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terça-feira, 9 de setembro de 2025

TRUMP ENVOLVIDO NO CASO JEFFREY EPSTEIN

O Partido Democrata divulgou na segunda-feira, 8, uma suposta carta enviada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, ao bilionário Jeffrey Epstein. O documento contém um desenho de uma mulher nua e foi publicado em rede social. O conteúdo já havia sido revelado em julho pelo Wall Street Journal, que reproduziu apenas o texto. Na época, Trump negou a autoria, processou o jornal e pediu indenização de US$ 10 bilhões. Segundo o WSJ, a correspondência fazia parte de um álbum comemorativo produzido por Ghislaine Maxwell para os 50 anos de Epstein, em 2003, antes de sua prisão por abuso de menores. A carta exibe mensagem datilografada dentro da silhueta de uma mulher nua, com a assinatura “Donald” abaixo da cintura. O texto termina com: “Feliz aniversário — e que cada dia seja mais um maravilhoso segredo.”

De acordo com o WSJ, os democratas receberam cópia do arquivo diretamente dos advogados do espólio de Epstein. Em julho, Trump negou ter escrito ou desenhado a carta: “Nunca pintei um quadro na minha vida. Não desenho mulheres. Não é a minha linguagem.” Na segunda, os democratas disseram ter recebido uma série de arquivos ligados ao caso e que estão analisando o material. O deputado Robert Garcia afirmou que a carta atribuída a Trump está entre eles e acusou o presidente de tentar encobrir informações. Após a divulgação, o vice-chefe de Gabinete da Casa Branca, Taylor Budowich, questionou a autenticidade da carta e disse que a assinatura difere da usada por Trump. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, classificou o documento como falso: “Está muito claro que o presidente Trump não desenhou essa imagem e nem a assinou.” 

CAI GABINETE NA FRANÇA

A Assembleia Nacional da França confirmou na segunda-feira, 8, a queda do gabinete do premiê François Bayrou, após moção aprovada por 364 votos a 194. O próprio Bayrou havia convocado a votação, diante da rejeição ao seu projeto de austeridade para 2026. A derrota obrigou o premiê a entregar o cargo ao presidente Emmanuel Macron. Pouco depois, Macron anunciou que nomeará novo primeiro-ministro nos próximos dias. Outras opções seriam dissolver a Assembleia ou renunciar, o que anteciparia a eleição presidencial de 2027. Marine Le Pen (RN) afirmou que novas eleições legislativas são “obrigação” e que a crise abre espaço para alternância de poder. Enquanto isso, sindicatos preparam para hoje, 9, a paralisação Bloquons Tout, apoiada por 46% dos franceses, segundo pesquisa.

Bayrou, centrista de 74 anos, ficou apenas nove meses no cargo, após suceder Michel Barnier, que governou só três. A instabilidade reflete a ausência de maioria parlamentar desde 2024. Ele justificou sua aposta arriscada dizendo que “o maior risco é nada mudar”, comparando a França a um navio em naufrágio. Entre os cotados para substituí-lo estão Éric Lombard, Gérald Darmanin, Catherine Vautrin e Sébastien Lecornu, mas todos enfrentariam o mesmo problema de falta de apoio. O socialista Olivier Faure disse disposto a assumir, desde que haja aumento de impostos para os ricos, proposta rejeitada pela direita e por Bayrou, que chamou de “pensamento mágico”. A crise fortalece a ultradireita RN, favorita nas pesquisas para eleições legislativas e presidenciais. Se Le Pen for considerada inelegível, o nome forte será Jordan Bardella, seu pupilo de 30 anos. 

JUIZES PUNIDOS: 203

O número de juízes e desembargadores demitidos no Brasil entre 2006 e 2025 representa apenas 1% das punições aplicadas a magistrados, segundo levantamento da Folha com dados do CNJ e de 15 tribunais. Desde 2006, só sete foram demitidos. 
A pena máxima, a demissão, é rara porque só pode ocorrer após sentença judicial transitada em julgado. Em vez disso, aplica-se a aposentadoria compulsória, que mantém salários proporcionais ao tempo de serviço. Entre 2006 e 2025, 203 juízes receberam essa punição, mesmo após crimes graves, como venda de sentenças. Em 2025, o juiz Peter Eckschmiedt (TJSP) foi aposentado compulsoriamente após fraude, mas continuou recebendo R$ 90 mil mensais.

A aposentadoria compulsória corresponde a 31% das punições, enquanto 67% são de advertências ou censuras. Para servidores do Judiciário, também é raro haver demissões: apenas 741 em quase 20 anos, 0,03% do total. As punições a magistrados entraram no debate da reforma administrativa no Congresso. O relator Pedro Paulo (PSD-RJ) defende substituir a aposentadoria compulsória pela demissão via PAD no CNJ. A professora Cibele Franzese (FGV) diz que a vitaliciedade garante imparcialidade, mas a aposentadoria compulsória virou privilégio. Defende que juízes também possam ser demitidos após sentença definitiva. Já Fernando Fontainha (Uerj) critica o fim da aposentadoria compulsória, defendendo diversidade de penas e sugerindo alternativas, como reduzir os vencimentos pagos. 




DERROTA DE MILEI CAUSA QUEDA DO DÓLAR E DO PESO

A derrota do partido de Javier Milei nas eleições legislativas da província de Buenos Aires, no domingo (7), aumentou as dúvidas do mercado sobre o futuro do programa econômico do presidente. A Liberdade Avança obteve 33,8% dos votos, contra 47,2% da coalizão peronista Força Pátria, liderada por Axel Kicillof. Na segunda-feira (8), os títulos em dólar e o peso argentino caíram fortemente. O índice S&P Merval recuou 11% por volta das 14h. O peso oficial chegou a 1.450 por dólar, perto do teto da banda de 1.471. Nos bancos, o dólar variava entre 1.380 e 1.470 pesos. Títulos soberanos de 2035 caíram mais de 6%, enquanto o rendimento subiu a 12,8%. O risco-país, medido pelo Embi, chegou a 1.000 pontos-base. 

Buenos Aires, reduto peronista, representa quase 40% do eleitorado nacional. A derrota veio em meio a denúncias contra Karina Milei e à estagnação econômica desde fevereiro. Milei reconheceu a derrota, mas prometeu aprofundar as atuais medidas. “Economicamente nada mudará”, afirmou o ministro da Economia, Luis Caputo. Analistas, porém, apontaram que o discurso não acalmou o mercado. O Morgan Stanley retirou recomendação de compra de ativos argentinos. O JP Morgan alertou para risco político prolongado. A Cohen Financial destacou foco no dólar em detrimento da atividade econômica. A Max Capital avaliou que o governo precisará usar reservas para conter o câmbio. A consultoria 1816 lembrou que o Tesouro já vinha vendendo dólares, contrariando promessas. Esses fatores reforçam o clima de incerteza para as eleições nacionais de outubro. 

MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 9/9/2025

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

Dívidas sufocam universitários: mais de 35% estão no vermelho

Pesquisa da Serasa aponta que 35% dos estudantes estão devendo às instituições de ensino superior. Outro levantamento mostra que 34% dos jovens brasileiros de 18 a 35 anos adiaram o início da faculdade para apostar em bets

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ

Tarcísio agride democracia com radicalismo

Ao aderir à anistia e radicalizar discurso, ele perde eleitor moderado, 
de que depende para vencer em 2026

FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP

Tentativas de Trump de interferir em outros países para ajudar aliados não surtiram efeito

Governo dos EUA pressiona por absolvição de Bolsonaro e já defendeu Netanyahu, Le Pen e Uribe, sem resultados práticos Casa Branca também teve pouco sucesso em influenciar eleições

TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA

Jerônimo Rodrigues sanciona reajuste dos servidores públicos

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), sancionou um conjunto de leis que garante reajustes salariais e reestrutura carreiras no funcionalismo

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

Maduro volta a decretar Natal em outubro na Venezuela

Presidente disse que objetivo é defender o "direito à felicidade" e à alegria dos venezuelanos

DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT 

Lei laboral. CGTP e UGT pedem ação de Marcelo Rebelo de Sousa

Centrais sindicais alertam Presidente da República para o “retrocesso de direitos”. Reuniões avançam para a concertação social e o cenário de greve geral ainda não está posto de parte.

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

RADAR JUDICIAL

TIROS E MORTES EM JERUSALÉM

Seis pessoas morreram e 10 ficaram feridas em ataques a tiros, em Jerusalém, no dia de hoje. A agressão deu-se na entrada do bairro Ramot, no leste da cidade, onde Israel anexou parte de área palestina. Os dois criminosos atiraram contra pessoas que estavam em ponto de ônibus. A polícia informou que "um agente das forças de segurança e um civil presentes no local reagiram imediatamente. Eles responderam e neutralizaram os agressores". O Hamas não assumiu a autoria e declarou que os agressores eram palestinos. Informou o Hamas: "Afirmamos que esta operação é uma resposta natural aos crimes da ocupação e ao genocídio que está sendo cometido contra nosso povo".   

MINISTÉRIO PÚBLICO ABRE CONCURSO

As inscrições preliminares para o concurso público do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios estão abertas até o dia 7 de outubro e poderão ser feitas pelo site do órgão. O certame presta-se para preencher 10 vagas de promotor de justiça adjunto, além do cadastro de reserva e a remuneração situa-se em R$ 37.765,56. Bacharéis em direito com o mínimo de três anos de atividade jurídica poderão inscrever-se. O percentual de 30% do total de vagas serão destinadas aos autodeclarados pretos, pardos, indígenas e quilombolas e os deficientes terão 10% das vagas. O candidato deverá pagar R$ 377,65 como taxa de inscrição. O concurso contará com provas escritas, orais e de títulos e o prazo de validade será de dois anos.

INDONÉSIA COMPRA CARNE DO BRASIL

A Indonésia oficializou a habilitação de mais 17 frigoríficos do Brasil para exportar carne bovina ao país, informou o ministério da Agricultura brasileiro nesta segunda-feira (8). Com a decisão, 38 estabelecimentos brasileiros estão autorizados a atender ao mercado indonésio, disse a pasta, o que representa um aumento de 80% no número de frigoríficos habilitados. "A expectativa é de que as novas habilitações ampliem o volume e a diversidade dos embarques, reforçando a posição do Brasil como um dos principais fornecedores do Sudeste Asiático", afirmou o ministério, em comunicado.

NO 7 DE SETEMBRO: BANDEIRA AMERICANA

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, criticou os atos de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) no 7 de Setembro, chamando atenção para o uso de bandeira dos EUA na avenida Paulista. Ele afirmou nunca ter visto, em celebração de independência, políticos erguerem a bandeira de outro país. Segundo o ministro, os EUA adotam medidas que prejudicam a economia brasileira. Em julho, Donald Trump anunciou sobretaxa de 50% sobre o Brasil, condicionando negociações ao fim do julgamento de Bolsonaro por golpe de Estado. O Planalto e o STF rejeitam essa exigência. Em Brasília, Lula participou da cerimônia oficial, marcada pela ausência de ministros do STF. Rui Costa disse que o 7 de Setembro reafirma soberania e independência. Ele destacou que a data revelou quem está ao lado do povo brasileiro. O governo definiu os temas "Brasil dos Brasileiros", "Brasil do Futuro" e a COP30, com bonés e música de Margareth Menezes. Paralelamente, a esquerda promoveu o ato "Grito dos Excluídos" em várias capitais.

TRIBUNAL CONCEDE PRAZO A CARTÓRIO 

O Tribunal de Justiça da Bahia concedeu novo prazo de 60 dias para que o Cartório de Registro Civil e Tabelionato de Notas de Formosa do Rio Preto cumpra recomendações de inspeção. A decisão foi do juiz assessor Moacir Reis Fernandes Filho, que considerou as justificativas da delegatária. Ela alegou dificuldades financeiras e logísticas para adquirir e instalar equipamentos exigidos. O custo estimado é superior a R$ 25 mil, incluindo materiais e mão de obra especializada. A serventia afirmou não ter rendimentos compatíveis e depender de renda mínima em 2025. Também relatou a ausência de profissionais e comércio local para o serviço. Os técnicos precisam se deslocar de Barreiras, distante mais de 300 km. A delegatária havia pedido 180 dias para cumprir as exigências. O juiz, porém, concedeu apenas 60 dias de sobrestamento. Após o prazo, o cartório terá 10 dias para atualizar informações no sistema PjeCor ou por e-mail.


Santana/Ba, 8 de setembro de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
   Pessoa Cardoso Advogados.



MILEI É ESMAGADO PELO PERONISMO

Javier Milei havia prometido enterrar o peronismo antes das eleições na província de Buenos Aires, mas os resultados não lhe agradaram. 
Com 80% dos votos apurados, a coalizão peronista Força Pátria, de Axel Kicillof, obteve 46,93%, contra 33,85% de A Liberdade Avança. A província concentra 40% do eleitorado argentino, e o governo Milei esperava ao menos um empate técnico. Mais de 60% dos eleitores compareceram às urnas. O peronismo venceu em 6 dos 8 distritos. Milei havia nacionalizado a disputa, após vitórias legislativas em Buenos Aires capital. Com inflação sob controle e Cristina Kirchner em prisão domiciliar, o presidente via chance de esmagar o kirchnerismo. Porém, o escândalo dos áudios de Diego Spagnuolo revelou suposta corrupção ligada a Karina Milei. O caso, chamado de “karinagate”, estourou em meio à estagnação econômica, alta de juros e intervenção no câmbio.

