O ministro André Mendonça suspendeu em agosto o julgamento no TSE que pode cassar o governador de Roraima, Antônio Denarium (PP). Em março, o instituto fundado por Mendonça recebeu R$ 273 mil do governo do estado, em contrato sem licitação, para dois cursos a servidores. Denarium teve o mandato cassado por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2022, mas recorreu ao TSE. A relatora, ministra Isabel Galloti, votou pela cassação imediata, e Mendonça pediu vista, interrompendo o processo. O prazo do pedido foi renovado em setembro, e não há previsão para retomada. O Iter, fundado por Mendonça e presidido por Victor Godoy, ex-ministro da Educação, ministrou os cursos de 19 a 26 de fevereiro. Um deles era sobre licitações e foi contratado pela própria Secretaria de Licitação, que alegou “inexigibilidade”. A proposta do Iter apresentava Mendonça como “founder”, e ele assinou os diplomas dos alunos.O instituto virou sociedade anônima em outubro, sem transparência sobre seus sócios. Entre os ex-sócios estavam Godoy, o chefe de gabinete de Mendonça no STF, Rodrigo Sorrenti, e o ex-presidente do Inep, Danilo Dupas. Galloti afirmou que Denarium usou programas sociais como “Cesta da Família” e “Morar Melhor” para obter vantagem eleitoral, simulando calamidade pública. As despesas cresceram 42 vezes entre 2021 e 2022. Denarium nega irregularidades e segue no cargo até decisão final do TSE.
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