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sábado, 26 de julho de 2025

SAIU NA FOLHA DE SÃO PAULO

Hélio Schwartsman

Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…" 

Hélio Schwartsman

Descrição de chapéu

Fome em Gaza

É inaceitável que Israel use comida como arma contra o Hamas; solução estável para guerra passa pelo fim de governo Netanyahu

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SÃO PAULO

As imagens de palestinos definhando falam por si. Não há justificativa moral para permitir que crianças morram de fome. Pouco importa que tenha sido o Hamas que deflagrou o atual ciclo de violência com os ataques de 7 de outubro de 2023, as forças israelenses que controlam as fronteiras de Gaza têm a obrigação de assegurar que comida chegue aos civis.

E teriam vários outros deveres estabelecidos em leis de guerra que vêm sistematicamente descumprindo. Ao fazê-lo cometem delitos de guerra e quase certamente também crimes contra a humanidade. Quanto à acusação de genocídio, fico com a sabedoria dos juízes de Nuremberg.

Uma criança está deitada em uma cama de hospital, coberta com um lençol e um cobertor colorido. Ela usa uma camisa azul e tem um curativo na cabeça. A criança parece estar recebendo cuidados médicos, com um tubo de oxigênio visível. O ambiente ao redor é de um hospital, com outras pessoas ao fundo.
O menino palestino Mosab Al-Debs, 14, que está desnutrido, segundo médicos, no hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza - Dawoud Abu Alkas - 22.jul.25/Reuters

Percebendo que o conceito de genocídio era muito mais uma encrenca política do que uma tipificação penal útil, preferiram não utilizá-lo no julgamento dos líderes nazistas, que foram condenados por crimes de guerra, contra a humanidade e contra a paz.

De lá para cá, a situação só piorou, porque o termo "genocídio" foi convertido em arma de propaganda. Quer você chame o que está acontecendo em Gaza de genocídio, quer escolha outros qualificativos, o fato é que não dá para aceitar que um Estado que se quer civilizado utilize comida como arma numa guerra.

A pressão internacional desencadeada pelas fotos de palestinos esquálidos parece ter surtido algum efeito. Israel anunciou que autorizará mais entregas de ajuda humanitária. Uma solução mais estável, contudo, passa pelo fim do governo de Binyamin Netanyahu, que já deu repetidas mostras de que coloca seus interesses pessoais (agarrar-se ao poder para adiar seu julgamento por corrupção) à frente de quaisquer outras considerações.

Hoje, a hipótese mais realista para a queda do governo não vem da carnificina em Gaza nem das falhas de segurança que permitiram o 7/10, mas de um racha dos setores mais extremistas da coalizão. Para seguir dando sustentação ao governo, os ultrarreligiosos exigem que seminaristas ortodoxos sejam isentos do serviço militar. Tal privilégio é firmemente rechaçado pela população e pelo Judiciário.

ISRAEL CONTROLA ENTRADA DE ALIMENTOS EM GAZA


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Um relatório interno da agência americana Usaid, dos Estados Unidos, concluiu que não há evidências de que o Hamas tenha roubado comida ou ajuda humanitária financiada pelos EUA em Gaza, contrariando alegações de Israel usadas para justificar o atual sistema de distribuição de suprimentos na região. O relatório da Usaid analisou 156 incidentes de roubo ou perda de comida paga pelos Estados Unidos, em Gaza, desde outubro/2023 e atribuiu 44 deles a ações do Exército israelense; nenhum dos casos pode ser ligado ao Hamas. O documento assegura que "não há relatos de que o Hamas" tenha sido beneficiado de suprimentos americanos. Desde o mês de maio, quando Israel passou a controlar totalmente a entrada de comida no território, a distribuição é feita através da Fundação Humanitária de Gaza, organização obscura e financiada por Washington e Tel Aviv. 
Apesar das conclusões, o Departamento de Estado dos EUA rejeitou o documento e alegou, sem provas concretas, que o Hamas rouba ajuda. A ONU e diversas ONGs criticam a Fundação Humanitária de Gaza, que centraliza a distribuição de comida sob controle israelense, acusando-a de parcialidade e risco à vida dos palestinos. Mais de mil pessoas já teriam morrido tentando acessar aos pontos de entrega. A crise humanitária se agrava, com mais de 700 mil pessoas sem se alimentar há dias e mais de 120 mortes por inanição. O secretário-geral da ONU, António Guterres, denunciou a inação internacional diante do sofrimento em Gaza. 