A popularidade de Milei caiu para 39%, segundo pesquisa Trespuntocero. Karina foi votar sob escolta em Vicente López, limitando-se a incentivar a participação. Cristina Kirchner criticou o governo em rede social, associando o escândalo ao descaso com deficientes. Os mercados reagiram com tensão: o índice Merval caiu mais de 14% em agosto. Foi a primeira eleição provincial separada das legislativas nacionais desde a redemocratização. Kicillof disse que o governo precisa ouvir as urnas. Pesquisas já indicavam vantagem do peronismo. O resultado antecipa a batalha das eleições nacionais de outubro. Milei acumula derrotas no Congresso, ameaçando sua agenda de cortes. A oposição no Senado derrubou veto presidencial e aumentou verbas para saúde e educação. A derrota expõe fragilidade política do governo. E mostra que o peronismo mantém força em seu principal bastião. 

GOVERNADOR DE SÃO PAULO

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu ontem, 7, em ato bolsonarista na avenida Paulista, uma anistia "ampla e irrestrita". Disse que Jair Bolsonaro deveria poder disputar 2026 e eventual condenação será sem provas. O ato reuniu cerca de 42 mil pessoas e teve discursos emotivos, como os de Michelle Bolsonaro, que chorou, e do pastor Silas Malafaia. O evento ocorre às vésperas do fim do julgamento no STF da trama golpista, que deve condenar Bolsonaro. Ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio já havia apoiado a postura negacionista do ex-presidente na pandemia. Na Paulista, pressionou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar anistia aos condenados de 8 de janeiro. Chamou o julgamento de “injusto”, criticou Alexandre de Moraes e disse que a delação de Mauro Cid foi obtida sob coação. Afirmou que o STF exerce “ditadura de um Poder sobre o outro” e ecoou os gritos de “fora, Moraes” da multidão, chamando o ministro de ditador. Segundo Tarcísio, “ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes”.

Enquanto isso, Bolsonaro acumula histórico de ataques às instituições, questionamento das eleições e ameaças de não cumprir decisões do STF. Após a derrota em 2022, incentivou acampamentos golpistas que culminaram nos atos de 8 de janeiro. Também se reuniu com militares e aliados para discutir formas de anular as eleições. Saudosista da ditadura militar, já foi condenado pelo TSE por ataques ao sistema eleitoral. Atualmente está inelegível até 2030 e réu no STF pela trama golpista. Pode ser condenado por crimes como golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de Direito, organização criminosa armada e dano ao patrimônio. As penas podem ultrapassar 40 anos de prisão.

ADVOGADO CHAMA JUIZ DE COVARDE

Advogado de trabalhador foi multado em 2% do valor da causa após chamar magistrado de covarde em embargos de declaração. 
O juiz do Trabalho Mario Vivas de Souza Durando, da 1ª Vara de Juazeiro/BA, considerou a conduta grave violação ao Estatuto da OAB. Um trabalhador havia ajuizado ação pedindo reconhecimento de vínculo empregatício. O pedido foi julgado improcedente em 1ª instância e confirmado pelo TRT da 5ª região. Em embargos de declaração, o Tribunal reconheceu nulidade parcial e determinou reabertura da instrução para ouvir testemunhas. Mesmo após nova fase probatória, o juiz Mario Vivas julgou a ação novamente improcedente em julho de 2025. Inconformado, o advogado apresentou novos embargos. Segundo o magistrado, a peça continha linguagem ofensiva, extrapolando limites éticos e processuais.

O juiz destacou termos como “abuso de autoridade”, “ato irresponsável”, “covarde” e “bagunçar a ordem processual”. Também foram usadas expressões como “revestido de abuso da toga”, imputando ataques pessoais ao julgador. Para o magistrado, houve grave violação dos arts. 2º e 31 do Estatuto da OAB. A utilização de adjetivos desqualificadores e insinuações de parcialidade comprometeram a finalidade dos embargos. Ele frisou que a peça buscava transformar o processo em instrumento de ataque pessoal. A conduta, além de desrespeitosa, fere a independência judicial e a dignidade da advocacia. Diante disso, os embargos foram rejeitados. O juiz aplicou multa de 2% sobre o valor da causa. Determinou ainda a comunicação do episódio à OAB/BA.O objetivo é que a entidade apure a responsabilidade disciplinar do advogado. 

