya lidera o setor, seguido por Yduqs, Ânima e Ser Educacional. Grupos não listados mantêm 37 cursos. Há 164 instituições isoladas, com 19.737 vagas, e 43,5% das vagas privadas já estão em grandes grupos, indicando espaço para novas fusões.
O professor de História Régis Marques conheceu a Escola Estadual Parque dos Sonhos em 2016, ao ser convidado para assumir a direção da unidade em Cubatão. Ao pesquisar sobre o local, encontrou notícias de furtos, invasões e até a presença de traficantes em festas da escola, apelidada de “Parque dos Pesadelos”. Mesmo receoso, aceitou o desafio. A escola, inaugurada em 2014, ficava em área isolada e era alvo constante de invasões; pinos de cocaína e objetos usados eram encontrados no pátio. No início, havia só 116 alunos, muitos fugindo da violência. Régis definiu como meta transformar a escola em referência em cinco anos. Professores duvidaram, mas ele começou pelo básico: recuperar muros, pisos e mobiliário. Sem verba, enviaram 135 ofícios e arrecadaram R$ 100 mil. A escola abriu-se à comunidade com cursinhos e atividades aos fins de semana. Moradores passaram a ajudar como voluntários. Com o tempo integral, o currículo foi ampliado para 23 projetos, como culinária, badminton e patinação, além de ações de escuta e acolhimento aos alunos. Inspirado em modelo cubano, o projeto “A escola vai à sua casa” levou professores a visitar famílias e entender dificuldades que afetam a vida escolar. Os corredores ganharam grafites de figuras ligadas aos direitos humanos, como Gandhi, Mandela, Malala, Mujica, Marielle Franco e Paulo Freire, integrando o trabalho da Semana da Não Violência, que discute justiça restaurativa e diálogo.
Em 2025, a escola foi finalista e depois vencedora do Prêmio Melhor Escola do Mundo, notícia celebrada com emoção pelos alunos. Em dez anos, o Idesp subiu de 2,2 para 4,6 — evolução de quase 100%. Para os educadores, porém, o impacto vai além dos números: a escola virou porto seguro, com alunos revelando abusos e encontrando proteção. Régis reconhece que ainda há o que melhorar, mas se emociona ao ver o progresso: de uma escola prestes a fechar em 2016 para uma instituição que começará 2026 com 1,2 mil alunos.
CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF
O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ
FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP
TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA
CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS
DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT
MORAES DECRETA PERDA DE MANDATO DE ZAMBELLI
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou a perda de mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália. A decisão, foi publicada ontem, 11/, e proferida após a Câmara votar, na madrugada, pela manutenção do mandato da parlamentar. Além da perda do mandato, Moraes estabeleceu que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), efetive a posse do suplente da deputada agora cassada em até 48 horas. Os advogados da parlamentar ainda não se posicionaram sobre a decisão. Carla Zambelli está presa na Itália, na prisão de Rebibbia, nas cercanias de Roma, depois de fugir do Brasil por ter sido condenada pelo STF a 10 anos de reclusão por participar de invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
FEDERAL RESERVE DIMINUI TAXA DE JUROS
O Federal Reserve cortou novamente a taxa básica dos EUA em 0,25 ponto percentual, levando o intervalo para 3,50% a 3,75% ao ano, no terceiro corte consecutivo. A decisão não foi unânime: Stephen Miran votou por um corte maior e Austan Goolsbee e Jeffrey Schmid defenderam manter os juros. O Fed afirmou que a economia cresce moderadamente, com desaceleração no mercado de trabalho e inflação ainda elevada. Reforçou o compromisso com pleno emprego e inflação de 2%, destacando alta incerteza e disposição para ajustar a política conforme necessário. Para analistas, o cenário exige cautela. Rodolfo Margato (XP) aponta resiliência da economia, mas inflação persistente, prevendo mais dois cortes em 2026, favoráveis a emergentes. Gustavo Cruz (RB) destaca maior divergência no colegiado e influência política futura, já que Trump poderá indicar novo presidente do Fed em 2026. Mesmo assim, ele avalia que juros perto de 2% são improváveis devido às projeções de inflação ainda acima de 3%.