"INSANA" A SOBRETAXA DE TRUMP


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Al Gore
Durante a 15ª edição do Expert XP, em São Paulo, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, classificou como “insana” a sobretaxa de 50% imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros, a partir de agosto. Para Gore, a medida provavelmente não durará, mas reflete a influência das grandes corporações de combustíveis fósseis sobre o atual governo americano.

Gore destacou o papel estratégico do Brasil na transição energética global, afirmando que o país é o centro desse processo por ter quase 90% de sua matriz energética baseada em fontes renováveis. Segundo ele, o Brasil reúne uma combinação única de biodiversidade, recursos naturais e oportunidades econômicas ligadas à energia limpa.

O ex-vice-presidente explicou que sua gestora de investimentos, a Generation, que administra US$ 16,5 bilhões, pretende intensificar sua atuação no Brasil, inclusive com a instalação de um escritório no país. A empresa foca na transição energética justa e vê o Brasil como destino prioritário de seus investimentos.

Gore ressaltou também o potencial brasileiro na produção de aço e cimento verde, setores em expansão, impulsionados pela demanda por produtos com baixa pegada de carbono. Ele afirmou que investidores têm a chance de lucrar com essa tendência. Para Gore, o Brasil pode se tornar exemplo mundial ao mostrar que é possível crescer economicamente sem depender de combustíveis fósseis. 



A PALHAÇADA DE TRUMP: POPULISMO


A nova investida tarifária de Donald Trump, com alíquota de 50% sobre produtos importados do Brasil, é mais uma encenação política do ex-presidente norte-americano, travestida de estratégia econômica. Ao tentar justificar a medida como defesa do trabalhador e da indústria nacional, Trump ignora a complexidade do comércio internacional e repete a cartilha protecionista que fracassou em seu mandato anterior, além de não mostrar argumentos infactíveis para essa palhaçada que não tem mais fim. Na prática, o tarifaço atinge diretamente setores como o agronegócio brasileiro, responsável por boa parte das exportações de café, suco de laranja e aço para os EUA, além de empresas americanas. 

A medida, contudo, não protege o consumidor americano — que verá os preços subirem — e nem resolve os reais problemas da indústria local, como a falta de inovação ou competitividade. Tanto empresários americanos quanto brasileiros questionam essa antipática e ilegal medida trumpista. O presidente transforma temas técnicos em espetáculo político para mobilizar sua base eleitoral em um ano eleitoral decisivo, com eleição em 2026. Seu discurso inflamado contra a globalização e o “roubo” de empregos americanos é sedutor para parte da população, mas superficial e descolado da realidade econômica. Além de tudo isso, a imposição unilateral de tarifas mina acordos internacionais e fragiliza as relações comerciais com países estratégicos, como o Brasil. A retórica isolacionista compromete a confiança externa nos EUA como parceiro comercial estável e previsível; predomina então a imprevisibilidade, porque a cada momento o xerife americano inventa uma presepada, a exemplo, das perseguições a escritórios de advocacia, ou as exigência descabidas para as faculdades do país, além da picardia contra os emergentes, desestruturando famílias, muitas com documentação regularizada, mas posta em dúvida pela mente doentia de Donald Trump, que busca aparecer no mundo.

Em vez de resolver problemas estruturais, o tarifaço representa a velha tática do bode expiatório, em que o estrangeiro é o culpado por tudo. Trump oferece espetáculo, mas entrega insegurança, retrocesso e governo voltado para perseguição. Até mesmo entre americanos que sufragaram seu nome nas urnas, registram-se questionamentos sobre essas medidas incompreensíveis num mundo civilizado. Os Estados Unidos, no governo Trump, aparecem com provocações. Enfim, o mundo assiste, de novo, à palhaçada — agora com consequências ainda mais graves.

