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terça-feira, 14 de julho de 2015

CORREGEDORA QUER CONTINUAR

Os desembargadores Vilma Costa Veiga, corregedora das comarcas do interior, e Clésio Carrilho Rosa, integrante da Câmara do Oeste, ambos na Bahia, ingressaram com ação judicial para que os efeitos da Emenda Constitucional n. 88/2015 atinjam-lhes e impeçam a aposentadoria compulsória aos 70 anos. 

O mandado de injunção requerido pelo des. Clélio, distribuído para a desa. Lisbete Teixeira, foi indeferido sob o fundamento de impertinência subjetiva do Estado da Bahia, da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Justiça. A mesma ação iniciada pela Corregedora está com o des. Gesivaldo Nascimento Brito que deverá despachar nas próximas horas. 

Em Pernambuco, o des. Nivaldo Mulatinho Filho conseguiu liminar em Mandado de Segurança para permanecer no cargo, mesmo após ter completado 70 anos em 8/5/2015, mas o STF suspendeu imediatamente seus efeitos; no Rio de Janeiro, os deputados estaduais aprovaram projeto encaminhado pelo Tribunal local, PEC n. 01/15, aumentando a idade para aposentadoria compulsória dos juízes do estado; também o STF suspendeu os efeitos da PEC n. 01/15.

O desembargador Pedro Cauby Pires de Araújo, do Tribunal de Justiça de São Paulo, conseguiu o benefício da liminar em Mandado de Segurança, porque teria de aposentar-se no dia 26/5/2015, quando completou 70 anos. O desembargador Roberto Mortari, relator, em certo trecho da decisão diz: “E a solução que se impõe, diante da violação do primado constitucional da isonomia, é a extensão do direito a todos os magistrados que o reclamarem”. Também o STF suspendeu a decisão. 

Tramitam no Congresso Nacional dois projetos para regulamentar o novo dispositivo constitucional e um deles já foi aprovado, em primeira votação, pela Câmara dos Deputados, no sentido de que a Emenda Constitucional n. 88/2015 seja extensiva a todos os funcionários públicos, inclusive magistrados, promotores, procuradores e defensores públicos, estes últimos que não eram incluídos no projeto original. 

Por outro lado, a Associação dos Magistrados Brasileiros, AMB, questionou na Câmara dos Deputados a aprovação do Projeto, sob fundamento de que, para os magistrados, necessário que a origem de qualquer lei seja do STF. Os deputados desconsideraram esse argumento e, em primeira votação, foi votado e aprovado. Aguarda-se a nova votação para seguir para o Senado Federal.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

PENA DE MORTE: 406 ANOS ATRÁS.

O exercício da jurisdição no Brasil só se inicia, quando o Estado assume a responsabilidade para dizer o direito. No Brasil Colônia, a jurisdição não era estatal, mas de ordem privada, porque os donatários das Capitanias recebiam de Portugal amplos poderes para governar o território que lhes eram entregues; esses senhores feudais diziam o direito das partes em todos os níveis, seja cível ou crime, administrativo ou militar; na área familiar, por ocasião da monarquia, delegava-se a competência jurisdicional para o “poder” eclesiástico, sempre presente no estado português e brasileiro. A legislação aplicada era as Cartas de Doação e as Cartas Forais; posteriormente, as Ordenações Reais, vigentes em Portugal.

As Capitanias eram completamente separadas umas das outras, ao ponto de serem consideradas como se fossem estados estrangeiros. Registre-se que, por esses tempos, a população era bastante pequena; os núcleos urbanos mais habitados situavam-se em Olinda, 700 habitantes, Bahia e Rio de Janeiro, com 500 cada. A população de todo o Brasil, em 1584, beirava 200 mil pessoas, nos ensinamentos de Darcy Ribeiro. 

A pena de morte existiu no Brasil colônia, na época das Capitanias Hereditárias, no Império e até na República, Constituição de 1937. As Ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas destacavam-se pelo rigor de suas penas e a pena de morte era contemplada para a maioria das infrações; a execução se processava de variadas formas: mutilação física, com uso da espada, pelo esquartejamento do condenado, em fogueira, corpo amarrado na boca de um canhão, etc. 

Conta-se que Frederico, o Grande, da Prússia, ao tomar conhecimento do Livro V das Ordenações, no século XVII, indagou se ainda havia gente viva em Portugal.

Tomé de Souza exerceu o poder de punir com rigor. Em 1549, por ter matado um colono, um índio foi amarrado à boca de um canhão que, acionado, atirou o corpo do criminoso pelos ares aos pedaços, em decomposição; esta foi a pena aplicada pelo próprio governador diante do crime cometido pelo índio.

