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quarta-feira, 23 de julho de 2025

TRUMP O PERSEGUIDOR


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Trump interfere até no futebol americano

A presidência do maior país do mundo está entregue a um desqualificado para exercer a função. A preocupação do presidente Donald Trump, nesses poucos meses de ocupação da Casa Branca, tem-se direcionado para perdoar criminosos, perseguir advogados ou quem não votou no seu nome, dificultar o funcionamento das maiores universidades do país e interferir nas atividades privadas das empresas. A invasão do Capitólio, em janeiro/2021, foi singular na história dos Estados Unidos e o maior desafio às instituições do país. Muitos criminosos foram condenados e presos, mas simples decreto do presidente eleito, logo após assumir o cargo, Donald Trump, perdoou os invasores. As acusações contra 1,6 mil seguidores do presidente, que invadiram e vandalizaram o Congresso americano, mesmo aqueles que cometeram atos violentos contra os policias, todos eles, inclusive os que já estavam presos, foram perdoados por ato de Donald Trump. E o mais intrigante foi a manifestação de Trump: "Eles já estão presos por muito tempo. Essas pessoas foram destruídas. Espero que eles sejam liberados hoje à noite". 

Como se recorda, Donald Trump foi acusado de pressionar autoridades para reverter o resultado das eleições de 2020; ele espalhou mentiras de fraudes eleitorais que nunca comprovou, explorou o tumulto dos seus seguidores no Capitólio, no dia 6 de janeiro e, com todos esses absurdos à normalidade, negou qualquer irregularidade. A perseguição a quem não votou no seu nome prossegue em todos os órgãos do governo, começando pela procuradoria, de onde saía a movimentação dos processos criminais contra Trump. Antes mesmo de tomar posse, nesse segundo mandato, o processo da interferência, originado de seus atos, na derrota, em 2020, que ele não aceitou, terminou sendo arquivado. O relatório que seria apresentado por Jack Smith, procurador especial designado para conduzir investigações contra Trump, tronou-se um capítulo revelador da atuação do irreverente Donald Trump. Induvidosamente, a saída de Smith foi resultado de intensa pressão e hostilidade alimentadas pelo presidente. Smith tornou-se, simbolicamente, mais uma vítima da máquina de intimidação que Trump alimenta desde sua chegada à vida pública.

Nas universidades, as ameaças e perseguições pessoais a inimigos reais ou imaginários são intermitentes. Professores, alunos temem o assédio dos órgãos governamentais. Ao longo dos anos, Trump perseguiu jornalistas, juízes, adversários políticos, promotores, cientistas e até membros do seu próprio partido que ousaram questionar sua autoridade. Sua retórica nas redes sociais, com ataques diretos e apelidos pejorativos, transformou o debate público em um campo de batalha. Mais do que discordar, ele desqualifica. Mais do que confrontar, ele tenta destruir reputações. O caso mais simbólico dessa postura talvez seja sua obsessão contra o sistema judiciário americano. Mesmo após ter sido indiciado em múltiplas frentes — desde documentos confidenciais até sua tentativa de reverter o resultado das eleições de 2020 — Trump não hesita em chamar os promotores de “inimigos do povo” e insinuar que todo o sistema está corrompido. Essa postura mina a confiança institucional e coloca em risco a integridade do Estado de Direito. No plano internacional, Trump também encampou perseguições simbólicas, demonizando imigrantes, enfraquecendo alianças e promovendo uma agenda de confronto com organismos multilaterais. Sob sua liderança, a perseguição ao "outro" — seja ele muçulmano, latino, jornalista ou democrata — tornou-se estratégia de poder. Trump não é apenas um líder populista. É alguém que transformou o ato de perseguir em política de governo. Ao fazer da intimidação sua ferramenta central, ele rebaixa o debate democrático e alimenta a cultura do medo. O perigo maior está no fato de que milhões o aplaudem por isso — e se inspiram em sua perseguição como se fosse força moral.

Salvador, 23 de julho de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.




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