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sábado, 4 de outubro de 2025

ISRAEL, MESMO COM ACORDO, CONTINUA BOMBARDEANDO GAZA

Israel afirmou neste sábado (4) que continua suas operações na Cidade de Gaza, apesar do pedido dos EUA para pausar os bombardeios. As Forças Armadas alertaram que a área segue sendo uma “zona de guerra perigosa”. Segundo autoridades locais ligadas ao Hamas, seis pessoas morreram na ofensiva, quatro em Gaza e duas em Khan Younis. A Jihad Islâmica Palestina apoiou a resposta do Hamas ao plano de Trump, o que pode abrir caminho para a libertação de reféns israelenses. Na Europa, milhares protestaram contra a guerra em Espanha, Itália e Reino Unido. O Hamas aceitou na sexta (3) partes do plano de Trump. Israel disse estar preparado para implementar a primeira fase. Negociadores israelenses devem ir ao Egito, com conversas previstas já neste domingo (5) em Sharm el-Sheikh. O enviado dos EUA Steve Witkoff também viaja para a região. Um dirigente do Hamas disse que o Egito sediará conferência entre facções palestinas para decidir o futuro de Gaza. Questões seguem em aberto, como o possível desarmamento do Hamas, exigido por Israel. À Al Jazeera, um líder do grupo disse que a libertação dos reféns exigirá mais dias de negociação.

Famílias pediram que Netanyahu feche um acordo para trazer de volta os 20 reféns vivos e os corpos dos 28 restantes. O plano de Trump prevê libertação em 72 horas, considerado irrealista. O Hamas aceitou abrir mão do poder em Gaza para um governo tecnocrático, mas quer participar da estrutura nacional palestina. O Alto Comissário da ONU, Volker Türk, disse que há “uma oportunidade crítica” para acabar com a guerra. O Itamaraty afirmou que acompanha de perto as negociações e defende a retirada das forças israelenses e a unidade política palestina. Mahmoud Abbas disse que a Palestina vive momento decisivo e prometeu eleições um ano após cessar-fogo, além de uma Constituição temporária. O Egito garantiu trabalhar com países árabes, europeus e os EUA por um cessar-fogo permanente, e o Qatar iniciou esforços de coordenação para encerrar a guerra. 

MINISTRO PROMETE AUSTERIDADE NO STF

A ascensão do ministro Edson Fachin à presidência do STF inaugura um ciclo em que os presidentes dos cinco tribunais superiores compartilham perfil discreto e avesso às rodas políticas. A nova composição deve impactar no comportamento institucional, com discursos contra penduricalhos da magistratura e menos aparições públicas. O grupo, porém, enfrentará desafios em temas como enfraquecimento da Justiça do Trabalho e supersalários de juízes. Fachin, que também presidirá o CNJ, tomou posse na segunda (29) e se junta a Herman Benjamin (STJ), Cármen Lúcia (TSE), Luiz Philippe Vieira de Mello Filho (TST) e Maria Elizabeth Rocha (STM). Conhecido pelo perfil conciliador, Fachin recusou grandes eventos de posse e serviu apenas água e café. Disse a colegas que focará em pautas internas e consensos. Também inovou ao dar à Defensoria Pública da União lugar de destaque na cerimônia, ao lado da PGR e da OAB. O ministro esteve ontem, 3, no Congresso dos Magistrados, onde proferiu palestra. 

Entre suas metas estão austeridade e redução de gastos, mas ele deve enfrentar resistência no CNJ. A mesma preocupação foi expressa por Vieira de Mello, que criticou pedidos de vantagens para juízes durante sessão do CSJT. Herman Benjamin também afirmou que magistratura não é carreira para enriquecer ou buscar fama. Fachin é minoria no STF ao defender o fortalecimento da Justiça do Trabalho, posição contrária a decisões recentes que enfraquecem a área. Terá ainda de equilibrar seu discurso de autocontenção com a defesa da independência do Supremo diante de ataques. Em agosto, criticou sanções dos EUA contra Moraes e disse que a corte precisa intervir para proteger a democracia, sem parecer omissa. Cármen Lúcia e Maria Elizabeth mantêm perfil discreto e defendem maior presença feminina. Os mandatos duram dois anos e a composição muda em junho de 2025, quando Nunes Marques assume o TSE.

DEPUTADO É PRESO NA BAHIA

O deputado estadual Kléber Cristian Escolano de Almeida (PRD), o Binho Galinha, foi preso ontem, 3, após se entregar ao Ministério Público em Feira de Santana (BA). Acusado de chefiar uma milícia, estava foragido desde quarta (1º), quando a Justiça decretou sua prisão na “Operação Estado Anômico”. A ação prendeu outras nove pessoas, incluindo a esposa, o filho do parlamentar e quatro policiais militares. A defesa afirma que ele é inocente, vítima de perseguição e que a prisão de familiares é desumana. Cerca de 20 agentes cumpriram o mandado, e o deputado foi levado a Salvador. Ele é réu por lavagem de dinheiro, jogo do bicho, agiotagem e receptação qualificada. As investigações apontam que usava empresas e lojas para lavar dinheiro e vender peças roubadas. Em 2023, foram detectadas transações suspeitas de R$ 3,9 milhões. Segundo o MP, mesmo sob cautelares, ele seguia liderando o grupo com “laranjas” e empresas de fachada. A PF identificou vínculos com tráfico de drogas e comércio ilegal de armas.

A Justiça bloqueou R$ 9 milhões e suspendeu atividades de uma empresa ligada ao grupo. O advogado Gamil Föppel diz que ele nunca esteve foragido e compareceu ao fórum espontaneamente. Criticou a prisão por falta de fato novo e apontou ilegalidades na operação.
A defesa afirma que o novo inquérito apenas confirma a ausência de provas. A “Estado Anômico” é um desdobramento da operação “El Patrón”, de 2023. Na época, 15 pessoas foram denunciadas e dez presas preventivamente. O STF validou as provas, revertendo decisão do STJ que as havia anulado. Relatórios da PF indicam que a milícia teria influência em setores do poder público baiano. O grupo é acusado de atuar em Feira de Santana com práticas milicianas e crimes variados. O deputado já responde a duas ações penais derivadas da “El Patrón”. A Assembleia Legislativa da Bahia acionará o Conselho de Ética para analisar o caso. 

INVESTIGAÇÃO DA MORTE DE ADVOGADO

A Polícia Civil de São Paulo avança na investigação da morte do advogado Luiz Fernando Pacheco, 51, com a principal hipótese sendo latrocínio. Amigo próximo, o advogado Ivan Filler Calmanovici, confirmou que esse é o cenário mais provável. A polícia ainda coleta provas e realiza exames toxicológicos. Imagens de câmeras mostram Pacheco saindo sozinho de um bar em Higienópolis na madrugada de quarta (1º). No trajeto, foi abordado por um casal jovem que tentou roubar seu celular. Ele reagiu e foi agredido com socos, cotovelada e um golpe de judô, caindo sem se mover. O casal revirou seus bolsos e fugiu. Logo após, um carro branco parou, e o motorista tentou socorrê-lo, acionando a PM e o Samu. O advogado foi levado à Santa Casa, mas morreu às 1h40. Estava sem documentos, e a identificação só ocorreu no dia seguinte, por exame papiloscópico.