ASSESSOR DE TRUMP DEFENDE INDEPENDÊNCIA DO FED

Kevin Hassett, um dos principais assessores de Donald Trump e cotado para presidir o Federal Reserve, afirmou que o banco central deve ser “totalmente independente de influência política”, inclusive do próprio presidente. Segundo Hassett, a política monetária precisa estar livre de interferências políticas, pois países que permitiram controle governamental sobre seus bancos centrais acabaram enfrentando inflação e prejuízos aos consumidores. Trump tem pressionado publicamente o Fed para reduzir as taxas de juros de forma imediata, além de criticar o atual presidente da instituição, Jerome Powell, por sua condução da política monetária.

Essas atitudes levantaram dúvidas sobre a autonomia do banco central na definição de juros sem considerar os desejos da Casa Branca. Outro episódio polêmico foi a tentativa de Trump de demitir a diretora do Fed, Lisa Cook, que contestou a medida judicialmente. O mandato de Powell termina em maio de 2026. Trump já tem uma lista de possíveis sucessores, entre eles Hassett, o ex-diretor Kevin Warsh e o atual diretor Christopher Waller. Apesar da especulação sobre sua candidatura, Hassett afirmou não ter planos de reformar o Fed no momento, ressaltando estar focado em suas funções atuais. 

MAIOR ATAQUE RUSSO À UCRÂNIA

A Rússia lançou ontem, 7, o maior ataque aéreo, desde o início da guerra, disparando mais de 800 drones e mísseis contra a Ucrânia. Ao menos cinco pessoas morreram, incluindo um bebê, e dezenas ficaram feridas. Um edifício do governo em Kiev foi atingido, o primeiro alvo oficial desde 2022. O prédio, símbolo da capital, ficou em chamas e a fumaça era visível a quilômetros. Outros bairros também sofreram danos e moradores precisaram abandonar suas casas. O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou novas sanções à Rússia e tenta intermediar negociações de paz. Zelenski pediu uma “resposta forte” e conversou com Emmanuel Macron. Os ataques atingiram também Zaporíjia, Odessa, Krivii Rih, Sumi e Tchernihiv. Em Krementchuk, uma ponte sobre o rio Dnipro foi destruída. Segundo a Força Aérea, a Rússia lançou 805 drones Shahed e 17 mísseis. Cerca de 60 drones e nove mísseis conseguiram escapar das defesas aéreas.

Em Zaporíjia, uma pessoa morreu e 17 ficaram feridas. Em Kiev, o corpo de um bebê foi retirado dos escombros de um prédio residencial. Alarmes aéreos duraram mais de 11 horas. Esse foi o maior número de drones já usados pela Rússia em um ataque, superando o recorde de julho (728 drones). Moscou afirmou ter atacado infraestrutura militar e de transporte, negando alvos civis. Já a Ucrânia atingiu o oleoduto Drujba, em Briansk, provocando incêndio. O ataque ocorreu três dias após líderes europeus se reunirem em Paris para discutir garantias de segurança à Ucrânia. Macron disse que 26 países estão dispostos a integrar uma força de paz. A Rússia condiciona o cessar-fogo à retirada ucraniana de territórios em Donetsk, exigência rejeitada por Kiev. 

SEM PIEDADE: ISRAEL DESTRÓI GAZA

Setecentos dias após o ataque de 7 de outubro de 2023, os bombardeios em Gaza intensificam-se. Na sexta-feira (5), o Exército israelense destruiu uma torre residencial no centro da cidade e anunciou novas ofensivas. Moradores aterrorizados começam a obedecer às ordens de evacuação. Segundo os militares, a população foi alertada previamente para “limitar danos aos civis”. Israel afirma que o Hamas utilizava a torre como base de operações. A construção desabou, marcando o início da “guerra das torres”, como descreve Eyad Amawi, de ONGs locais. Em Gaza, uma torre abriga até 200 apartamentos, e sua destruição deixa centenas de famílias sem casa. Amawi relata que explosões também devastam prédios vizinhos, apagando bairros inteiros. Ele define a estratégia como controle pelo medo e pela destruição, forçando deslocamentos contínuos.

A crise humanitária se agrava: moradores não sabem se permanecem sob risco ou fogem sem destino. Souheila, deslocada quatro vezes, perdeu tudo. “Saímos sem roupas ou sapatos. Dormimos no chão, sem colchão, mas o medo das bombas era insuportável”, diz. Outros buscam refúgio no sul, mas muitos não têm recursos. Abderrahmane, de Jabalia, pagou mil shekels para se deslocar apenas sete quilômetros. Hoje vive em tenda, com água precária e medo constante. O Exército israelense afirma controlar 75% da Faixa de Gaza e 40% da cidade de Gaza. Pretende tomar a capital, último reduto do Hamas. Segundo um comandante, até 1 milhão de pessoas podem ser forçadas a deixar o território rumo ao sul.