TRIBUNAL INSTITUI POLÍTICA ANTIMANICOMIAL
O Tribunal de Justiça da Bahia instituiu, por meio do Decreto Judiciário nº 1062, o Comitê Estadual Interinstitucional de Monitoramento da Política Antimanicomial (CEIMPA-BA). O objetivo é garantir direitos e tratamento humanizado a pessoas com transtorno mental em conflito com a lei. A medida busca substituir a lógica da custódia e da internação compulsória por um modelo de atenção integral comunitária. O decreto proíbe o uso de medidas cautelares para forçar internação ou tratamento de pessoas presas em flagrante com transtorno mental. O comitê articulará ações do Judiciário com o sistema penitenciário e políticas de saúde, assistência social e direitos humanos. Entre suas funções estão propor ações de desinstitucionalização e mapear serviços do SUS e do SUAS. Também deverá fortalecer a Rede de Atenção Psicossocial e apoiar a criação das equipes EAP-Desinst. O grupo monitorará a implementação da política e produzirá diagnósticos sobre essa população. Caberá ainda elaborar normas para orientar procedimentos de execução e acompanhamento de medidas terapêuticas. O CEIMPA-BA será composto por representantes de 14 órgãos e entidades estaduais e municipais. Inclui Judiciário, Defensoria, Ministério Público, OAB, secretarias de governo e o Conselho Penitenciário.A composição pode ser ampliada para incluir sociedade civil e especialistas, com titulares, suplentes e técnicos em saúde mental.
JUSTIÇA DE SÃO PAULO CONDENA CLARO
A Justiça de SP condenou a Claro a pagar R$ 8 mil a um estudante que recebeu mais de 20 ligações diárias procurando por “Demerson”. Mesmo avisando que não conhecia a pessoa, as ligações continuaram, e ele passou a gravá-las como prova. A advogada afirma que o assédio prejudicou sua rotina enquanto buscava emprego. A Claro alegou que ele poderia ter pedido o bloqueio via SAC ou plataformas “Não Perturbe” e “Não me Ligue”, acusando-o de criar um “cenário fantasioso”. A juíza, porém, reconheceu o assédio, destacando que o estudante havia feito cadastro para bloquear ligações e que as gravações comprovam o abuso. Segundo a sentença, a insistência da operadora afetou sua qualidade de vida e violou seu direito ao sossego.
PT QUER EXPLICAÇÕES SOBRE PERFIS DE AUTORIDADES
Integrantes do PT avaliam acionar a Justiça para cobrar explicações da Meta sobre o sumiço de perfis de autoridades no sistema de buscas do Instagram. Uma reunião das bancadas na Câmara e no Senado ocorrerá na segunda (11) para decidir sobre uma representação ao TSE e ao STF. Usuários relataram dificuldade para encontrar perfis na última quarta (10). A Meta reconheceu um problema técnico e pediu desculpas. Petistas afirmam que a falha afetou principalmente políticos de esquerda e destacam a coincidência com a aprovação do PL da Dosimetria e a retirada de Glauber Braga da presidência da Câmara. A empresa diz que a falha atingiu contas diversas, inclusive da direita, como Silas Malafaia. Perfis como os de Flávio e Jair Bolsonaro continuaram aparecendo. O PT teme repetição do problema nas eleições e avalia pedir monitoramento ao TSE. A Meta prometeu enviar um relatório técnico, ainda não entregue.
CNJ APOSENTA JUIZ DE ALAGOAS
O CNJ decidiu, na 17ª Sessão Ordinária de 2025, aplicar aposentadoria compulsória ao juiz Luciano Américo Galvão Filho, do TJAL, após apurar denúncias de ameaças, agressões e uso indevido de aparato policial em um conflito possessório. A decisão unânime seguiu o voto da relatora, conselheira Renata Gil, no PAD 0002599-96.2024.2.00.0000. O processo teve início após reclamação de um advogado que disse ter sido ameaçado pelo magistrado durante desentendimentos sobre a instalação de uma cerca. Também houve relatos de agressões a funcionários e intimidação de particulares com apoio policial. Luciano negou as acusações, alegando legítima defesa. Renata Gil afirmou que as provas confirmaram a gravidade da conduta e a violação dos deveres funcionais. O conselheiro Ulisses Rabaneda acompanhou integralmente o voto da relatora, apontando abuso de autoridade e comportamento incompatível com padrões éticos. O acórdão será enviado à AGU e ao Ministério Público para possível ação penal ou de improbidade, o que pode levar à perda do cargo e da aposentadoria.
