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terça-feira, 7 de outubro de 2025

MILEI EM DIFICULDADES

Quando Javier Milei assumiu a presidência da Argentina, alertou a população para tempos difíceis. Com inflação em três dígitos, após décadas de má gestão, defendeu austeridade como “último remédio amargo” antes da reconstrução. Dois anos depois, a inflação caiu e a pobreza reduziu de 42% para 32%, mas a economia estagnou. A recuperação de 2024 perdeu força, o desemprego subiu e os salários ficaram congelados. Eleitores como Nadina Casagrande, que apoiaram Milei em 2023, agora demonstram frustração com a economia e escândalos de corrupção. A derrota dos libertários na província de Buenos Aires provocou corrida cambial, contida apenas após promessa de socorro dos EUA. Milei tenta recuperar apoio nas eleições legislativas de 26 de outubro, vitais para aprovar reformas tributárias e trabalhistas.

Economistas alertam que, sem respaldo político, a economia seguirá estagnada. Em La Plata, empresários relatam queda nas vendas e desigualdade crescente. Analistas apontam que a manutenção do peso valorizado e cortes de subsídios prejudicaram a competitividade e o consumo. Com juros acima de 60%, Milei enfrenta pressão para liberar o câmbio e reconstruir confiança. Em apelo recente, pediu paciência: “Estamos na metade do caminho”. 

RADAR JUDICIAL

INCÊNDIO EM CASA DE PRAIA DE JUÍZA

A polícia da Carolina do Sul investiga um incêndio que atingiu, no sábado (4), a casa de praia da juíza estadual Diane Goodstein e do ex-senador democrata Arnold Goodstein, em Edisto. O porta-voz da Divisão de Polícia informou que não há, até o momento, indícios de incêndio criminoso. Os investigadores pediram cautela na divulgação de informações não verificadas. Goodstein e familiares pularam de janelas para escapar e foram levados a um hospital. A juíza havia recentemente bloqueado uma tentativa do governo Trump de apreender registros de votação estaduais. Políticos democratas reagiram, associando o caso a ataques contra juízes. O deputado Daniel Goldman acusou Trump e seus apoiadores de espalharem mentiras e ameaças. Ele atribuiu o incêndio à retórica da extrema direita. Stephen Miller, vice-chefe de gabinete de Trump, chamou as declarações de “mentiras desprezíveis”. 

BRASILEIROS DEPORTADOS

Os 13 brasileiros que participavam da flotilha Global Sumud e estavam presos em Israel foram deportados hoje, 7, para a Jordânia. Eles foram levados da prisão de Ktzi’ot até a fronteira, onde receberam assistência de diplomatas brasileiros. O grupo foi capturado em águas internacionais enquanto tentava levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza, rompendo o bloqueio israelense. Entre os integrantes estão a deputada Luizianne Lins (PT-CE), a vereadora Mariana Conti (PSOL), a dirigente Gabrielle Tolotti e o ativista Thiago Ávila. O sindicalista Magno de Carvalho também participou. Antes deles, Nicolás Calabrese já havia deixado Israel e denunciado maus-tratos. A flotilha partiu de Barcelona em 31 de agosto com 45 barcos e 400 ativistas de mais de 45 países. Israel nega as acusações de abuso. A libertação dos brasileiros coincidiu com os dois anos da guerra em Gaza, que já causou dezenas de milhares de mortes. Para o grupo, a data simboliza resistência e reforça o apelo pelo fim do bloqueio a Gaza.

CORREÇÃO DE PROVA EM EXAME DA OAB

A intervenção do Judiciário em concursos públicos, como o exame da OAB, é legítima apenas em casos excepcionais de flagrante ilegalidade ou desproporcionalidade. Com esse entendimento, o juiz Eduardo Gomes Carqueija, da 3ª Vara Federal da Bahia, determinou que a banca do XLII Exame de Ordem reavalie a prova prático-profissional de um candidato reprovado em Direito Penal. O candidato alegou ter sido punido com nota zero por erro semântico ao nomear a peça como “resposta de acusação” em vez de “resposta à acusação”. Segundo ele, o equívoco não comprometeu o conteúdo jurídico. O magistrado concordou que houve apenas imprecisão linguística, sem prejuízo técnico, e considerou desproporcional a penalidade aplicada. Determinou, assim, a reavaliação da prova, afastando a nota zero imposta pela banca examinadora.