O ministro Fernando Haddad lamentou a perda, destacando sua trajetória ética e combativa na advocacia penal. O presidente da OAB-SP, Leonardo Sica, afirmou que a ordem está em luto profundo. O grupo Prerrogativas também se manifestou, chamando-o de “um dos advogados criminalistas mais brilhantes do país”. Com mais de 20 anos de carreira, iniciou no escritório de Márcio Thomaz Bastos em 1994 e tornou-se sócio em 2000, participando de casos como o mensalão, quando defendeu José Genoino. Ficou marcado pelo embate com o ministro Joaquim Barbosa, em episódio depois arquivado pela Justiça. Em 2013 fundou seu próprio escritório, que manteve o perfil pequeno e independente. Era reconhecido como combativo, solidário e generoso, qualidades lembradas por colegas que ressaltam a perda para a advocacia e a sociedade brasileira. 

MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 4/10/2025

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍIA/DF

Hamas aceita libertar reféns; Trump exige fim de ataques a Gaza

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Presidente dos Estados Unidos ameaça "inferno total" e impõe prazo para resposta sobre plano de paz. Movimento islâmico palestino aprova a entrega de todos os sequestrados em 2023. Moradores de kibbutz atacado mostram ceticismo

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ

Reforma Administrativa propõe tabela única para reduzir desigualdades entre servidores 

Prazo para implementação de medida pode levar até dez anos

FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP

Nova cúpula do Judiciário foca discrição e bom exemplo contra crise de imagem

Presidentes de tribunais superiores têm discursos afinados por moralidade da magistratura Avanço sobre penduricalhos e supersalários é desafio de solução incerta

TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA

PGR envia ao STF parecer contrário a mandato remoto no Congresso

Regra é presença física do parlamentar nas sessões, afirma Gonet

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

Hamas considera pedido de Trump para deter bombardeios “encorajador”

Porta-voz do movimento islamita ainda disse que estão dispostos a negociar imediatamente a libertação dos reféns e o fim do conflito

DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT 

Trump pede a Israel para parar de bombardear Gaza, depois do Hamas aceitar negociar o seu plano de paz

O grupo palestiniano concorda entregar a administração de Gaza a um órgão independente. O presidente dos EUA mostra-se otimista: "Já estamos a discutir os detalhes que faltam acertar-”


sexta-feira, 3 de outubro de 2025

RADAR JUDICIAL

REJEIÇÃO À ANISTIA

Enquanto o projeto de dosimetria das penas do 8 de janeiro segue travado na Câmara, cresce a rejeição à anistia para envolvidos nos atos e na tentativa de golpe de Estado. Pesquisa do Instituto PoderData, divulgada hoje, 3, mostra aumento de 13 pontos em seis meses na rejeição. Atualmente, 64% dos brasileiros são contra a anistia; em março eram 51%. Já os favoráveis caíram de 37% para 27% no mesmo período. Os que não souberam responder passaram de 12% para 9%. Entre eleitores de Lula, 74% rejeitam a anistia; entre bolsonaristas, 55%. O apoio à anistia é de 20% entre lulistas e 33% entre bolsonaristas. O levantamento ouviu 2.500 pessoas de 16 anos ou mais em 178 municípios. Foi realizado entre 27 e 29 de setembro de 2025. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%. A pesquisa reforça a tendência de oposição crescente ao perdão.

TRUMP: "INFERNO TOTAL"

O presidente dos EUA, Donald Trump, prorrogou até domingo, 5, o prazo para o Hamas responder ao seu plano de paz para Gaza, alertando que, sem acordo, haverá “um inferno total”. O grupo afirmou precisar de mais tempo para analisar a proposta, que prevê cessar-fogo, libertação de reféns em 72 horas, desarmamento do Hamas e retirada gradual de Israel, além de um governo pós-guerra sem a facção ou a Autoridade Palestina. Apoiados por países árabes e ocidentais, os termos ainda geram dúvidas, como o cronograma da retirada israelense. O chanceler brasileiro Mauro Vieira elogiou a iniciativa. O Hamas, contudo, vê pontos críticos, como o desarmamento e a expulsão de seus líderes, e busca garantias internacionais contra ataques. A facção está dividida entre aceitar incondicionalmente, visando ao cessar-fogo, ou exigir mudanças. Enquanto isso, Israel intensificou bombardeios sobre a Cidade de Gaza, forçando novos deslocamentos. A Unicef alertou que não há locais seguros para civis, e Israel declarou que quem permanecer será tratado como terrorista. A guerra, iniciada com ataque do Hamas que matou 1.200 pessoas em Israel, já resultou em ao menos 66.225 mortes em Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, validados pela ONU.

NOVO MODELO DE CNH

O novo modelo do governo para obtenção da CNH elimina o limite de 12 meses para concluir o processo. Atualmente, o candidato precisa cumprir todas as etapas em um ano, sob risco de reiniciar do zero, pagar novas taxas e refazer exames e aulas. A proposta extingue esse prazo, permitindo que o processo fique aberto até a conclusão, sem restrição de tentativas. As provas teóricas e práticas poderão ser repetidas quantas vezes forem necessárias, até mesmo mais de uma vez no mesmo dia, se houver vagas. Também deixa de ser obrigatória a carga mínima de 45 horas de curso teórico em autoescola. O exame teórico poderá ser aplicado de forma presencial, híbrida ou remota, sempre supervisionado pelo Detran. O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que a obrigatoriedade das aulas teóricas será eliminada, mas que a carga de aulas práticas poderá apenas ser reduzida. Ele citou a possibilidade de diminuir de 20 para 4 horas, ou até zerar, conforme a consulta pública. A minuta ficará disponível por 30 dias no Participa + Brasil, aberta a sugestões antes de análise pelo Contran.

GOVERNO DE SÃO PAULO REDUZ CARGA HORÁRIA DE PROFESSORES

O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) reduziu a carga horária de professores do Programa Sala de Leitura que apresentaram licença médica. A medida, prevista em resolução assinada pelo secretário Renato Feder em 2023, começou a ser aplicada em setembro. Docentes relatam perda de até 20 horas/aula após afastamentos curtos por doenças como pneumonia ou dengue. A professora Alhambra Vasconcelos, de Guarulhos, perdeu a carga da Sala de Leitura após dois dias de licença, ficando apenas com 4 horas/aula. Já Graziela Bernardes, de Ribeirão Preto, perdeu 16 horas após afastamentos de dois dias, incluindo um para cuidar do filho. Ambas relatam forte redução salarial e dizem que os alunos ficaram sem acesso ao programa. Criadas em 2009, as salas de leitura promovem leitura, escrita e recuperação de aprendizagem, mas várias estão sendo fechadas sem reposição de docentes. O CPP (Centro do Professorado Paulista) entrou com mandado de segurança contra a medida, alegando ilegalidade e prejuízo a centenas de professores. A Secretaria de Educação afirma que a presença contínua é essencial e que a resolução prevê afastamento em caso de faltas. Nega, porém, intenção de encerrar o programa.

POLÍCIA INVESTIGA VENDA DE DECISÕES NO CNJ

A Polícia Federal cumpriu hoje, 3, mandado de busca na casa do lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, suspeito de intermediar venda de decisões no STJ. Ele está em prisão domiciliar em Primavera do Leste (MT) desde julho, por ordem do ministro do STF Cristiano Zanin. A medida foi autorizada após parecer da PGR, devido ao estado de saúde do lobista. A ação integra a Operação Sisamnes, que apura organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional. A PF deflagrou a operação em 2023, diante de suspeitas de cobrança para favorecer partes em processos. Também há indícios de vazamento de informações sigilosas, envolvendo servidores do STJ, mas não ministros. Outros tribunais, como os de MT e MS, também são investigados. No início de setembro, o STJ demitiu o técnico judiciário Márcio José Toledo Pinto. Ele era alvo de apuração interna por vínculos com Andreson. A portaria assinada pelo ministro Herman Benjamin cita proveito pessoal e quebra de sigilo. Toledo atuou nos gabinetes de Nancy Andrighi e Isabel Gallotti, não investigadas. É suspeito de manipular processos, com exclusão de minutas internas em poucos minutos.

Foz do Iguaçu/PR, 3 de outubro de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.


XXV CONGRESSO BRASILEIRO DA MAGISTRATURA

O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou, na noite de ontem, 2, da abertura do 25º Congresso Brasileiro da Magistratura (CBM), em Foz do Iguaçu. O evento, considerado o mais tradicional da magistratura nacional, volta ao Paraná após quase duas décadas e reúne 2,5 mil magistrados de todo o País. O congresso, que ocorre até 4 de outubro, é organizado pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e pela Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar). O tema desta edição é “Magistratura em Transformação: Inovação, Sustentabilidade e Justiça”. Ratinho Junior destacou a cultura de diálogo institucional adotada desde 2019, ressaltando que a boa relação entre os Poderes permitiu avanços históricos. “No Paraná não perdemos tempo em conflitos vazios. Estabelecemos uma parceria institucional, modernizamos o Estado e fortalecemos o diálogo”, afirmou. Segundo o governador, o equilíbrio entre as instituições tem garantido mais energia para políticas públicas e atraído investidores. “Nos últimos dois anos, o Paraná é o estado que mais cresce no Brasil”, disse. Ratinho Junior apresentou ainda conquistas do Paraná em sustentabilidade: plantio de 10 milhões de árvores, repovoamento de rios e avanço para universalizar o saneamento básico. O Estado foi eleito quatro vezes o mais sustentável do País. 

A sustentabilidade, destacou, ajudou a atrair mais de R$ 330 bilhões em investimentos privados. “Construímos um ambiente de respeito e implementamos planejamento de longo prazo, modernizando a máquina pública”, afirmou. O congresso reúne ministros dos tribunais superiores, como Edson Fachin, novo presidente do STF e do CNJ, e que proferirá a palestra de encerramento, no sábado, além de desembargadores e juízes de todo o Brasil. Os debates incluem filosofia, saúde, comunicação, política, ética, inteligência artificial, direitos humanos e sustentabilidade. A palestra magna foi proferida pelo ministro Luís Roberto Barroso teve substancial atraso, terminando o evento no primeiro dia somente por volta da meia noite. O presidente da AMB, Frederico Mendes Junior, elogiou o Paraná como vitrine mundial de tecnologia e sustentabilidade. O presidente da Amapar, Marcel Ferreira dos Santos, celebrou o retorno do congresso ao Estado após 20 anos..   



ALTURA MÍNIMA PARA INGRESSO NA SEGURANÇA PÚBLICA

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a exigência de altura mínima para ingresso em cargos do Sistema Único de Segurança Pública só é válida se prevista em lei e conforme os parâmetros da carreira do Exército, fixados pela Lei 12.705/2012: 1,60m para homens e 1,55m para mulheres. A decisão, com repercussão geral, foi tomada no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 1469887 e passa a valer para todo o país. O entendimento reafirma a jurisprudência consolidada da Corte sobre o Tema 1.424. O caso que levou à definição da tese envolveu candidata à Polícia Militar de Alagoas, reprovada por medir 1,56m. A lei estadual exigia 1,60m para mulheres e 1,65m para homens. A defesa alegou que a regra local era mais rígida que a do Exército e afrontava o princípio da razoabilidade.

O relator, ministro Luís Roberto Barroso, concordou e determinou o prosseguimento da candidata. Em seu voto, seguido pela maioria, afirmou que a exigência pode existir, mas deve respeitar os parâmetros federais. A Corte ressalvou que a regra não se aplica a oficiais bombeiros da saúde e capelães, já que os critérios precisam estar ligados às funções do cargo. O julgamento ocorreu no Plenário Virtual, com voto vencido do ministro Edson Fachin. A tese fixada foi: “A exigência de altura mínima para ingresso em cargo do Sistema Único de Segurança Pública pressupõe lei e observância dos parâmetros do Exército (Lei 12.705/2012, 1,60m homens e 1,55m mulheres)”. 

CNJ VAI ACABAR COM JUÍZES "TQQs

O ministro do STJ Mauro Campbell quer extinguir os juízes “TQQs”, que só trabalham às terças, quartas e quintas-feiras. A prática não está prevista em lei, mas ocorre devido a falhas de fiscalização, sobretudo em comarcas afastadas. Campbell, corregedor nacional de Justiça, disse ao Estadão que “não se conforma” com esse regime e o chamou de “absurdo”. Relatou que, em julgamento no CNJ, o relator quase foi agredido por associações de classe. “Imagine, juízes ganhando uma fábula em relação a um trabalhador comum e ainda não querem residir na comarca. Faça-me o favor”, criticou. Ele defende rever a Loman (Lei Orgânica da Magistratura), pois a punição mais grave prevista, a aposentadoria compulsória, acaba sendo um “prêmio”. Juízes afastados por fraudes ou corrupção preservam seus vencimentos. “Uma punição passa a ser um prêmio, essa aposentadoria remunerada”, afirmou.

O CNJ identificou os “TQQs” pela primeira vez em 2008, ligados a magistrados que não moravam na comarca em que atuavam. Desde então, corregedores tentam coibir a prática. Segundo levantamento do Estadão, a aposentadoria compulsória custa R$ 60 milhões por ano aos cofres públicos. Além de não punir de forma proporcional, a medida apresenta distorções em relação ao INSS. Quando aplicada, o juiz condenado para de trabalhar, mas mantém salário proporcional ao tempo de contribuição, preservando o maior vencimento da carreira. Entidades de classe argumentam que os magistrados não podem ser intimidados pela suspensão de vencimentos. Para o colunista Pedro Fernando Nery, trata-se, na prática, de uma “aposentadoria por desonestidade”. 

OUTRA DE TRUMP: 100% SOBRE MEDICAMENTOS

A decisão de Donald Trump de aplicar tarifa de 100% sobre medicamentos importados a partir de ontem, 1º, reacendeu tensões comerciais e ameaça desorganizar cadeias globais de saúde. A medida, voltada a forçar a produção local, preocupa a Europa e levanta dúvidas no Brasil, onde o impacto direto é limitado, mas riscos indiretos de preços altos e escassez não estão descartados. Segundo o presidente do Sindusfarma, Nelson Mussolini, o Brasil exporta sobretudo genéricos, menos afetados pela tarifa. As bolsas asiáticas reagiram com queda de até 0,9%. Entre os países mais vulneráveis estão Singapura, Suíça e Reino Unido, grandes exportadores de medicamentos. Na Suíça, onde a indústria farmacêutica responde por um terço do PIB, o impacto foi imediato. O país fornece metade das exportações para os EUA, e empresas como Roche e Novartis anunciaram planos bilionários de investimento em território americano. A Roche pretende investir US$ 50 bilhões em cinco anos, construindo três fábricas e centros de pesquisa. A Novartis planeja US$ 23 bilhões em sete unidades, para atender ao mercado norte-americano sem tarifas. O governo suíço teme desinvestimento interno e já iniciou negociações diplomáticas. A britânica AstraZeneca também reagiu. A empresa anunciou que pedirá cotação direta em Nova York, buscando atrair investidores. Atualmente, suas ações circulam apenas como ADRs, que dependem de bancos intermediários.

Segundo comunicado, os EUA têm os mercados mais líquidos do mundo. A assembleia geral de novembro discutirá a mudança, vista como possível sinal de transferência de sede principal. Em julho, a AstraZeneca já havia anunciado US$ 50 bilhões até 2030 nos EUA, reforçando os temores no Reino Unido de esvaziamento da Bolsa de Londres. Medicamentos contra diabetes estão entre os mais afetados pela tarifa. Se não houver produção em solo americano, os custos de importação podem dobrar. Outros setores também foram atingidos: caminhões pesados (25%), móveis de cozinha e banheiro (50%) e móveis estofados (30%). No Brasil, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, avaliou que os impactos recaem mais sobre exportadores de equipamentos médicos e insumos de saúde bucal. Ele afirmou que o governo articula apoio via BNDES e MDIC para proteger empregos e abrir mercados. Padilha classificou as medidas como “bravatas” de Trump, dizendo que o Brasil não fará retaliações precipitadas nem quebrará patentes. O ministro destacou, porém, que a rede privada pode ser afetada por aumento de preços e menor acesso a medicamentos e insumos hospitalares. 



MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 3/10/2025

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

Netanyahu elogia a interceptação de flotilha com brasileiros

Ativistas brasileiros estão entre os ocupantes da flotilha que levava ajuda humanitária à Gaza

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ

Com uma fábrica ilegal interditada a cada cinco dias, venda de bebida falsificada explode no país

Entre 2020 e 2024, a quantidade de fábricas clandestinas interditadas por autoridades no país saltou de 12 para 80

FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP

Advogado de elite morto em SP deve ter sido vítima de latrocínio, segundo investigação

Imagens de câmeras de segurança mostram que homem e mulher tentaram pegar o celular de Luiz Fernando Pacheco, que reage O rapaz então dá um soco e uma cotovelada nele, e depois um golpe de judô

TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA

Jerônimo assina contrato de empréstimo para obras em rodovias da Bahia

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) formalizou nesta semana a contratação de um empréstimo de 150 milhões de dólares

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

Anvisa aciona autoridades internacionais para garantir antídoto para intoxicação por metanol

Fomepizol age bloqueando a transformação da substância em metabólitos tóxicos

DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT 

Com três juízes em mandato ultrapassado, PSD evita falar em nomeações para o TC

Partidos ainda não falam em nomes para substituição do trio de juízes - dois já saíram do Palácio Ratton. O PSD diz que não vai falar deste assunto e o PS critica o Chega: “É apenas a repetição da história dos autoritarismos”.

MILITARES NOS EUA: MAGRO, SEM BARBA, BIGODES SÓ BEM APARADOS

O secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, assinou um memorando determinando demissão para militares acima do peso que não conseguirem emagrecer. 
"É inaceitável ver generais e almirantes gordos nos corredores do Pentágono", disse. O documento estabelece padrões de aptidão física militar para garantir "letalidade e prontidão" da força. Militares ativos farão dois testes por ano; membros da Guarda Nacional e reserva, um. Serão medidos altura e circunferência da cintura. Em 60 dias, o Pentágono divulgará o padrão aceitável de cintura. Quem exceder os limites será colocado em programas de "remediação". Persistindo a inadequação, haverá punições, incluindo demissão. Líderes também poderão ser punidos se não aplicarem as regras em suas unidades. "Se alguém trata o mínimo como padrão, não é adequado para nossa Força", diz o texto. Hegseth ainda assinou memorando proibindo barbas.

Bigodes serão permitidos apenas se bem aparados e não interferirem em máscaras respiratórias. Exceções poderão ocorrer por motivos médicos, religiosos ou missões específicas. A justificativa é a proteção contra ameaças químicas, biológicas e nucleares. Trump já havia renomeado o Departamento de Defesa como "Departamento de Guerra". O Pentágono passou por oito meses de mudanças drásticas desde então. Hegseth afirmou que quem não apoiar sua agenda deve renunciar às patentes. Ele criticou gestões anteriores por terem transformado a pasta em "Departamento Woke". O secretário prometeu mudar o tratamento de denúncias e investigações internas. Trump apoiou as medidas, destacando o mérito como critério central. "Se você não gosta do que digo, pode sair da sala. Lá se vai sua patente", afirmou.