CARLOS BOLSONARO ANUNCIA RENÚNCIA
O vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL) anunciou que deixará a Câmara do Rio para disputar, em 2026, uma vaga no Senado por Santa Catarina. Ele se mudará para Florianópolis para organizar a pré-campanha. Em discurso, afirmou que a decisão não é fuga, mas continuidade de sua luta, após 24 anos e sete mandatos na Câmara. Apesar de ter sido o mais votado na última eleição municipal, não conseguiu formar base para concorrer ao Senado pelo Rio. Carlos diz deixar a cidade com saudade, mas seguindo uma “missão maior”. A candidatura busca se apoiar na popularidade do pai, Jair Bolsonaro, que venceu com quase 70% dos votos no estado em 2022. Ele conta também com o apoio do governador Jorginho Melo (PL). Porém, a entrada de Carlos pode dividir a direita catarinense, já que Michelle Bolsonaro apoia Caroline de Toni (PL). Além disso, partidos de centro-direita articulam lançar Esperidião Amin (PP), atraindo PP e União Brasil para a coligação de Melo.
Salvador, 12 de dezembro de 2025.
O governo Lula deixará para 2026 a indicação dos dois novos diretores do Banco Central que substituirão Diogo Guillen (Política Econômica) e Renato Gomes (Organização do Sistema Financeiro), cujos mandatos acabam em 31 de dezembro. O clima tenso com o Senado após a indicação de Jorge Messias ao STF e o prazo curto até o fim do ano motivaram o adiamento. A lei da autonomia do BC determina que o presidente indica os diretores, que passam por sabatina na CAE e votação no plenário do Senado. Mas, com o recesso começando no dia 22, não haveria tempo para todos os ritos, como o tradicional “beija-mão”. Os diretores podem permanecer até a posse dos sucessores, mas Guillen e Gomes, últimos indicados por Bolsonaro, decidiram sair no dia 31. Suas funções serão assumidas temporariamente por outros membros da diretoria. Como o ano legislativo só reabre em 2 de fevereiro, o Copom de 27 e 28 de janeiro terá apenas sete dos nove integrantes — situação que já ocorreu em maio de 2023. A ausência, porém, não deve afetar a estratégia de juros, já que todas as decisões de 2025 foram unânimes.
Este ano, três integrantes foram trocados, e o Copom passou a ter maioria indicada por Lula. O último racha ocorreu em maio de 2024, quando Bolsonaro e Lula dividiram o placar sobre o corte da Selic. Na reunião desta quarta (10), o Copom manteve a Selic em 15% ao ano pela quarta vez seguida, sem sinalizar os próximos passos — parte do mercado espera início dos cortes em janeiro. Lula ainda não decidiu os nomes para o BC. Uma possibilidade é transferir Paulo Picchetti, diretor de Assuntos Internacionais, para a vaga de Guillen. Picchetti deve assumir interinamente a área no início do ano. Também circulam nomes como Tiago Cavalcanti (Cambridge) e Thiago Ferreira (Fed). Para a vaga de Gomes, avalia-se indicar um funcionário de carreira do BC.