NEGADA INDENIZAÇÃO A PABLO MARÇAL

O juiz André Carlos de Oliveira, da 3ª Vara Cível de Santana de Parnaíba (SP), negou o pedido de indenização por danos morais de Pablo Marçal contra o jornalista Leonardo Attuch, diretor do Brasil 247. Para ele, críticas a figuras públicas são esperadas. Em 2024, Attuch chamou Marçal de “canalha”, “desqualificado” e “marginal da política” em vídeos nas redes sociais. O influenciador pediu R$ 100 mil e a remoção das postagens. A defesa alegou que as falas tinham base em indícios de crime cometido por Marçal contra Guilherme Boulos, dentro do papel fiscalizador da imprensa. O juiz rejeitou a ação, lembrando que o STF determina responsabilização da mídia apenas se houver divulgação de fatos sabidamente falsos. Citou precedente sobre o livro “Pablo Marçal: a Trajetória de um Criminoso”, reconhecendo seu interesse jornalístico. Ele destacou ainda que Marçal, mesmo após as críticas, buscou nova entrevista com Attuch, o que evidenciou contradição e levou à rejeição total do pedido.

CRIPTOJUD

A ferramenta CriptoJud, em testes no Brasil, permitirá que juízes bloqueiem criptomoedas diretamente em corretoras nacionais, segundo o CNJ, agora presidido pelo ministro Edson Fachin (STF). O órgão também destacou o avanço da ferramenta Sniper, voltada à localização e indisponibilidade de bens de devedores. O CriptoJud, lançado em 2024 e apresentado por Luís Roberto Barroso em 2025, complementa o SisbaJud, que não alcança criptoativos. O novo sistema permitirá ordens judiciais automáticas de bloqueio, custódia e liquidação de criptoativos, sem necessidade de envio de ofícios às corretoras. Assim, juízes poderão consultar e bloquear valores de forma integrada e imediata. Caso o investigado possua criptomoedas, as corretoras deverão retê-las e colocá-las à disposição da Justiça. Ainda não está definido se os ativos serão convertidos em reais ou mantidos em carteiras judiciais.

Curitiba/PR, 7 de outubro de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.


ANULADA DECISÃO CONTRA PRESO

O ministro Sebastião Reis Júnior, do STJ, concedeu habeas corpus e anulou a falta disciplinar grave imposta a um preso por supostamente ter devolvido um livro da biblioteca do presídio em mau estado. A defesa alegou ausência de dolo e de provas sobre o estado do livro antes do uso, pedindo a desclassificação da infração para leve ou média, já que o dano foi mínimo. O ministro entendeu que a punição foi desproporcional e que o ato de devolver um livro apenas rasgado e remendado não caracteriza falta grave. Segundo ele, punir com tanto rigor um preso que busca se reeducar cria obstáculos à ressocialização.

Reis Júnior destacou que o excesso de punições fere o objetivo da execução penal, que é a reintegração social. Com a decisão, a falta grave foi considerada atípica e anulada. O magistrado ressaltou que o interesse do preso pela leitura deve ser valorizado, especialmente por possibilitar a remição da pena — redução de quatro dias por obra lida, conforme a Recomendação 44/2013 do CNJ. O programa de leitura nos presídios pode reduzir até 48 dias de pena por ano, além de incentivar a educação e a ressocialização dos detentos. 

SUSPENSÃO DE RECURSO NÃO IMPORTA EM PARALISAR DECISÃO IMPUGNADA

A 13ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo reafirmou que a suspensão do trâmite de um recurso não implica na paralisação da decisão impugnada. Assim, manteve válida a decisão que barrou a penhora de 10% da aposentadoria de uma mulher e determinou a liberação dos valores bloqueados. A penhora havia sido determinada pela 2ª Vara Cível de Marília (SP) em execução de honorários advocatícios. A devedora recorreu ao TJ-SP alegando que a aposentadoria era sua única fonte de renda e citou precedente do STJ que proíbe penhora de salários para esse fim. Em 2023, o desembargador Nelson Jorge Junior, relator do caso, suspendeu a decisão da 2ª Vara e, depois, o colegiado confirmou o cancelamento da penhora, destacando que proventos de aposentadoria são impenhoráveis pelo Código de Processo Civil.

O credor recorreu ao STJ, e o presidente da Seção de Direito Privado do TJ-SP suspendeu o trâmite do recurso até definição do tema pela corte superior. Mesmo assim, o juiz de Marília autorizou o saque do valor penhorado, sob o argumento de que a decisão do TJ-SP estaria suspensa. A mulher apresentou nova reclamação ao tribunal, que reafirmou a validade da decisão de 2023. O relator explicou que a suspensão determinada pela presidência se limitou ao recurso especial e não afeta a eficácia da decisão da 13ª Câmara, que deve ser integralmente respeitada. 

GUERRA EM GAZA PERTO DO FIM

A guerra na Faixa de Gaza completa dois anos no dia de hoje, 7, com o cenário mais favorável para uma trégua desde o início do conflito, em outubro de 2023. Pressionados por Donald Trump e por países árabes, representantes de Israel e do Hamas iniciaram ontem, 6, no Egito, uma nova rodada de negociações sobre o plano de paz proposto pelos EUA, que prevê a libertação de reféns e a retirada gradual das tropas israelenses. Após meses de impasse, diplomatas dizem que a exaustão militar, o colapso humanitário e a pressão internacional reacenderam a esperança de paz. “Israel está mais isolado hoje”, afirma Pnina Baruch, coronel da reserva e ex-negociadora, que vê a retórica “combativa e racista” do governo Netanyahu como um fator que agrava o isolamento. Ela cita ministros ultranacionalistas como Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich, contrários ao cessar-fogo, que chamaram o plano de Trump de “acordo de rendição”. Netanyahu, por sua vez, tenta equilibrar-se entre protestos internos e a ameaça de ruptura da coalizão. As acusações de genocídio ganharam força após relatório da ONU apontar crimes em Gaza — rejeitado por Israel. Para o professor Ralph Wilde, o isolamento de Tel Aviv reflete a perda de tolerância internacional diante de “violações persistentes”.

O Hamas aceitou partes do plano, e Israel declarou estar pronto para iniciar sua primeira fase. Mas pontos cruciais, como o desarmamento do grupo, seguem em aberto. O ativista palestino Mazin Qumsiyeh chama a proposta de “farsa” e defende uma “descolonização real”, rejeitando a solução de dois Estados. Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou 1.200 israelenses e sequestrou 250 pessoas, a ofensiva de Israel devastou Gaza, deixando mais de 67 mil palestinos mortos e milhões vivendo em condições precárias. 

JUIZ DE ILLINOIS AUTORIZA FORÇA EM CHICAGO

Um juiz de Illinois, nos EUA, autorizou ontem, 6, de forma liminar, que o presidente Donald Trump envie tropas da Guarda Nacional para Chicago, palco de protestos contra a política de imigração do governo federal. A decisão é uma vitória para o republicano, que enfrenta batalhas judiciais sobre o uso de forças militares em cidades americanas. Trump já ameaçou invocar a Lei de Insurreição de 1807 e voltou a dizer que pode declarar estado de emergência. O estado de Illinois e a cidade de Chicago, ambos governados por democratas, acionaram a Justiça para barrar a medida, classificada pelo governador J. B. Pritzker como “invasão inconstitucional”. O governo estadual argumenta que não há justificativa para a mobilização militar, enquanto a Casa Branca afirma que protestos em um prédio do ICE exigem reforço de segurança. A ação sustenta que as medidas violam a 10ª Emenda, que protege os direitos dos estados.

Durante audiência, o governo informou que tropas chegariam a Chicago nesta terça (7) e quarta (8). O juiz não bloqueou a medida e deu dois dias para a Casa Branca responder. Após a decisão, Trump anunciou a convocação de 300 membros da Guarda Nacional. Pritzker prometeu recorrer: “O plano deles é causar caos para consolidar poder”. No mês passado, Trump chamou Chicago de “a cidade mais perigosa do mundo”, apesar da queda nos homicídios. Ele tem usado o envio de tropas como estratégia contra a criminalidade, mas as cidades-alvo são majoritariamente democratas e com população não branca. No domingo, uma juíza federal proibiu temporariamente o envio de 200 soldados da Guarda Nacional a Portland, decisão que o Pentágono acabou violando. 

PROFESSORES USAM IA NO TRABALHO

Mais da metade (56%) dos professores brasileiros usa ferramentas de inteligência artificial no trabalho, segundo a pesquisa Talis, divulgada pela OCDE nesta terça (7). A média brasileira supera a dos países da organização, de 36%. O estudo, que ouve docentes e diretores de 53 países, mostra o Brasil como o 9º com maior uso de IA no ensino. Emirados Árabes, Singapura e Nova Zelândia lideram, com mais de 75% dos professores usando essas tecnologias. Na outra ponta, França, Japão e Bélgica têm cerca de 20% de adesão. A pesquisa considera IA tanto modelos generativos, como o ChatGPT, quanto sistemas de reconhecimento de fala e análise de dados.

Entre os brasileiros que usam IA, 77% recorrem a ela para criar planos de aula e 64% para adaptar materiais a diferentes alunos. O uso é menor para análise de desempenho (42%) e correção de tarefas (36%). Já entre os que não utilizam, as principais razões são falta de conhecimento e infraestrutura. Um terço diz sentir-se sobrecarregado pela exigência tecnológica. Além disso, 75% afirmam não ter preparo para ensinar com IA e metade considera que ela não deveria ser usada. Um em cada dez professores no mundo relata que a escola proíbe o uso dessas ferramentas; no Brasil, o índice é de 17%. Entre as preocupações, estão o risco de plágio, reforço de estereótipos e ameaças à privacidade e à segurança dos dados. 

MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE JOJE, 7/10/2025

CORREIO BRAZILIENSE - BRAASÍLIA/DF

Trump abre canal de negociação com Brasil e elogia Lula

Presidentes conversam por telefone, em tom "cordial e produtivo", e combinam de se encontrar, mas dia e local ainda não estão definidos. Republicano afirma que EUA vão "fazer negócios" com o país e chama o chefe de Estado brasileiro de "ótima pessoa"

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ

Oposição

Veja como cada partido da direita se posiciona para 2026 após conversa entre Lula e Trump

Diálogo marcado por troca de elogios e a costura de um encontro presencial representam um baque para Eduardo Bolsonaro

FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP

GUERRA EM GAZA, 2 ANOS

  • SALVAR ARTIGOS

Guerra em Gaza completa dois anos com melhor chance para paz até aqui

Para especialistas, exaustão e pressão internacional criam ambiente em que fim do conflito volta a ser possibilidade real

TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA

Avante adia decisão sobre alianças para 2026 e reforça independência partidária

O deputado federal Luís Tibé afirmou que ainda é cedo para o partido definir alianças ou apoios com vistas às eleições de 2026

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

EUA: em nova votação, Senado rejeita proposta orçamentária; paralisação do governo é mantida

Medida proposta pelo Partido Republicano e também a proposta do Partido Democrata não chegaram perto de obter os 60 votos necessários para avançar

 DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT 

Bruno Mascarenhas: “O Chega pode ter posição decisiva na governação de Lisboa, a liderar ou a passar medidas” 

Autor da moção de censura do Chega a Carlos Moedas luta contra voto útil, sendo-lhe indiferente que Alexandra Leitão vença. Importante é dar força a uma “alternativa ao sistema que está montado”.

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

RADAR JUDICIAL


ESTUPRADOR DAS FILHAS É CONDENADO

Na cidade de Licínio de Almeida, um homem foi condenado por estuprar as próprias filhas em 2017. Ele foi condenado a 64 anos de prisão, depois de tramitação por anos do processo penal. O criminoso ficou foragido por muitos anos e depois de ser localizado o processo pode ser concluído com a sentença condenatória. O Ministério Público, através da promotora de Jacaraci, Gabrielly Coutinho Santos assegurou que "os abusadores não ficarão impunes". 

PREMIÊ FRANCÊS RENUNCIA DEPOIS DE 26 DIAS NO CARGO

O primeiro-ministro da França, Sébastien Lecornu, renunciou nesta segunda-feira (6/10), apenas 26 dias após assumir o cargo. O anúncio foi feito pelo Palácio do Eliseu após reunião com o presidente Emmanuel Macron. A renúncia ocorreu menos de 24 horas depois da divulgação oficial de seu gabinete. Lecornu sucedera François Bayrou, cujo governo caiu em setembro por falta de apoio parlamentar. É o quinto primeiro-ministro francês em menos de dois anos, em meio a forte instabilidade política. Desde as eleições antecipadas de julho de 2024, a Assembleia Nacional permanece fragmentada. Nenhum partido obteve maioria absoluta, dificultando a aprovação de leis. A oposição exige novas eleições e parte pede também a renúncia de Macron. O presidente, no entanto, afirma que cumprirá o mandato até 2027. O déficit público francês atingiu 5,8% do PIB em 2024, e a dívida soma 114% do PIB. O governo tenta conter gastos, mas enfrenta rejeição a medidas de austeridade. Após a renúncia, ações despencaram na bolsa de Paris nesta segunda-feira.

BRASILEIROS CONTINUAM PRESOS

O Itamaraty fará nesta segunda (6) uma segunda visita aos 13 brasileiros presos em Israel após participarem da flotilha Global Sumud, que tentava levar ajuda humanitária a Gaza. O grupo está na prisão de Ktzi'ot, no deserto de Negev, e quatro deles estão em greve de fome. Segundo o Itamaraty, não há previsão de soltura. A primeira visita ocorreu na sexta (4) e durou mais de oito horas. A flotilha informou que Thiago Ávila, João Aguiar, Ariadne Telles e Bruno Gilga estão em greve e privados de tratamento médico. Ávila anunciou que não beberia nem água até que os presos recebessem medicação. A flotilha tinha 41 barcos e 400 ativistas; ao menos 170 já foram deportados. Detidos relataram maus-tratos, negados por Tel Aviv. A organização Adalah disse que os prisioneiros foram vendados, algemados e forçados a retirar vestimentas religiosas. Mães e ativistas pedem que o presidente Lula pressione Israel, como fizeram líderes europeus. O argentino-italiano Nicolas Calabrese, já deportado, relatou violência, fome e humilhação. Segundo ele, Greta Thunberg foi isolada e forçada a vestir uma bandeira israelense. Israel nega as acusações e afirma que os detidos tiveram acesso a água, comida e advogados. A flotilha partiu de Barcelona em 31 de agosto e começou a ser interceptada em 1º de outubro. 

BALANÇA COMERCIAL COM SUPERAVIT

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,99 bilhões em setembro, queda de 41,1% em relação ao mesmo mês de 2024, informou o MDIC nesta segunda-feira (6). O resultado, impactado pela importação de uma plataforma de petróleo, superou a previsão de economistas consultados pela Reuters, que esperavam US$ 2,65 bilhões. As exportações somaram US$ 30,53 bilhões, alta de 7,2% e recorde para setembro, apesar da queda de 20,3% nas vendas aos EUA. As importações cresceram 17,7%, chegando a US$ 27,54 bilhões, influenciadas pela compra da plataforma P-78 pela Petrobras, de US$ 2,4 bilhões. O MDIC elevou a projeção de superávit de 2025 para US$ 60,9 bilhões, ainda 17,9% menor que o saldo de 2024 (US$ 74,2 bilhões). As exportações devem atingir US$ 344,9 bilhões e as importações, US$ 284 bilhões. De janeiro a setembro, o superávit foi de US$ 45,48 bilhões, queda de 22,5% frente a 2024.

Curitiba/PR, 6 de outubro de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.
 


BRASIL: NOVO SUPERCOMPUTADOR

O Brasil ganhou um novo supercomputador para gerar alertas meteorológicos com precisão inédita, capaz de indicar até em quais regiões de um bairro vai chover e em que momento. A previsão do tempo depende de dados de satélites, aviões, navios, balões e estações espalhadas pelo planeta. Essas informações são processadas por uma máquina que realiza trilhões de cálculos por segundo, algo impossível em equipamentos comuns. Até agora, o país usava o Tupã, em operação desde 2010. O Inpe vinha alertando desde 2021 para o risco de um apagão meteorológico por falta de investimento. O novo equipamento, adquirido em 2024 por R$ 200 milhões, está em fase de testes no Cptec, em Cachoeira Paulista (SP). Com ele, o Brasil terá processamento seis vezes mais rápido, previsões em minutos (antes levavam até três horas) e armazenamento 24 vezes maior, com modelos mais detalhados. A tecnologia permitirá identificar hora e minuto de eventos climáticos, algo essencial para salvar vidas. Em tragédias como a de São Sebastião, em 2023, o Cemaden sabia com dois dias de antecedência que a região seria afetada, mas sem precisão de horário e local.

Antes, o sistema atualizava as previsões duas vezes ao dia; agora, fará isso a cada seis horas. O investimento, feito pelo MCTI e pela FINEP, inclui ainda a criação de um centro de energia solar para abastecer o equipamento. A máquina permite prever o tempo em escala inédita, identificando chuva por bairro e até por rua, com resolução de até 1 km². Isso aprimora alertas de desastres, como os de São Sebastião e do Rio Grande do Sul, e apoia setores como agropecuária, energia e saúde pública. O supercomputador também rodará modelos climáticos de longo prazo, essenciais para planejar ações diante das mudanças climáticas. Previsto para iniciar em dezembro, o sistema representa um salto tecnológico e permitirá ao Brasil usar inteligência artificial em previsões.


MINISTRO DE MILEI RENUNCIA

José Luis Espert, principal candidato a deputado pela província de Buenos Aires, renunciou ontem, 5. Ele publicou uma carta no X, informando que o presidente Javier Milei aceitou sua decisão. A crise começou após o jornal La Nación revelar que Espert recebeu US$ 200 mil de Fred Machado, empresário argentino acusado de envolvimento com narcotráfico e investigado nos EUA. Espert, do partido governista A Liberdade Avança, admitiu que o pagamento veio de uma mineradora guatemalteca ligada a Machado, alegando tratar-se de consultoria econômica. Na carta de renúncia, disse ser alvo de operação midiática e prometeu provar inocência na Justiça. Milei reagiu afirmando que o processo de mudança não pode ser detido por “operações maliciosas”. A saída ocorre a 20 dias das eleições. O escândalo já havia reduzido sua participação em campanha, constrangendo aliados como a ministra Patricia Bullrich. Na sexta-feira (3), Espert se reuniu com Milei em Olivos para renunciar, mas o presidente pediu que continuasse. No fim de semana, o deputado chorou em entrevista e acusou o peronismo de perseguição.

Apesar de negar laços, Espert admitiu ter viajado 17 vezes em aviões de Machado. O empresário, preso em Viedma, aguarda extradição aos EUA, acusado de usar sua frota aérea no tráfico. Com a renúncia, os mileístas devem substituir Espert por Diego Santilli, ex-vice-chefe de governo de Buenos Aires e aliado de Mauricio Macri. Um entrave é que as cédulas eleitorais já foram impressas com a foto de Espert. Deputados peronistas pediram que os custos de reimpressão sejam arcados pelo partido de Milei. 

O HOMEM VOA NO ESPAÇO

Neste momento, você está voando pelo espaço a velocidades incríveis. Como todos os seres vivos da Terra, acompanha nossa jornada enquanto o planeta se move de duas maneiras principais. Primeiro, a Terra gira em torno de um eixo que vai do polo Norte ao polo Sul. Essa rotação completa dura 24 horas, com cerca de 1.670 km/h no equador. Além disso, a Terra orbita o Sol, completando uma volta em um ano, a 107.000 km/h. Essas velocidades superam qualquer veículo humano. Mas por que não sentimos o movimento? Foi essa pergunta que despertou meu interesse infantil pelo Universo. Hoje, como astrônomo, ensino que não sentimos porque tudo se move junto com a Terra. O movimento terrestre é suave e constante, sem solavancos. A órbita é ligeiramente oval, mas as variações são graduais demais para percebermos. É como estar em um avião em voo de cruzeiro: viajamos rápido, mas dentro tudo parece calmo. Assim, você, sua cadeira, os prédios e oceanos se movem na mesma velocidade. Só notaríamos se houvesse uma mudança brusca, o que não ocorre. Podemos nos comparar a formigas em uma imensa bola. Como a Terra tem 13 mil km de diâmetro, qualquer movimento parece lento e suave para nossos corpos.

Outra razão é a ausência de pontos de referência próximos no espaço. As estrelas estão tão distantes que parecem fixas, mesmo com nosso movimento. A gravidade, por sua vez, impede que sejamos lançados ao espaço, puxando-nos sempre ao centro do planeta. Como sabemos que a Terra se move? Pelas observações do céu. O dia e a noite resultam da rotação terrestre. Se ela não girasse, metade do planeta viveria sempre iluminada e a outra metade sempre escura. As estações do ano ocorrem porque a Terra gira inclinada em sua órbita, recebendo diferentes quantidades de luz solar. À noite, as constelações parecem mudar de posição, reflexo do giro terrestre e da trajetória ao redor do Sol. Astrônomos já deduziram isso há séculos, e hoje satélites e telescópios confirmam o movimento. Mesmo sem sentir, as evidências estão por toda parte. E não é só a Terra: o Sol também orbita o centro da galáxia a enormes velocidades. No Universo, nada está parado. Tudo se move —planetas, estrelas e até galáxias inteiras.