Os índios, os escravos e os peões eram os que recebiam castigos mais duros. Dois franceses, presos no sul do país, receberam penas brandas. Tomé de Souza justificou assim para o rei: “Não os mandei enforcar porque tenho necessidade de gente que não me custe dinheiro”. 

As Ordenações do Reino, na parte penal, vigoraram, no Brasil, até o ano de 1830; a legislação previa penas que iam da mutilação física até à morte. Esses e outros castigos, como o degredo, ofereciam algumas dificuldades para serem executadas, de natureza técnica, por causa dos conflitos de competência; no terreno da prática, porque havia deficiência logística; além desses problemas, o rei era pródigo no uso do perdão, ou “medidas de graça”.

Somente em meados do século XVIII, o direito penal torna-se instrumento de punição efetiva; Carta de Privilégio de D. João III estabelecia que qualquer pessoa que estivesse “ausente” não poderia ser presa nem executada, não alcançando o ato os crimes de heresia, traição, sodomia e moeda falsa. É que o degredo para o Brasil já constituía em grave punição e era pena largamente aplicada pelos Tribunais e pela Inquisição. 

O governador de Pernambuco, entre 1774 e 1787, José César de Menezes, mandou matar um criminoso, “Cabeleira”, apesar de contar com apenas um voto entre os membros da junta, criada na Capitania em 1735; Pinto Madeira, em Crato, no Ceará, em 1834, por ser autor de um assassinato, não teve o direito de recorrer da sentença de pena de morte que lhe foi imposta, apesar de contemplado o direito de reexame na legislação; em novembro de 1822, foram executados, sem processo algum, mais de cinqüenta negros, por determinação do general francês Labatut, no comando do Exército Pacificador da Bahia. 

Conta-se que Bernardo Vieira de Melo, governador e capitão mor da Capitania do Rio Grande do Norte, após suspeitar traição praticada por sua nora, condena-a a morte e a pena é executada, sem pronunciamento judicial. 

D. João VI, ao ser coroado rei, em 1818, concedeu perdão a todos os presos, remanescentes da revolução pernambucana de 1817, evitando a morte de 83 presos. 

O fim formal da pena de morte aconteceu com a Constituição de 1891, apesar de ter sido contemplada, ainda que por pouco tempo, na República, em 1937. O Código Criminal, 1830, não a excluiu, mas sua aplicação ficou limitada a casos de homicídio, latrocínio e rebelião de escravos; aboliu-se os espetáculos circenses e passou-se a julgar, através de um conselho de jurados, composto de doze cidadãos. A decisão condenatória da pena de morte não reclamava unanimidade de votos dos jurados, nem comportava qualquer recurso; posteriormente, é que se admitiu pedido de graça, concedida pelo imperador. Era considerada fundamental para controle da escravatura e para proteção de seus proprietários, porque o assassinato constituía ameaça constante dos escravos contra seu senhor; em 1835, uma lei criou um estatuto jurídico criminal específico para os escravos; nele ficou estabelecido que os escravos seriam condenados à morte se fizessem qualquer grave ofensa física aos seus senhores, sua mulher, seus descendentes e seus ascendentes; mais tarde, a pena máxima tornou-se fato político sério e difícil para o império, diante da pressão abolicionista, tanto no âmbito interno quanto externo. 

O último enforcamento de um escravo por crime comum, no Brasil, deu-se em Alagoas, em 1876. 

Os relatos sobre a aplicação das penas criminais, mesmo na vigência das Ordenações do Reino, não se mostraram tão drástica contra criminosos da elite. Havia, como nos tempos atuais, contemplação, quando a infração fosse praticada por um fidalgo; ainda hoje as cadeias prestam-se para receber criminosos, mas quando pobres e negros. 

No Brasil colônia, o pelourinho era símbolo maior da justiça criminal e monumento existente até nas vilas. 

Londres, 23 de julho de 2015.

Antonio Pessoa Cardoso.
Pessoa Cardoso Advogados.

domingo, 12 de julho de 2015

OLD BAILEY

Old Bailey, como é conhecido o Tribunal Central Criminal ou Central Criminal Court, em Londres, na Inglaterra, presta-se para julgar crimes praticados em Londres e no País de Gales, podendo aceitar casos de outras cidades para decidir, em caráter excepcional. Geralmente, os crimes apreciados nessa Corte são de natureza grave. 

Os policiais da Scotland Yard que mataram o brasileiro Jean Charles de Menezes, em julho de 2005, foram julgados pelo Old Bailey, mas a família não ficou satisfeita com o resultado e recorreu à Corte Europeia, que iniciou a apreciação do recurso. 

