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segunda-feira, 1 de setembro de 2025
RADAR JUDICIAL
UMA MULHER E DOIS MARIDOS
Uma noiva indiana, Sunita C, casou-se no dia 12 de julho com dois irmãos, Kapil e Pradeep N, em uma aldeia no Himalaia, prática conhecida como poliandria. As imagens do casamento viralizaram e geraram críticas e debate nacional, já que a poligamia e a poliandria são ilegais na Índia. O trio pertence à comunidade hatti, grupo tribal de 300 mil pessoas que vive em Himachal Pradesh e Uttarakhand. Em 2023, os hattis foram reconhecidos oficialmente como tribo registrada, com direito a benefícios sociais e cotas. Seus casamentos, chamados jodidara, diferem dos rituais hindus tradicionais: a noiva conduz a procissão e os votos substituem as voltas em torno do fogo sagrado. Antigamente, irmãos dividiam a esposa para evitar fragmentar a terra escassa, preservando os recursos da família. Especialistas apontam que o costume surgiu das condições hostis do Himalaia, mas hoje é cada vez mais raro, devido à modernização e maior escolaridade. Ainda assim, de quatro a seis famílias em cada aldeia mantêm a tradição.
O casamento reacendeu a polêmica: defensores afirmam que é questão de consentimento e herança cultural; críticos denunciam exploração das mulheres e questionam sua legalidade. Sunita afirmou que decidiu por vontade própria e que mantém sua liberdade. Seus dois maridos também declararam compartilhar responsabilidades. Práticas semelhantes de poliandria existem ou existiram em comunidades do Tibete, Nigéria, Amazônia, Índia do Sul e povos africanos, embora muitas tenham desaparecido ou sido proibidas.
LEITORES DO BLOG: 119 MIL NO MÊS DE AGOSTO/2025
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Em Lisboa, com presidente da Corte |
Aproveito dessa oportunidade para apresentar uma das publicações, mostrando uma das primeiras comarcas que visitamos, na condição de corregedor. Trata-se da antiga comarca de Pau Brasil, infelizmente, desativada. Na época, a comarca de Pau Brasil era representada pelos servidores abaixo. Com a continuidade, exibiremos outras comarcas visitadas na nossa gestão de corregedor.
SERVIDORES DA COMARCA DE PAU BRASIL
Essa foto, março/2013, retrata o motivo da falência da Justiça na Bahia e a verdadeira escravidão na qual trabalhavam os servidores. Nada mudou.
O quadro de servidores conta com:
05 servidores para todos os Cartórios:
Feitos Cíveis;
Feitos Criminais;
Cartório do Registro de Imóveis;
Cartório do Registro Civil;
e Tabelionato de Notas.
Deveria ter 46 servidores, tem 05. Não é situação isolada.
DEPUTADA PEDE EXPLICAÇÕES A TRUMP
A deputada democrata Alexandria Ocasio-Cortez pediu que o governo de Donald Trump explique os motivos da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, em vigor desde 6 de agosto. No mês passado, Trump decretou Emergência Nacional e alegou que a alíquota extra responde a ameaças à segurança nacional dos EUA. O questionamento de AOC foi feito por meio de uma emenda ao projeto de lei do Orçamento de Defesa, ainda em tramitação. Na proposta, ela exige que o Departamento de Defesa apresente relatório detalhando políticas brasileiras que constituam ameaça “incomum e extraordinária” à segurança, política externa e economia dos EUA. A parlamentar também pediu avaliação sobre o impacto das tarifas nas relações bilaterais.
O tarifaço não atinge todos os produtos. Foram excluídos 694 itens, o que equivale a 43% das exportações brasileiras em 2024. Estão isentos, por exemplo, suco de laranja, derivados de petróleo e produtos de aviação civil. Segundo o governo brasileiro, a tarifa afeta 36% das exportações aos EUA, incluindo máquinas agrícolas, carnes e café. O Orçamento da Defesa já soma 985 propostas de emenda, e a de AOC pode não ter apoio suficiente, pois os democratas são minoria no Congresso. Trump também relacionou a sobretaxa ao julgamento de Jair Bolsonaro no STF, em ação sobre tentativa de golpe de Estado.
