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segunda-feira, 10 de novembro de 2025

A IA NO JORNALISMO

A inteligência artificial está se espalhando pelas Redações, transformando a forma como jornalistas coletam e divulgam informações. Ferramentas de empresas como OpenAI e Google agilizam tarefas antes demoradas, como examinar dados, encontrar fontes e sugerir títulos. O repórter Ryan Sabalow, do site CalMatters, usou a IA para investigar como parlamentares da Califórnia evitavam votar em projetos polêmicos. Com o auxílio da ferramenta Digital Democracy —que rastreia discursos, doações e votos—, revelou que democratas haviam derrubado uma proposta sobre fentanil ao simplesmente não votar. O trabalho rendeu um Emmy à CBS. Em veículos como Fortune e Business Insider, a IA já foi usada para redigir artigos, com aviso aos leitores. Apesar da revisão humana obrigatória, erros constrangedores ainda ocorrem, inclusive na Bloomberg e na Wired. “Muitas vezes a IA é uma ferramenta extraordinária para jornalistas”, diz Stephen Adler, ex-editor da Reuters. “Ela ajuda a analisar dados e revisar textos, mas há riscos significativos.” O setor tenta evitar repetir erros da era digital, quando perdeu receitas para redes sociais. Agora, busca compensações das big techs pelo uso de conteúdo jornalístico no treinamento de modelos de linguagem. O New York Times processa OpenAI e Microsoft por violação de direitos autorais.

Enquanto isso, redações exploram o potencial da tecnologia. A britânica Newsquest usa IA para aprofundar pautas; a Axel Springer criou um planejador de viagens; a Time empregou um chatbot na edição da “Pessoa do Ano”; e o New York Times mantém uma equipe voltada à experimentação. Nem todos concordam. No Washington Post, um engenheiro se demitiu após criticar uma ferramenta de IA que resumia reportagens de outros veículos. Na Bloomberg, testes com resumos automatizados levaram a correções após erros factuais. Sindicatos também se mobilizam: a NewsGuild já incluiu o tema da IA em 48 negociações coletivas desde 2023. O debate segue aberto. A NPR, por exemplo, quer testar a IA para converter reportagens de rádio em texto. Mas jornalistas temem que, no processo, a tecnologia acabe substituindo decisões editoriais humanas. 

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