As Forças de Defesa de Israel (FDI) atacaram três vezes uma residência da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Deir al-Balah, Gaza, ontem, 22 de julho. As ações causaram incêndios, danos significativos e colocaram em risco a vida de funcionários da OMS e suas famílias, obrigando mulheres e crianças a evacuarem a pé durante combates ativos. Homens e familiares foram detidos, algemados, despidos e interrogados sob ameaça de armas. Dois funcionários e dois familiares foram presos; três foram libertados, mas um permanece detido. A OMS conseguiu levar 32 pessoas (incluindo mulheres e crianças) para seu escritório, em uma missão de alto risco. A OMS alertou que os ataques comprometeram sua capacidade operacional em Gaza, afetando diretamente os esforços para manter um sistema de saúde já colapsado. A organização denunciou as condições inseguras enfrentadas por agentes humanitários e profissionais da saúde. Reiterou o apelo por proteção aos civis, às estruturas de saúde e pelo livre acesso de ajuda humanitária em larga escala. Defendeu a urgência de um cessar-fogo, classificando-o como algo que já deveria ter sido alcançado.
No dia anterior aos ataques à OMS, tanques israelenses invadiram áreas sul e leste de Deir al-Balah, uma ação inédita na cidade desde o início da guerra. Israel acredita que reféns do Hamas estejam escondidos na região. A cidade é considerada uma base estratégica do Hamas, com maioria de representantes do grupo eleitos em 2005. O avanço militar resultou na morte de pelo menos três palestinos e destruição de oito casas e três mesquitas. O Exército de Israel ordenou a evacuação de 50 a 80 mil habitantes de Deir al-Balah. Atualmente, 87,8% da Faixa de Gaza está sob ordens de deslocamento ou militarização israelense. Restam apenas 12% do território acessíveis a civis, onde os serviços básicos já colapsaram.
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