A Polícia Federal afirmou, em relatório parcial sobre a venda de decisões no STJ, que abrirá investigação autônoma sobre a relação do lobista Andreson de Oliveira Gonçalves com o grupo JBS. Segundo mensagens analisadas, Andreson disse ter recebido R$ 19 milhões para atuar em um processo ligado à companhia. O Coaf identificou valores da JBS ao escritório da advogada Mirian Ribeiro, esposa do lobista. O relatório, divulgado pelo Estadão e obtido pela Folha, aponta que Andreson teve acesso a minuta de voto da ministra Nancy Andrighi referente à J&F, controladora da JBS. Um servidor de seu gabinete, Márcio Toledo, foi exonerado. A ministra não é investigada e declarou confiar no esclarecimento dos fatos. A PF afirma que Andreson detinha acesso privilegiado a decisões internas do STJ e que a relação dele e de Mirian com a JBS será apurada separadamente. A JBS nega irregularidades e diz que pagamentos à advogada se referem a honorários comprovados.
Andreson cumpre prisão domiciliar em Primavera do Leste (MT). A defesa dele e de Mirian não se manifestou. O inquérito sobre venda de sentenças tramita no gabinete do ministro Cristiano Zanin, no STF. A PF diz que a permanência do caso no Supremo evita nulidades e garante a proteção das diligências. As investigações começaram após a morte do advogado Roberto Zampieri, em 2023, quando foram achadas conversas entre ele e Andreson sobre lobby e venda de decisões. A Operação Sisamnes apreendeu minutas de votos de ministros, e o STJ já exonerou um servidor.
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