Salvador, 26 de julho de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.

EUA SERÃO PREJUDICADOS NA TARIFA TRUMP


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A Associação das Marcas de Bens de Consumo dos EUA, que reúne empresas como Coca-Cola, PspsiCola, Nestlé e Kellog, tenta convencer o governo Trump a negociar a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A entidade alerta que a medida pode prejudicar os consumidores americanos ao elevar o custo de itens essenciais, já que muitas empresas dependem de insumos do Brasil indisponíveis nos EUA. Produtos como café, polpa de eucalipto e cacau são considerados insubstituíveis. Em 2024, os EUA importaram quase US$ 4 bilhões desses produtos brasileiros.

O vice-presidente da associação, Tom Madrecki, defende que a Casa Branca precisa entender a importância desses insumos para as cadeias produtivas e que tarifas elevadas afetariam preços de alimentos e itens de higiene. Ele menciona que, como ocorreu com a Indonésia e o óleo de palma, o Brasil pode negociar exceções baseadas na ausência de alternativas nos EUA. Disse Madrecki: "Esses 10% são o que chamaríamos de recurso natural indisponível. É um ingrediente ou um insumo que fundamentalmete não pode crescer ou não está disponível nos EUA. Isso pode ser algo como café ou polpa de eucalipto, que é usada na fabricação de papel higiênico ou na fabricação de produtos de higiene menstrual, qualquer coisa que seja realmente absorvente".   

Empresas consideraram importar de outros países, como Vietnã e México, mas a substituição é difícil devido à qualidade inferior e preços variáveis. Madrecki acredita que o Brasil deve agir de forma estratégica e criativa na negociação. O governo brasileiro, por sua vez, tem buscado diálogo com os EUA, ainda que informalmente, já que as tratativas formais não foram abertas. O Brasil é fornecedor chave para os EUA em itens como suco de laranja (70% das importações), café (até 30%), açúcar (12%), carne bovina (9%), aeronaves e produtos químicos. Essa dependência reforça a pressão para evitar o tarifaço. 



TARIFAÇO DE TRUMP

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O tarifaço de 50% imposto por Donald Trump sobre todos os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto pode encarecer o café da manhã dos americanos. Isso porque os EUA dependem significativamente do Brasil para produtos como suco de laranja e café: 70% do suco de laranja importado pelos americanos vem do Brasil, assim como 34% do café. A cobrança da tarifa recai formalmente sobre os importadores, mas tende a ser repassada aos consumidores finais, elevando os preços e possivelmente gerando pressão interna contra a medida. Empresas como Johanna Foods já contestam a tarifa, e o Brasil estuda se aliar a importadoras americanas como estratégia de resposta. Entre janeiro e junho de 2025, os EUA compraram 16,6% das exportações brasileiras de café e 43,6% do suco de laranja. Já os ovos, mencionados em uma charge, tiveram aumento expressivo nas exportações brasileiras aos EUA devido a um surto de gripe aviária que afetou a produção americana.

Diante da ameaça de tarifa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros, o governo federal prepara ações para redirecionar as exportações do agronegócio, especialmente café, suco de laranja, carnes, frutas e pescados. A estratégia inclui abrir novos mercados na Ásia e Oriente Médio e ampliar exportações para países já parceiros. No curto prazo, os efeitos são limitados, segundo exportadores, que temem prejuízos com produtos já embarcados ou estocados. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima que o país pode perder até US$ 5,8 bilhões em exportações para os EUA. Onze senadores encaminharam documento assinado, classificando o ato de Trump de "claro abuso de poder" e asseguram que ele usa "a economia americana para interferir em favor de um amigo", referência a Bolsonaro. Na correspondência, os parlamentares dizem que a retaliação contribuirá para aumentar custos de produtos para famílias americanas.   


