Rebecka Martins Gomes, de 28 anos, foi empossada em julho de 2025 como a primeira juíza tetraplégica de São Paulo. Aos 12 anos, ela ficou tetraplégica após um grave acidente de carro no Espírito Santo, que fraturou vértebras de seu pescoço e causou lesão na medula. Sem controle dos dedos, digita com o dorso das mãos. A trajetória até a magistratura foi marcada por superação. Após o acidente, enfrentou complicações de saúde, dificuldades escolares e barreiras físicas. Com apoio da família, especialmente da mãe Alexandra, que abandonou outras atividades para cuidar dela, Rebecka retomou os estudos, recusando-se a cursar o ensino superior a distância.
Formou-se em Direito na Multivix, onde teve como mentor o juiz Ronaldo Domingues de Almeida. Trabalhou com ele na pós-graduação e se destacou pela dedicação e qualidade dos trabalhos. Depois de formada, atuou como advogada e investiu o dinheiro em concursos públicos em diversos estados, até ser aprovada em São Paulo. No TJ-SP, ela integra um grupo de sete juízes com deficiência aprovados recentemente. De acordo com o CNJ, dos quase 19 mil magistrados no país, apenas 270 declararam ter alguma deficiência. A experiência de vida de Rebecka reforça sua empatia no exercício da profissão, especialmente em questões de acessibilidade e inclusão social. Agora, ela participa do curso preparatório para novos juízes e deve assumir, como juíza assistente, em uma vara judicial. Em dois anos, poderá adquirir vitaliciedade no cargo. Para ela, a magistratura é mais do que um trabalho: é um instrumento de transformação e liberdade.
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