O acesso à Corte de Justiça é permitido a qualquer cidadão, mas a segurança é bastante rígida; passa-se por dois pontos antes de adentrar em qualquer um dos salões; o primeiro é para ingressar no prédio e o segundo para acessar ao local onde se realiza a instrução do processo. O cidadão obriga-se a deixar seus pertences numa agência de viagem, que nada tem a ver com o Tribunal, apossa-se de um recibo, retorna ao prédio, onde os dois seguranças exigem retirar cinto, sapato, relógios e submeter-se ao detector de metais; sobe pela escada para um andar superior e, numa segunda oportunidade é abordado por outro policial, já na entrada da sala de audiência; aí recebe algumas recomendações e dirige-se para a galeria. 

Nessa galeria, no alto, que comporta em torno de 50 pessoas, visualiza-se o juiz e seu secretário, portados numa parte superior do salão, onde estão os advogados; essa área tem capacidade para receber aproximadamente trinta advogados; à direta do juiz estão os doze jurados, formados por cidadãos ingleses; também na parte posterior, atrás dos advogados, num ponto alto, posicionam-se os réus com um segurança, isolados em espaço fechado por vidros. A tradicional peruca usada, inicialmente pelos monarcas britânicos, passou a ser ornamento na cabeça dos magistrados e advogados; recentemente, foi abolida essa tradição no meio cível; atualmente, apenas os advogados e juízes criminais utilizam as perucas brancas feitas de crina de cavalo. 

Os juízes, advogados, jurados e os réus, todos têm à sua frente um computador e cópia de todo o processo, de forma que podem acompanhar a instrução do processo. 

Os magistrados, na Inglaterra, são selecionados entre os advogados mais experientes e nada tem de parecido com o sistema brasileiro, mesmo porque não há concurso para a habilitação, mas faz-se observação sobre o currículo do candidato, apreciação da experiência profissional e entrevistas. Também a instituição do Ministério Público é bem diferente da entidade brasileira. Aqui é a Procuradoria da Coroa, Crown Prosecution Office, independente, mas vinculada ao Executivo que representa o Estado para atuar em matéria criminal. Particulares e outros órgãos públicos possuem também essa atribuição. 

Essas foram as impressões que tive na visita que fiz a Old Bailey de Londres. 

Londres, 12 de julho de 2015.

Antonio Pessoa Cardoso.
Pessoa Cardoso Advogados.

CENTRAL CRIMINAL COURT


O ingresso na Central Criminal Court é complicado, porque exigem a guarda de todo material que portar, iphone, água e outros, em local que nada tem a ver com a Old Bailey. A participação do juiz é bastante restrita e só atua, quando houver alguma dúvida.
O respeito devotado à Justiça, na Inglaterra, causa inveja ao magistrado brasileiro, que a todo momento é desrespeitado pelo próprio governo. 

OLK BAILEY EM LONDRES

A Central Criminal Court, conhecida como Old Bailey, julga processos criminais, em procedimento bem diferente do que  se processa no Brasil. São sempre exigidos jurados; advogados e juiz usa a tradicional peruca do magistrado inglês. 

TRIBUNAL CRIA SEMANAS DO JÚRI

O presidente do Tribunal de Justiça da Bahia criou as Semanas Estaduais do Júri, destinadas ao julgamento de ações de homicídio, iniciados até o ano de 2009. Recentemente, na II Semana Nacional do Júri, da qual participaram os 27 tribunais do Brasil, realizada entre os dias 13 e 17 de abril, a Bahia julgou 293 ações criminais.

Diante do grande número de processos envolvendo homicídio doloso, o Tribunal criou a Semana Estadual do Júri que ocorrerão em quatro períodos: 17 a 21 de agosto; 21 a 25 de setembro; 19 a 23 de outubro e 16 a 20 de novembro.

sábado, 11 de julho de 2015

STF MANTÉM DECISÃO DE MENORIDADE

Um grupo de 100 deputados, descontentes com a aprovação, pela Câmara dos Deputados da PEC 171/93 para diminuir a maioridade penal para 16 anos, recorreram ao Supremo Tribunal Federal para suspender a segunda votação. Alegaram que a votação só poderia ocorrer na próxima sessão legislativa, em 2016, vez que decidida e rejeitada na véspera da aprovação. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, informou que poderia ser apreciada, porque rejeitado o texto substitutivo e o projeto original só pode ser arquivado se não aceito o original. 

Todavia, o ministro Celso de Melo, relator do Mandado de Segurança, negou a liminar, sob o fundamento de que não há urgência nem lesão irreparável. Disse na decisão: “Não vislumbro ocorrente, ao menos neste momento, o requisito concernente ao “periculum in mora”, pois tenho presente que as declarações emandas de agentes públicos, como o eminente Presidente da Câmara dos Deputados, gozam, quanto ao seu conteúdo, da presunção de veracidade”.

A CORTE EUROPEIA DE DIREITOS HUMANOS

Na Europa, existem várias cortes para solucionar conflitos entre os países ou mesmo violações a direitos de seus cidadãos, praticados pelo Judiciário local. A função principal é fazer respeitar a Convenção Europeia de Direitos Humanos, assinada em 1950, contando com a participação de vários países europeus.

Em 1993 foram registrados 2037 reclamações levadas à Corte e esse número subiu para 4.750 em 1997 e ultimamente, devido ao crescente aumento de casos, assinou-se um Protocolo de n. 11, reformando o mecanismo de controle, criando um novo Tribunal, que passou a funcionar a partir de 1998. O número de juízes varia de acordo com a quantidade de países aderentes, atualmente 41, e são eleitos pela Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, para mandatos de seis anos.

O Tribunal é dividido em quatro Câmaras e um dos seus membros é eleito presidente; cada Câmara cria um comitê de três juízes, pelo período de um ano, aos quais são reservadas a competência para filtrar os casos que devem ser apreciados pela Corte. As decisões são formalizadas através de acórdãos, sempre por maioria de seus membros. 

O Reino Unido considera a Convenção como uma constituição em miniatura e exatamente por esse motivo, tratar de direitos básicos, fazem-se sempre referência à Convenção. 

A Corte Europeia, sediada em Estrasburgo, condenou, recentemente, a Polônia, porque a Justiça local tem sido muito lenta nas definições das reclamações dos jurisdicionados daquele país. Essa mesma Corte está analisando o caso do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto no metrô de Londres, em 22/7/2005, porque a polícia britânica confundiu com um terrorista; a família de Jean recorreu ao Tribunal internacional, depois que a Justiça da Inglaterra absolveu os policiais, por falta de provas e considerando que houve legítima defesa.

Outro caso que está em discussão é sobre o direito de os deputados protestarem no Parlamento, através de cartazes durante a votação de projetos de leis. Deputados húngaros recorreram de punição de multa imposta pelo Congresso de seu país, porque manifestaram contra proposta de lei em discussão, levando cartazes e um carrinho de mão cheio de terra, em alusão ao projeto que se discutia.

Londres, 11 de julho de 2015.

Antonio Pessoa Cardoso.
Pessoa Cardoso Advogados. 

sexta-feira, 10 de julho de 2015

235 COMARCAS VISITADAS (II)

No período fevereiro/2012 a outubro/2013, conforme planejamos, ao assumir a Corregedoria das Comarcas do Interior, visitamos todas as 235 comarcas do Estado da Bahia, apesar de a obrigação estatuída no Regimento Interno ser de um mínimo de 50 comarcas; orgulhamos desse feito, porque único e, fundamentalmente, porque sentimos a gratidão dos servidores com nossa presença.

A primeira região que visitamos, em março/2012, foi a de Vitória da Conquista, composta por 49 unidades judiciais, sob a coordenação da assessora Patrícia Cerqueira de Oliveira, juíza que orgulha a magistratura baiana, pela disposição de trabalho e pela inteligência.   

A unidade foi elevada à entrância final e sempre foi preferida pelos magistrados, pelo desenvolvimento da cidade e pela hospitalidade do povo. Em todas as comarcas que visitamos, a rotina era sempre iniciada com a ida em todos os cartórios e o cumprimento aos servidores; em seguida, reuniões com juízes, advogados, servidores e com a comunidade. Lembro-me que, em uma reunião na comarca de Vitória da Conquista, uma estudante de psicologia alegava falta desses profissionais na área de família e da Infância e Juventude. 

Em todas as unidades, o pleito dos juízes, advogados, promotores, defensores públicos, comunidade e servidores direcionava-se à lotação dos cartórios, porque já deserta de funcionários nos fóruns; a outra constante reivindicação, generalizada, prende-se à construção ou manutenção dos fóruns; em muitas outras unidades, os pedidos é para a instalação de mais varas judiciais, a exemplo de Vitória da Conquista que ganhou duas varas, mas necessita urgentemente de uma vara de Execuções Penais e de Fazenda Pública. 

Para se ter conhecimento do descuido com as unidades da região, basta acessar nesse BLOG e procurar a comarca; já discorremos sobre a situação de Andaraí, Brumado, Caculé, Condeúba, Encruzilhada, Ipiaú, Itaberaba, Itambé, Itapetinga, Itororó, Jequié, Lauro de Freitas, Livramento de Nossa Senhora, Mucugê, Presidente Jânio Quadros, Rio de Contas, todas eram integrantes da região de Vitória da Conquista, onde foram desativadas 4 (quatro) comarcas e agregadas 7 (sete) unidades além de 8 (oito) varas.

No estudo que publicamos sobre Vitória da Conquista, vê-se o absurdo ao qual são jogados os jurisdicionados com a necessidade de pegar filas pela madrugada para o cidadão fazer registro ou outra ação no Cartório de Registro Civil. Essa situação tornou-se comum na medida em que visitava as comarcas. Nos outros cartórios extrajudiciais, tanto de Vitória da Conquista, quanto das outras comarcas, a má prestação do serviço prossegue, diferentemente do que ocorre com os cartórios assumidos por delegatários. 

Encontramos problemas graves em todas elas, a exemplo da unidade de Jânio Quadros, onde apenas quatro servidores ocupavam as funções dos cartórios dos feitos cíveis e criminais, do registro civil de pessoas naturais da sede e do distrito de Maetinga, do tabelionato e do registro de imóveis. O único oficial de justiça da comarca é também administrador do fórum. Registre-se bem que esse fato não é isolado, mas uma constante no interior do estado. O cenário deve ter piorado, pois os servidores estão desencantados e muitos aposentam-se ou simplesmente desligam-se do serviço público. 

Nosso discurso nas comarcas destinava-se a orientar o juiz e o servidor a priorizar sua saúde, sua família e só depois o trabalho; isso porque já num primeiro momento, constatamos que grande parte não cuida de tirar férias e trabalham sob efeito de tranquilizantes. Há quase sempre um juiz substituindo outro, um servidor, exercendo a função de dois, três ou até cinco colegas de cartórios, permanentemente sem o titular; e o pior é que o Tribunal nada paga ou quando muito remunera em valor que não corresponde ao que faz jus; percebemos que o servidor público, particularmente, os do Judiciário, estão desmotivados e desgastados pelo tratamento que recebem de seus superiores. Não há como progredir em qualquer atividade se o ser humano não se sentir valorizado. No Judiciário, isso é real: o servidor é um imprestável, um acomodado, ganha muito, trabalha pouco. Interessante é que alguns novos juízes chegam nas comarcas e, de imediato, sentem o sabor do poder com a abertura de sindicância contra um servidor. O tempo mostra-lhe que esse não é o melhor caminho e passam a valorizar quem mais contribui para sua produtividade. 

Londres, 10 de julho de 2015.

Antonio Pessoa Cardoso.
Pessoa Cardoso Advogados.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

MOROSIDADE: INDENIZAÇÃO

A Corte Europeia de Direitos Humanos, sediada em Estrasburgo, França, condenou a Polônia a indenizar todas as vítimas da lentidão judicial, além de fixar o prazo de dois anos para cumprimento da decisão. A Corte recebeu em torno de 650 ações e julgou em bloco, determinando que caberá aos juízes da Polônia executar cada uma das reclamações, todas reclamando danos pela morosidade da justiça polonesa. 

Os jurisdicionados brasileiros poderão reclamar nos tribunais brasileiros, considerando principalmente o dispositivo inserido na Constituição brasileira que garante prazo razoável para solução dos conflitos e que não tem sido observado pelo Judiciário.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

GREVE NO JUDICIÁRO

Os servidores da Justiça Federal da Bahia aderiram ao “apagão nacional” como forma de pressão para evitar o veto presidencial, que deverá acontecer no próximo dia 21, à decisão do Congresso que reajustou seus vencimentos. Esse posicionamento conta com o apoio de todos os tribunais federais, envolvendo mais de 100 mil servidores. 

Por outro lado, os servidores do Judiciário do estado da Bahia que, recentemente, paralisaram suas atividades por 72 horas prometem entrar em greve por tempo indeterminado caso o Tribunal não aprecie suas reivindicações tais como: elaboração do plano de cargos e salários, participação no planejamento e execução orçamentária, correção inflacionária, além de melhoramento das instalações dos fóruns no primeiro grau.

MENOS SERVIDORES

Decretos Judiciários publicados hoje, 08/07, no Diário da Justiça, concedem aposentadorias voluntárias aos seguintes servidores:

ROSANE ROSA OLIVEIRA, escrevente da Comarca de Itapetinga.

MARIA NAZARÉ DE MACÊDO SILVEIRA, oficiala avaliadora da Comarca de Salvador; 

A gratidão de todos os jurisdicionados das Comarcas de Itapetinga e de Salvador e vivam com saúde.