A LEVEZA DO TRABALHO DOS MINISTROS DA SUPREMA CORTE E A GRANDIOSIDADE DA ATIVIDADE DOS MINISTROS BRASILEIROS
"PALESTINA NÃO ESTÁ À VENDA", DIZ EMBAIXADOR
JUIZ IMPEDE TRUMP DE DEPORTAR CRIANÇAS
MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 1º/9/2025
CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF
Com derrota na PEC da Blindagem, oposição concentra esforços na anistia
Movimentação contra ampliação das prerrogativas parlamentares consolidou
a vitória do governo, que contou com a articulação do Centrão para barrar
a iniciativa
O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ
Economia
Brasil menos conectado: companhias reduzem malha aérea, e cidades ficam sem voos
Número de aeroportos com linhas comerciais cai 15%, mesmo com recorde no volume de passageiros
FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP
Julgamento de Bolsonaro cura ferida na democracia, e anistia seria traição, diz Miguel Reale Jr.
Com papel no impeachment de Dilma e na origem da lei pela qual ex-presidente é acusado, jurista defende processo no STF, mas avalia que condenação poderia ser por menos crimes
TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA
Vitória supera goleada e bate o Atlético-MG
para respirar no Brasileirão
Rubro-Negro volta a vencer depois de seis jogos e afunda o Galo na crise
CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS
Terremoto mata mais de 800 pessoas
no Afeganistão
Autoridades estimam que 2,5 mil tenham ficado feridos
DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT
Autárquicas. Mais de um terço dos candidatos à Câmara de Lisboa vivem fora da cidade
domingo, 31 de agosto de 2025
RADAR JUDICIAL
PIRATARIA NA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Relatórios confirmam que Meta e Microsoft usaram a Books3; no caso da Anthropic, a prática está documentada em processo judicial. A Justiça americana já reconheceu “uso justo” em decisão preliminar favorável à Meta, mas o caso segue em curso. Os autores argumentam que as big techs competem com seus próprios livros e desvalorizam o mercado. Emails internos mostram que a Meta estuda pagar licenciamento. O caso da Anthropic é o mais grave, com risco de indenizações de até US$ 1 trilhão, pois além da Books3 usou também Library Genesis (5 milhões de livros) e PiLiMi (2 milhões). O juiz determinou julgamento em dezembro para calcular reparações. Benjamin Mann, cofundador da Anthropic, admitiu ter baixado livros piratas desde 2019, quando ainda estava na OpenAI. Na última semana, a Anthropic anunciou acordo com autores, ainda não detalhado, que aguarda validação judicial. Enquanto isso, o setor de IA observa com apreensão, já que outras empresas também usaram pirataria em seus treinamentos. Emails da Meta revelam que a empresa recorreu à Library Genesis e escondeu evidências. O temor é que todas as gigantes precisem pagar altos valores para compensar autores de livros, artigos e músicas.
SAIU NA FOLHA DE SÃO PAULO
Dora Kramer
Descrição de chapéuCONGRESSO NACIONAL
Um convite à bandidagem
Fora do alcance da Justiça, o Parlamento serviria de esconderijo aos infiltrados do crime organizado
O presidente da Câmara traduziu com precisão o espírito da coisa, quando disse que a chamada PEC da blindagem revelava "o espírito da Casa". Espírito do corpo em estado bruto é do que falou Hugo Motta (Republicanos-PB), num ato de franqueza.
Já numa demonstração de fraqueza deixou que a confusão tomasse conta da reunião de líderes que engendrava a votação à sorrelfa da noite adentro na quarta-feira (27), aceitando um texto apócrifo que propunha ampliar ainda mais a proteção de deputados e senadores de ações na Justiça.
Se a ideia era escancarar o absurdo e provocar a suspensão do debate diante da má repercussão, a condição de condutor do processo exigiria que defendesse essa posição com clareza.
Mas ficou parecendo que a intenção foi evitar uma derrota no plenário e adiar o exame do tema para retomá-lo em momento oportuno.
Os adeptos da causa não desistirão de transformar o Congresso numa espécie de esconderijo, indiferentes ao risco de se interditar investigações de ilícitos. De toda ordem.
Acabamos de ver revelada a infiltração do crime organizado no setor de combustíveis e no mercado financeiro.
Já sabíamos, embora ainda sem ter a real dimensão, o quanto a bandidagem se imiscui na sociedade de no aparelho de Estado. Nos três poderes.
Como nosso assunto é o Legislativo, citemos apenas as câmaras municipais, assembleias estaduais e até o Congresso Nacional, onde há presença crescente dessas ligações perigosas.
Um dos caminhos de acesso, não o único, é o domínio de territórios nas grandes cidades. E, conforme constata há tempos o ex-ministro da Segurança Pública Raul Jungmann, "quem domina o território, controla o voto".
Os arquitetos da blindagem já pensaram que ao manter o Parlamento fora do alcance da Justiça, protegerão também os criminosos infiltrados, cada vez mais interessados nessa proteção?
Se não pensaram, conviria que atentassem a isso, sob pena de se tornarem cúmplices de máfias que ameaçam a segurança nacional.