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domingo, 2 de novembro de 2025

EUA: "EXECUÇÕES EXTRAJUDICIAIS"

Os Estados Unidos ampliaram para o Pacífico as operações contra embarcações supostamente ligadas ao narcotráfico, iniciadas em setembro no Caribe e que já deixaram 57 mortos. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, afirmou que os ataques continuarão “dia após dia” contra “narcoterroristas”. As ações, realizadas sem aprovação do Congresso, foram criticadas pela ONU como possíveis “execuções extrajudiciais”. Analistas apontam que o fentanil — principal causa de overdose nos EUA — é produzido no México e não por rotas marítimas, questionando o real objetivo das operações. Muitos acreditam que a meta é pressionar o governo de Nicolás Maduro, acusado por Washington de integrar o “Cartel de los Soles”. A cocaína consumida nos EUA é produzida majoritariamente na Colômbia, Peru e Bolívia e segue por rotas no Pacífico e Caribe até o México, antes de cruzar a fronteira terrestre. 

O tráfico marítimo pelo Pacífico responde por 74% dos embarques, segundo a DEA. O Caribe, embora secundário, vem sendo reativado pelo chamado “efeito bexiga”, quando a repressão em uma rota desloca o fluxo para outra. Em 2023, a produção mundial de cocaína bateu recorde de 3.708 toneladas, e o consumo global chegou a 25 milhões de pessoas. Já o fentanil, feito quase inteiramente no México com insumos da Ásia, causou 48,4 mil mortes por overdose nos EUA em 2024. Trump alega que os bombardeios evitam milhares de mortes por drogas, mas não apresentou provas. Críticos, como o pesquisador Christopher Sabatini, afirmam que as operações podem visar uma “mudança de regime” na Venezuela. Trump enviou navios de guerra, aviões e um submarino para o Caribe e autorizou ações secretas da CIA no país. As tensões também cresceram com o presidente colombiano Gustavo Petro, sancionado por Washington, o que ele classificou como “um paradoxo”, prometendo “não se ajoelhar”. 



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