JUIZ, EM ESTÁGIO PROBATÓRIO, PERDE CARGO

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O Tribunal de Justiça do Amapá suspendeu o processo de vitaliciamento do juiz Hauny Rodrigues Diniz, ao fim do seu estágio probatório de dois anos. A suspensão ocorreu devido a processos disciplinares que ele enfrenta no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por mau comportamento funcional. Embora a comissão interna do TJ-AP, composta por três magistrados, tenha sugerido arquivar as reclamações, sob fundamento de que não foi identificado infração aos deveres funcionais, o presidente do tribunal, desembargador Jayme Henrique Ferreira, discordou, alegando que as dúvidas sobre sua conduta justificam a suspensão; o corregedor-geral, desembargador João Lages opinou pela efetivação do juiz no cargo, apesar de propor pelo prosseguimento do processo disciplinar. 

Diniz foi transferido de Macapá para Oiapoque, comarca distante 590 quilômetros da capital, após ser denunciado por suposto desacato ao promotor Benjamin Lax e ao advogado Renato Ney, durante uma audiência. O magistrado teria sido ríspido ao negar a autoridade do promotor em sala e cassado a palavra do advogado. A Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (Anamages) emitiu nota defendendo o juiz, acusando o promotor de tumultuar a audiência e de agir com desrespeito. A entidade alegou que a autoridade do juiz deve ser preservada e que o MP não deve ter prerrogativas superiores às das demais partes. Rechaçou a postura do promotor e da Associação do MP do Amapá, considerando a exposição do juiz ofensiva e incompatível com a ética institucional. Declarou apoio ao magistrado e prometeu medidas contra os responsáveis pela denúncia pública. 



MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 26/7/2025

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

Embaixada dos EUA endossa ataque a Moraes e confirma suspensão de vistos de ministros

Representação reproduz publicação do subsecretário de Diplomacia Pública dos Estados Unidos, Darren Beattie, sobre o ministro do STF, logo depois de ser divulgada resposta a advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ

Tarifaço de Trump tumultua logística na rota Brasil-EUA

Exportadores vivem tensão antes de 1º de agosto e antecipam envios por avião, congestionando terminais aéreos de carga

FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP

Associação que inclui Coca-Cola e Nestlé diz a Trump que tarifa sobre Brasil terá impacto para consumidor

Entidade diz que empresas de manufatura precisam de recursos naturais que vêm do país, como eucalipto e café

TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA

EUA preparam novas bases legais para 
justificar tarifa ao Brasil, diz agência

A medida seria necessária para impor a sobretaxa de 50% a um país 

cuja situação é diferente da de outros atingidos por tarifas recíprocas

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

Justiça condena Estado do RS a indenizar 
família atingida por enchente em Canoas

Essa foi a primeira sentença de mérito proferida pelo núcleo criado para julgar 

ações relacionadas à catástrofe climática 

DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT 

Aviso amarelo devido ao calor prolongado até terça-feira em 14 distritos 

Aviso amarelo estendido até às 00:00 de terça-feira em Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Évora, Faro, Guarda, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, 
Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.

sexta-feira, 25 de julho de 2025

RADAR JUDICIAL

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ISRAEL QUER ANEXAER CISJORDÂNIA

O Parlamento de Israel aprovou, por 71 votos a 13, uma moção simbólica defendendo a anexação da Cisjordânia, território palestino ocupado desde 1967. Embora sem efeitos legais imediatos, a medida sinaliza uma possível intenção futura de formalizar o controle israelense sobre a região. A proposta afirma que a Cisjordânia — chamada por Israel de Judeia, Samaria e Vale do Jordão — é parte inseparável da pátria histórica do povo judeu. Mencionando o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, o texto rejeita a criação de um Estado palestino e defende a aplicação da soberania israelense como uma questão de segurança nacional. A moção foi apresentada por membros do partido Likud, incluindo o deputado Dan Illouz e a ministra dos Assentamentos, Orit Strook, aliados do premiê Binyamin Netanyahu. A decisão contraria o entendimento internacional de que a Cisjordânia deve integrar um futuro Estado palestino. Governada parcialmente pela Autoridade Nacional Palestina, a região foi dividida em três zonas nos Acordos de Oslo, nos anos 1990, mas o plano de paz não foi concretizado. Hoje, cerca de 700 mil colonos israelenses vivem entre 2,7 milhões de palestinos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Com o enfraquecimento das perspectivas de paz, Israel expandiu os assentamentos e intensificou ações militares na região. Os palestinos veem esses assentamentos como um grande entrave à criação de seu Estado independente.

