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domingo, 9 de novembro de 2025

PAPA REDEFINE PAPEL DE MARIA ENTRE CRISTÃOS

O papa Leão 14 publicou um documento que redefine o papel de Maria na doutrina católica, afastando-a dos títulos de “corredentora” e “medianeira de todas as graças”. O texto, elaborado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, busca conter excessos da devoção mariana, reafirmando Cristo como o único mediador da salvação. A decisão provocou reações de fiéis nas redes sociais, que acusaram o Vaticano de “rebaixar” a Virgem. Segundo o teólogo Vinícius Paiva, o objetivo é “ajustar a devoção mariana”, sem afetar a fé popular. O documento enfatiza que Maria intercede, mas não distribui graças por conta própria. Essa correção visa evitar a interpretação de que ela teria um poder paralelo ao de Deus. Para estudiosos, como Alberto Tasso e Lidice Meyer, o texto resgata a tradição teológica que desde o Concílio de Éfeso (431) reconhece Maria como mãe de Deus, mas submissa a Cristo. Ao longo dos séculos, a devoção popular elevou sua figura, às vezes colocando-a acima do próprio Filho, o que gerou desequilíbrios doutrinários. A Igreja já havia tratado do tema no Concílio Vaticano 2º, que reafirmou Maria como discípula e cooperadora, não redentora. O papa Francisco também rejeitou o dogma da corredentora, posição agora consolidada por Leão 14.

O novo texto busca corrigir excessos e linguagens “maximalistas” dentro da própria Igreja, sem negar o valor espiritual da Virgem. “Ela não foi rebaixada, foi recolocada sob uma luz mais fiel à teologia cristã”, resume Paiva. Especialistas veem também uma intenção ecumênica: ao reforçar Cristo como único mediador, o Vaticano se aproxima de crenças protestantes, que sempre criticaram o culto excessivo à Maria. “O documento não rebaixa Maria. Exalta Cristo”, diz Tasso. “É um ajuste doutrinal, não uma ruptura.” Segundo Meyer, ele apenas reafirma os limites entre veneração e adoração: “Maria pode rogar por nós, mas não salvar-nos.” Para o teólogo Fabio Darius, o gesto papal “corrige desvios sem apagar a devoção”, preservando a fé popular e reforçando o diálogo com outras tradições cristãs. 



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