Pesquisar este blog

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

RIO DE JANEIRO: 15% DE MORTES VIOLENTAS

O número de mortos pela polícia do Rio de Janeiro em 28 anos representa 15% de todas as mortes violentas do estado: 25.283 de um total de 170.338, segundo o ISP. Os dados de 2025 ainda não incluem os 117 mortos da megaoperação de 28 de outubro, a mais letal da história, com 121 mortes ao todo. O Rio é o terceiro estado com mais mortes absolutas por policiais e o sétimo em taxa por 100 mil habitantes. Mesmo com queda recente, especialistas lembram que a proporção ainda é alta. Nos últimos dez anos, foram 11.550 mortos por policiais, mais do que os 10.424 registrados em todos os EUA no mesmo período — embora o país tenha 20 vezes mais habitantes. Segundo a pesquisadora Joana Monteiro (FGV), a sociedade brasileira “naturalizou” a violência policial. Entre 2015 e 2024, 615 policiais morreram em confrontos no Rio, o maior número do país. São Paulo, com o dobro da população, teve 463. O recorde ocorreu em 2019, com 1.814 mortes, colocando o Rio como o estado mais violento do país. A taxa foi de 10 mortos por 100 mil habitantes, atrás apenas do Amapá (14). No Brasil, a média foi de 3, e em São Paulo, 2.

A escalada levou à criação da ADPF das Favelas no STF, que desde 2020 impõe regras ao uso da força. Após isso, o número de mortes caiu, segundo o Geni/UFF e o Fórum de Segurança Pública. Mesmo assim, o governo Cláudio Castro (PL) liderou três das quatro operações mais letais desde 2007 — Jacarezinho (28 mortos, 2021), Vila Cruzeiro (23, 2022) e Penha/Alemão (117, 2025). O governo nega execuções e diz que enfrentou o Comando Vermelho. Para a defensora Cristiane Xavier, as ações perpetuam o ciclo de violência: “Sempre que morre policial, a vingança é maior. Esse modelo falhou.” O delegado aposentado Vinicius George concorda: “Matamos 30 mil e morreram 3 mil dos nossos. Nada melhorou. É uma espiral de violência. Precisamos mudar o rumo.” 

Nenhum comentário:

Postar um comentário