ATÉ VENEZUELA: TARIFA!

Sem aviso prévio, a Venezuela passou a cobrar imposto de importação sobre produtos brasileiros que deveriam ser isentos pelo Acordo de Complementação Econômica de 2014. O acordo prevê isenção para quase todos os itens, desde que acompanhados de certificado de origem. Em 2024, Roraima exportou US$ 144,6 milhões à Venezuela, principalmente farinha, cacau, margarina e cana-de-açúcar — todos teoricamente isentos. A medida pode ser uma falha no sistema ou uma decisão do governo venezuelano, suspeita Eduardo Ostreicher, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Venezuela. A Fier (Federação das Indústrias de Roraima) e o MDIC estão apurando o caso e em contato com autoridades. A embaixada brasileira em Caracas também busca esclarecimentos. Até o momento, o Itamaraty não se pronunciou.

PETIÇÃO COM JURISPRUDÊNCIAS FALSAS 

A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ/RO) manteve a condenação de um homem a seis anos, dois meses e 20 dias de prisão, em regime semiaberto, por dois roubos cometidos com uso de arma de fogo e em coautoria. Durante a apelação, a defesa apresentou petição com jurisprudências falsas e nomes fictícios de magistrados como “Fulano de Tal”. O relator, desembargador Francisco Borges, considerou o ato grave e eticamente reprovável, determinando o envio do caso à OAB/RO para possível responsabilização disciplinar do advogado, com base no Estatuto da Advocacia.

DEPUTADO CRITICA SEGURANÇA PÚBLICA

O deputado Tiago Correia (PSDB), líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia, comentou o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, destacando a presença massiva de cidades baianas entre as mais violentas do país. Ele atribui o cenário ao fracasso da política de segurança dos governos do PT, que comandam a Bahia há quase 20 anos. Segundo o parlamentar, o estado perdeu a guerra contra o crime e vive uma crise generalizada de segurança, tanto na capital quanto no interior. Criticou a falta de estratégia, o sucateamento da polícia e a insegurança da população. Destacou que o governo investe mais em propaganda do que em soluções reais. Defendeu a valorização das forças policiais e o uso de inteligência no combate ao crime. Propôs a criação de uma comissão especial na AL-BA para fiscalizar os índices de violência. Reforçou a necessidade urgente de reestruturação do modelo de segurança. Finalizou exigindo ações concretas que priorizem a vida e a prevenção.

BOLSONARO É CONDENADO

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado pelo TJDFT a pagar multa de R$ 150 mil por declarações feitas em 2022, quando disse que “pintou um clima” ao encontrar adolescentes venezuelanas “bonitinhas”. A decisão também proíbe Bolsonaro de usar imagens de crianças e adolescentes sem autorização, em campanhas, vídeos ou eventos, além de impedir que os constranja a fazer gestos violentos, como o de arma com as mãos. Também está vedado atribuir conotação sexual a situações envolvendo menores. Em caso de descumprimento, haverá multa de R$ 10 mil por infração. O MPDFT havia pedido R$ 30 milhões por danos morais coletivos, alegando uso indevido de imagens e incitação de crianças a comportamentos inadequados. Bolsonaro afirmou que suas falas foram tiradas de contexto.

VAZAMENTO NO PIX

Mais de 11 milhões de brasileiros podem ter tido dados vazados após um incidente de segurança no sistema Sisbajud, segundo o CNJ e o Banco Central. As informações expostas incluem nome, chave Pix, banco, agência e conta, mas não dados sensíveis como saldos ou extratos. O CNJ alertou que não entrará em contato com os afetados e que as consultas devem ser feitas pelo site oficial. O vazamento ocorreu entre os dias 21 e 22 de julho, foi rapidamente contido, e o sistema já voltou ao normal. O caso foi comunicado à Polícia Federal e à ANPD. Ao todo 11.003.398 podem ter tido dados divulgados.

Salvador, 25 de julho e 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.



FRANÇA PROMETE RECONHECER ESTADO DA PALESTINA

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O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou que o país reconhecerá oficialmente o Estado da Palestina, sendo o primeiro membro do G7 a tomar essa decisão. O anúncio formal será feito em setembro, na Assembleia-Geral da ONU. Macron afirma que a medida visa contribuir para a paz no Oriente Médio e o fim da guerra em Gaza, pedindo cessar-fogo, libertação de reféns e ajuda humanitária. Ele também defende a desmilitarização do Hamas e a reconstrução da Palestina, com garantia de segurança para Israel.

A decisão rompe com a tradição diplomática francesa de reconhecer a Palestina apenas após acordo com Israel, e aumenta a pressão europeia sobre o governo israelense. Israel reagiu negativamente, acusando a França de "recompensar o terrorismo". Outros países, como Espanha, Irlanda e Noruega, também reconheceram recentemente o Estado palestino.

Macron elogiou o presidente palestino Mahmoud Abbas por condenar o ataque do Hamas em outubro de 2023. Ele defende que a Autoridade Palestina reassuma o controle de Gaza, proposta rejeitada por Israel. O texto também relembra que Israel, sob Netanyahu, já apoiou o Hamas indiretamente como estratégia para dividir os palestinos e enfraquecer a criação de um Estado palestino unificado.

 

DANOS MORAIS COLETIVOS

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TRT 15ª REGIÃO
Em decisão unânime, a 5ª câmara do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região aumentou de R$ 160 mil para R$ 200 mil a indenização por danos morais coletivos contra uma empresa do setor agroindustrial. A ação civil pública foi ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). O Tribunal reconheceu que a empresa violou a intimidade e a dignidade dos empregados, que eram obrigados a tomar banho e trocar de uniforme sob supervisão em vestiários coletivos antes e depois do expediente. Segundo os autos, os trabalhadores ficavam nus ou em trajes íntimos na frente de colegas. A empresa defendeu-se, alegando que o procedimento era necessário, pois visava atender às normas sanitárias, relativas à "sanidade das aves". 
O TRT entendeu que isso não justificava o desrespeito à privacidade dos empregados. 

A juíza convocada e relatora Márcia Cristina Sampaio Mendes, destacou que a liberdade empresarial não se sobrepõe à dignidade humana, sendo possível adaptar o ambiente com, por exemplo, pelo menos 5 boxes individuais. Foram mantidas as determinações proibição de supervisores nos vestiários; obrigatoriedade de a empresa fornecer áreas individualizadas para banho e troca de roupa e a determinação vale para todo o território nacional, por se tratar de ação coletiva. Foi concedia à empresa o prazo de 120 dias para se adequar, devendo garantir privacidade total durante o procedimento. Considerando a gravidade das violações, a capacidade econômica da empresa e os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, fixou-se o valor em R$ 200 mil por danos morais coletivos.  


EMBAIXADA CRITICA MINISTRO


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A embaixada dos EUA no Brasil voltou a compartilhar mensagens do subsecretário de Diplomacia Pública, Darren Beattie, acusando o ministro Alexandre de Moraes (STF) de liderar uma campanha de perseguição e censura contra Jair Bolsonaro. Beattie afirmou que, sob a liderança de Trump e do secretário Marco Rubio, estão sendo tomadas providências — sem detalhá-las. No entanto, o visto de Moraes e de outros ministros do STF foi revogado, assim como o de seus familiares. A embaixada também republicou uma declaração de Rubio justificando a medida com base na defesa da liberdade de expressão, alegando que a atuação de Moraes ultrapassa as fronteiras brasileiras e afeta cidadãos americanos. Desde o retorno de Trump à presidência, a embaixada americana está sem embaixador no Brasil e tem adotado um tom mais agressivo nas redes sociais.

Além disso, publicou recentemente uma postagem no Instagram com referência ao filme E.T., orientando imigrantes ilegais a deixarem os EUA com ajuda do governo. A embaixada já havia anteriormente compartilhado outra ameaça de Beattie e uma carta de Trump ao presidente Lula anunciando sanções contra o Brasil em resposta a ações do STF e do governo.