A Justiça da Argentina condenou ontem, 8 o brasileiro Fernando Sabag Montiel a dez anos de prisão e Brenda Uliarte a oito anos, pela tentativa de assassinato da ex-presidente Cristina Kirchner, em 1º de setembro de 2022. A pena de Sabag Montiel foi unificada com uma anterior, de quatro anos, por posse e distribuição de material de abuso infantil, totalizando 14 anos. Antes da sentença, ele alegou irregularidades no processo e afirmou que “plantaram uma arma”. Uliarte optou por não se pronunciar. Os fundamentos da decisão serão divulgados em 9 de dezembro. Na noite do crime, Sabag Montiel se misturou a apoiadores de Kirchner e apontou uma pistola carregada a poucos centímetros do rosto dela, mas as balas não saíram. Ele e a namorada enfrentaram acusações de tentativa de homicídio qualificado, com agravantes por dolo, violência política e uso de arma de fogo. A promotoria pediu 15 anos para ele e 14 para ela. Sabag Montiel disse ter agido como “ato de justiça”. Imagens de segurança mostraram o casal em eventos de apoiadores, vendendo algodão-doce.
O atentado reacendeu lembranças da violência política na Argentina e gerou apoio a Kirchner. Javier Milei e Patricia Bullrich foram dos poucos políticos a não condenar publicamente o ataque. Sabag Montiel nasceu no Brasil, em 1987, e vive na Argentina desde 1993. Sua mãe é argentina, e o pai, chileno, já foi investigado no Brasil. O crime ocorreu quando Kirchner começava a ser julgada por corrupção. Condenada em 2022, teve a pena confirmada em 2025 e cumpre prisão domiciliar em Buenos Aires. Um terceiro suspeito, Nicolás Carrizo, foi inocentado por falta de provas. Durante o julgamento, os advogados de Kirchner pediram investigar os possíveis mentores do ataque, mas o tribunal rejeitou o pedido. Ela afirmou: “Querem que eu seja presa ou morta.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário