Um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apontou que 64 mil crianças morreram ou ficaram feridas durante os dois anos da guerra na Faixa de Gaza. Entre as vítimas, há pelo menos mil bebês. A diretora-executiva da Unicef, Catherine Russell, disse que o número pode ser ainda maior, já que há crianças soterradas ou mortas por doenças evitáveis. A fome continua crítica, especialmente na Cidade de Gaza, e se espalha para o sul, onde as condições são terríveis. A Unicef informou que, desde sábado (4), 14 crianças morreram e pediu que Israel proteja civis e cesse os ataques. “Cada criança morta é uma perda irreparável. Esta guerra precisa acabar agora”, declarou Russell. A organização denunciou que Israel bloqueou a transferência de incubadoras de um hospital no norte para o sul de Gaza, o que obriga recém-nascidos a compartilhar máscaras de oxigênio. O porta-voz James Elder relatou que viu três bebês e três mães dividindo uma cama e uma fonte de oxigênio, revezando-se a cada 20 minutos. Israel negou as acusações e afirmou permitir o transporte de equipamentos médicos. O COGAT, órgão militar israelense, disse ter aprovado centenas de pedidos de comboios humanitários com alimentos, remédios e combustível.
A guerra entre Israel e o Hamas completou dois anos na terça-feira (7), com negociações de cessar-fogo em andamento. O plano, proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, busca encerrar o conflito iniciado em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas atacou Israel, matando mais de 1.200 pessoas e sequestrando 251. Desde então, mais de 60 mil palestinos morreram, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas. O premiê israelense Benjamin Netanyahu tenta equilibrar pressões internas e externas, enquanto o Hamas afirma aceitar libertar reféns e entregar o governo de Gaza, mas ainda mantém pontos em aberto. Israel diz que 48 reféns continuam sob poder do grupo, dos quais 20 estão vivos.
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