Advogados públicos no Brasil vêm recebendo remunerações que ultrapassam o teto do funcionalismo, atualmente em R$ 46 mil, graças aos chamados honorários de sucumbência. Em 2024, foram destinados R$ 3,73 bilhões para esse tipo de bônus, pagos com dinheiro público, mas geridos por um fundo privado. Esses honorários são valores pagos pela parte derrotada no processo judicial e, até 2017, iam para o Tesouro Nacional, sendo usados em políticas públicas. Após mudanças legais, passaram a ser direcionados diretamente a servidores da advocacia pública, o que gerou distorções e críticas. Bruno Carazza, comentarista e colunista do Valor Econômico, explica no podcast O Assunto que essa forma de remuneração compromete a lógica de contenção de gastos no setor público. Segundo ele, a prática contribui para o desequilíbrio fiscal do país, ao permitir que servidores recebam valores acima do permitido constitucionalmente.
Além disso, Carazza aponta a falta de transparência na gestão desses recursos, o que dificulta o controle social e a responsabilização dos excessos. Ele também compara os ganhos dos advogados públicos com os da advocacia privada, revelando discrepâncias injustificáveis. O episódio é apresentado por Natuza Nery e integra o podcast O Assunto, produzido pelo g1, que já ultrapassou 161 milhões de downloads nas plataformas de áudio e 12,4 milhões de visualizações no YouTube.
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