FUNCIONÁRIOS DOS EUA DEIXAM O GOVERNO
Mais de 150 mil funcionários federais deixarão a folha de pagamento dos EUA nesta semana após aderirem a um programa de demissão voluntária — o maior êxodo em quase 80 anos, visto como uma perda crítica de conhecimento institucional. O plano é central na estratégia do presidente Donald Trump de reduzir a força de trabalho federal, combinando incentivos financeiros e ameaças de demissão. Especialistas alertam que a saída em massa gera fuga de cérebros, já que muitos servidores possuíam décadas de experiência. O impacto atinge serviços como previsão do tempo, segurança alimentar, saúde e projetos espaciais. No Serviço Nacional de Meteorologia, 200 demissões reduziram equipes técnicas e meteorologistas. Na NASA, 4 mil funcionários saíram, incluindo engenheiros e cientistas de ponta. Sindicalistas dizem que a agência perde talentos insubstituíveis. Apesar disso, a NASA afirma buscar uma “era de ouro” de inovação em missões para Lua e Marte. A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica garante que repõe vagas essenciais à segurança pública. Trump e Elon Musk defendem que o funcionalismo era inchado e ineficiente. Democratas criticam os cortes como arbitrários e prejudiciais ao serviço público. Em 2023, salários e benefícios de servidores civis custaram US$ 359 bilhões ao governo.
TRUMP AMEAÇA DEMISSÃO "EM MASSA"
O primeiro shutdown do governo dos EUA desde 2019 começou ontem, 1º, com troca de acusações entre republicanos e democratas. Os republicanos culpam a oposição, chamando-o de "shutdown democrata", enquanto os democratas responsabilizam Trump e seus aliados. A Casa Branca alertou para "demissões em massa iminentes". O Senado fracassou três vezes em votar o projeto republicano de gastos e permanece fechado até sexta-feira (3/10). Para atingir a maioria de 60 votos, os republicanos precisariam do apoio de sete democratas; até agora, só três apoiaram. A paralisação de 2019 durou 35 dias, a mais longa da história. Desde 1976, os EUA já tiveram 20 shutdowns. O vice-presidente J.D. Vance acusou os democratas de chantagem, afirmando que exigem bilhões para saúde de imigrantes indocumentados. O Escritório de Orçamento estima 750 mil servidores afetados. Não essenciais foram afastados, enquanto os vitais trabalham sem salário. A Embaixada dos EUA em Brasília anunciou suspensão parcial das atualizações na rede X, mas serviços de passaporte e visto seguem ativos enquanto possível.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse ontem, 1º, que acionou o Itamaraty após a detenção da deputada Luizianne Lins (PT-CE) pela Marinha de Israel. Ela estava em uma flotilha com brasileiros que tentavam levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Motta afirmou querer restaurar a liberdade da parlamentar e defender os direitos dos demais brasileiros no barco. Ele ligou para o chanceler Mauro Vieira pedindo apoio do Itamaraty e contato com Israel. O deputado ressaltou que busca garantir as prerrogativas de Luizianne e dos demais detidos. Disse que insistirá em contatos nesta quinta (2/10) para acelerar a libertação. Na semana passada, Luizianne pediu licença parlamentar para integrar a flotilha. Ativistas de 40 países participaram da ação, mas barcos foram interceptados por Israel. Cerca de 15 brasileiros estavam no grupo, incluindo o ativista Thiago Ávila. Ávila já havia sido detido em outra flotilha anterior. O PT enviou ofícios a Mauro Vieira e Celso Amorim pedindo atuação urgente. O partido cobra ação imediata do governo para liberar os brasileiros.
UBER: 21 MIL AÇÕES
A Uber responde a 21 mil ações na Justiça do Trabalho que pedem vínculo empregatício, informou a advogada Ana Carolina Caputo Bastos no STF. A sessão de 1º de outubro, presidida por Edson Fachin, foi dedicada às sustentações orais; a data dos votos será marcada depois. O julgamento tem repercussão geral, afetando todos os processos semelhantes. Segundo a advogada, a Uber tem quase 2 milhões de motoristas cadastrados, que trabalham em média 21 horas semanais, com rendimento de R$ 19 a R$ 27 por hora, três a quatro vezes o salário mínimo. Ela afirmou que há uma “parceria comercial”, que deve ser analisada pela Justiça comum, e não pela trabalhista. O advogado da Rappi, Márcio Vitral Amaro, sustentou que não há vínculo, pois falta o requisito da subordinação. Já advogados de trabalhadores e sindicatos alegam que existe “subordinação algorítmica”, pois o aplicativo controla e fiscaliza os motoristas. Para Mauro de Azevedo Menezes, o art. 6º da CLT permite reconhecer essa subordinação tecnológica, válida como relação de emprego.
COLÔMBIA EXPULSA DIPLOMATAS DE ISRAEL
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, expulsou ontem, 1º, a delegação diplomática de Israel em Bogotá, após a interceptação de uma flotilha com ajuda humanitária rumo a Gaza. Petro já havia rompido relações com Israel em 2024, transformando a embaixada em consulado com 40 funcionários, entre eles quatro diplomatas israelenses. O mandatário classificou a detenção da flotilha como “crime internacional” de Benjamin Netanyahu e disse que há duas colombianas presas. O governo exigiu a libertação imediata e condenou violações de direitos de cidadãos no exterior. Israel informou que deteve barcos que seguiam para Gaza, mas negou incidentes. Petro, crítico de Netanyahu, o chama de “genocida” e acusa Donald Trump de ser cúmplice. Na semana passada, participou de protesto pró-palestino em Nova York e instou o Exército dos EUA a desobedecer a Trump. Washington considerou as falas “imprudentes e incendiárias” e cancelou seu visto. O último embaixador israelense em Bogotá acusava Petro de antissemitismo. O presidente colombiano também suspendeu a compra de armas de Israel. Na segunda-feira, encerrou o Tratado de Livre Comércio firmado em 2020 com o país.
Foz do Iguaçu, 2 de outubro de 2025.
Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.
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