Quando Stein-Erik Soelberg, 56, ex-executivo com histórico de problemas de saúde mental, disse ao ChatGPT que a impressora da mãe podia ser um aparelho de espionagem, o chatbot concordou, segundo vídeo publicado por ele no YouTube. O sistema validou a suspeita de que sua mãe, Suzanne Adams, 83, fazia parte de uma conspiração. Em agosto, mãe e filho foram encontrados mortos na casa onde viviam em Greenwich, Connecticut. Adams foi assassinada; Soelberg cometeu suicídio. Um processo apresentado pelo espólio de Adams afirma que ele a matou após ter seus delírios intensificados pelo ChatGPT. A ação acusa a OpenAI de lançar apressadamente “um produto defeituoso” que reforçou as crenças paranoicas de Soelberg, levando-o a ver a mãe como inimiga e a imaginar batalhas espirituais com a IA. O neto, Erik Soelberg, 20, diz que o chatbot “colocou um alvo” na avó ao alimentar a fantasia delirante do pai. A OpenAI declarou estar analisando o caso e afirmou trabalhar para melhorar a detecção de sofrimento psicológico, orientando usuários para apoio profissional. O processo busca indenização, danos punitivos e medidas que impeçam o ChatGPT de validar delírios sobre terceiros. A ação afirma que o chatbot também direcionou a paranoia de Soelberg a desconhecidos, como um motorista do Uber Eats. O Wall Street Journal já havia relatado suas conversas cada vez mais perturbadoras com a IA.
Nos EUA, ao menos outras cinco ações por morte injusta desde agosto alegam que o ChatGPT contribuiu para suicídios. Entre elas, a dos pais de Adam Raine, 16, que dizem que o chatbot encorajou o filho a se matar. A OpenAI nega. Especialistas alertam que chatbots podem amplificar delírios em usuários vulneráveis. O advogado Jay Edelson afirma que o risco maior ocorre com pessoas mentalmente instáveis, que precisam de ajuda e não de validação de fantasias. Modelos como o GPT-4o, usado por Soelberg, foram criticados por serem “bajuladores” e dizerem ao usuário o que ele quer ouvir. O próprio CEO Sam Altman reconheceu que o modelo poderia piorar situações psiquiátricas frágeis. O novo processo também inclui a Microsoft como ré, alegando que ela participou da revisão e aprovação do modelo antes do lançamento público. Um documento interno obtido em outro caso indica que ambas as empresas compunham um conselho conjunto de segurança responsável por validar os modelos mais poderosos da OpenAI.
Há dez anos, em 12 de dezembro de 2015, 195 países aprovaram o Acordo de Paris na COP21, após intensa articulação diplomática francesa. O pacto mudou a percepção global sobre a crise climática ao estabelecer metas e parâmetros para limitar o aquecimento “bem abaixo de 2°C”, com esforços para 1,5°C, além da obrigação de publicar metas nacionais (NDCs). Também consolidou o princípio de “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”. Uma década depois, os dados mostram que o planeta segue rumo a 2,3°C–2,5°C até 2100. As emissões continuam crescendo, tornando provável o “overshooting”, quando o limite de 1,5°C só poderia ser perseguido com emissões negativas em larga escala — ainda inviáveis. Sem o acordo, porém, o mundo estaria no rumo de 3,9°C. A COP21 ocorreu semanas após os ataques terroristas em Paris. Hollande manteve o evento para demonstrar unidade, e mais de 150 líderes foram à abertura. A França estruturou uma operação sem precedentes, inclusive adotando a prática africana das “indabas” para destravar impasses. Um dos maiores debates envolveu o limite de 1,5°C, defendido por países vulneráveis. Para viabilizar consenso, os franceses criaram a redação “bem abaixo de 2°C”, com esforços pelo 1,5°C, aprovada apesar da oposição saudita.
O texto final enfrentou ainda uma disputa de última hora devido ao uso de “devem” em vez de “deveriam” em obrigações de países ricos. A solução encontrada foi alegar erro de digitação. Dez anos depois, o balanço é misto: o acordo impulsionou avanços econômicos e tecnológicos, mas não garantiu metas vinculativas e nem reduções suficientes. O aquecimento segue longe do controle e eventos extremos se intensificam. No ranking climático, a Dinamarca ocupa a melhor posição disponível (4ª); o Brasil aparece em 27º, e a Arábia Saudita, que não publicou sua NDC, está em último
CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF
O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ
FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP
TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA
CORREIO O POVO - PORTO ALEGRE/RS
DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT