Nicolas Sarkozy, 70, tornou-se nesta terça (21) o primeiro ex-presidente da França e da União Europeia a ser preso. Ele governou a França entre 2007 e 2012 e apresentou-se à penitenciária de La Santé, em Paris, onde ficará em uma cela de nove metros quadrados, isolado por segurança. Cumprirá pena de cinco anos por financiamento ilegal de sua campanha de 2007 com dinheiro do ditador líbio Muammar Gaddafi. “Não é um presidente que está sendo encarcerado, é um inocente”, postou Sarkozy antes de entrar na prisão. O caso divide a política francesa: aliados denunciam perseguição e criticam o presidente Emmanuel Macron por ter recebido Sarkozy no Palácio do Eliseu fora da agenda oficial. Macron defendeu o encontro e disse respeitar a Justiça. O último líder francês a ser preso foi o marechal Philippe Pétain, acusado de colaborar com Adolf Hitler e deportar judeus francês para campos de concentração.
O ministro da Justiça, Gérald Darmanin, anunciou que visitará o ex-presidente, seu mentor político, o que também gerou polêmica. Um dos filhos de Sarkozy convocou manifestação em frente à casa do pai. A defesa alega que ele ainda recorre e não deveria cumprir pena provisoriamente. Juristas, porém, dizem que o procedimento é comum na França. Marine Le Pen, líder nas pesquisas de 2027, defendeu que penas só sejam executadas após o trânsito em julgado — tese que também a beneficiaria. Sarkozy negou crimes: “Não tenho medo da prisão. Manterei a cabeça erguida. Não roubei, não traí.” Foi condenado por formação de quadrilha, mas absolvido de corrupção e financiamento ilegal. La Santé, inaugurada em 1867, já abrigou figuras históricas como Alfred Dreyfus, Manuel Noriega e o poeta Guillaume Apollinaire.
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