Para o diretor da HRW, Juan Pappier, o caso vincula os EUA à tortura sistemática pela primeira vez desde a Guerra ao Terror. Ele afirma que Trump ampliou deportações para “terceiros países”, prática antes rara. Três deportados relataram violência sexual. Um deles descreveu ter sido agredido e forçado a sexo oral por guardas. Outros 32 detentos relataram espancamentos, inclusive após visita da Cruz Vermelha. Desde 2022, El Salvador vive sob estado de exceção, com prisões em massa e violações de direitos. Nenhum dos venezuelanos teve acesso a juiz, e habeas corpus foram ignorados. Em julho, os 252 migrantes foram enviados à Venezuela após acordo entre Bukele e Nicolás Maduro, em troca da libertação de dez cidadãos americanos. Pappier alerta que alguns deportados podem estar sob perseguição do regime chavista.
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quarta-feira, 12 de novembro de 2025
TRUMP DEPORTA E VENEZUELANOS SÃO TORTURADOS EM EL SALVADOR
A Human Rights Watch (HRW) denunciou hoje, 12, que 252 venezuelanos enviados pelos Estados Unidos a uma prisão de El Salvador, em março e abril, foram submetidos a tortura sistemática, com espancamentos, nudez forçada e abusos sexuais. A denúncia resulta de investigação de oito meses, com 200 depoimentos, em parceria com a ONG Cristosal. Quase metade dos deportados não tinha antecedentes criminais nos EUA. As violações começaram durante a deportação, em 15 de março, quando o governo Donald Trump enviou 224 venezuelanos ao Cecot, presídio símbolo do governo Nayib Bukele, sob a acusação de pertencerem à gangue Tren de Aragua. Desses, 137 foram deportados com base na Lei de Inimigos Estrangeiros, de 1798, usada apenas três vezes na história americana. Segundo a HRW, os critérios para definir “inimigos estrangeiros” eram arbitrários, baseados em tatuagens, roupas ou gestos. Apenas 3,2% tinham condenações por crimes violentos, e quase metade não possuía antecedentes.
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