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terça-feira, 11 de novembro de 2025

SOLDADOS EM MOTOS, NA GUERRA

Um vídeo filmado na linha de frente em Pokrovsk, no leste da Ucrânia, viralizou ao mostrar soldados russos chegando à cidade a pé, em motos e carros soviéticos antigos. A cena, comparada a uma paródia de “Mad Max”, reflete a nova tática do Exército de Vladimir Putin, que busca adaptar-se à guerra dominada por drones. Segundo o soldado russo Pavel, combatente na região, as tropas agora são deixadas até 30 km do alvo e avançam sozinhas, carregando 30 kg de equipamento. A “terra de ninguém”, antes com 10 km de largura, agora tem 50 km. O motivo da mudança é o uso massivo de drones armados, que impede o movimento seguro de blindados. A neblina, que reduz a visibilidade dos drones, tem sido aproveitada pelos russos para mover alguns veículos pesados. “As estradas estão lotadas de drones, nenhum veículo pode entrar ou sair da cidade”, relatou o ucraniano Ihor, do 7º Corpo de Paraquedistas. Segundo sua unidade, há cerca de 300 russos dentro de Pokrovsk, número pequeno diante dos 50 mil que, segundo Zelenski, Moscou mobiliza na operação.

Após o fracasso da ofensiva inicial em 2022, Putin controla cerca de 20% do território ucraniano. Agora, aposta em ataques com menos tropas e maior precisão, tentando explorar brechas nas defesas ucranianas antes de enviar blindados. A ofensiva em Pokrovsk levou Kiev a redistribuir tropas, abrindo vulnerabilidades em outras frentes. No norte, a Rússia afirmou ter conquistado metade de Kupiansk, em Kharkiv. No sul, a Ucrânia recuou de cinco vilas em Zaporíjia. Zelenski reconheceu que o mau tempo favorece os russos e disse que “os ataques estão intensos”. O analista americano George Friedman avalia que a nova tática pode funcionar: “É uma questão de aritmética. A Rússia tem mais soldados, mas manter o ritmo será o desafio.” Para ele, essa pode ser a última aposta viável de Putin. Enquanto Trump tenta intermediar a paz, Putin mantém suas exigências de anexação total das quatro regiões ocupadas. A Ucrânia continua resistindo e revida com ataques de drones a refinarias russas, como a de Saratov, mesmo enfrentando blecautes de até 16 horas em quase todo o país. 

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