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sexta-feira, 1 de abril de 2016

NOVOS PROMOTORES; AGUARDA-SE NOVOS SERVIDORES

Ontem, 31/3, foram empossados 43 novos promotores públicos substitutos que serão designados para as comarcas e varas judiciais do interior. O Oeste da Bahia, que sente falta de juiz e de promotor, aguarda que sejam designados também para a região. 

Na solenidade de posse, a procuradora geral de Justiça, Ediene Lousado e a presidente da Associação dos Membros do Ministério Pública da Bahia, AMPEB, manifestaram sobre o significado dos promotores nas comarcas. 

Enquanto isso, uma comissão da Diretoria Executiva do SINPOJUD reuniu-se ontem, 31/3, com representantes do Tribunal de Justiça para solicitor a nomeação de servidores concursados em janeiro/2015. O Tribunal alega dificuldade orçamentária e os servidores queixam-se da sobrecarga de trabalho para os que estão na ativa.

quinta-feira, 31 de março de 2016

RETROCESSO NOS JUIZADOS

A Nota Técnica n. 01/2016 do Fórum Nacional dos Juizados Especiais recomendou que os prazos anotados no art. 219 do novo CPC não deverão ser aplicados nas reclamações que tramitam nos Juizados Especiais; essa decisão recebeu apoio da corregedora nacional de Justiça, ministra Nancy Andreghi.

O fundamento é de que essa nova regra atenta contra os princípios do sistema, consistentes na simplicidade, economia processual e na celeridade. 

O novo CPC, art. 219, estabelece o cômputo de prazos somente em dias úteis e essa não deve ser regra para os Juizados Especiais, mesmo porque a lei processual nunca foi de aplicação obrigatória nos Juizados na fase de conhecimento, mas são invocados apenas na fase de cumprimento de sentença. 

Todavia, a Turma de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais do DF decidiu alterar a regra dos Juizados e aplicar o CPC, em nítido desvirtuamento do sistema informal.

quarta-feira, 30 de março de 2016

HOMEM AMEAÇA INCENDIAR FÓRUM

Um homem acusado de agressão à sua mulher foi ao Fórum Regional XV Butantã, em São Paulo, para audiência, quando resolveu agredir a juíza da Vara de Violência Doméstica; estava com explosivos e garrafas de coqueteis molotov; derramou querosene no seu próprio corpo e no da magistrada, mas a polícia chegou a tempo de impedir o prosseguimento da ação do invasor, que foi rendido e preso. 

O homem aparentava distúrbios mentais, segundo informações dos policiais. O homem foi encaminhado para o Pronto Socorro do Hospital Universitário; após ser medicado, será levado para o 51º Distrito Policial, enquanto a juíza foi conduzida para o Hospital Alberto Einstein.

XIQUE-XIQUE: FÓRUM PRECISA DE MANUTENÇÃO

Xique-Xique situada à margem direita do Rio São Francisco dispõe de um porto de grande significado para a região; o município tem 48.316 habitantes e extensão territorial de 5.200,809 km2. 

O distrito de Chique-Chique recebeu essa denominação em 1714, foi elevada à categoria de cidade em 1928; o município, desmembrado de Jacobina, data de 1832. 

Itaguaçu da Bahia, que integra a Comarca, tem 14.667 habitantes e extensão territorial de 4.451,270 km2.

Assim, a Comarca de Xique-Xique tem 62.983 jurisdicionados e area territorial de 9.652,08 km2. Essa extensão corresponde a mais de 15 vezes a area da Comarca de Itabuna. 

A COMARCA 

A Lei n. 15 de 15 de julho de 1892 contempla Xique-Xique como termo da Comarca Rio do São Francisco, com sede em Barra do Rio Grande;

A Lei n. 1.119 de 21/8/1915 consigna a unidade com a denominação de Chique-Chique como de 1ª entrância com o distrito de Brotas;

A Lei n. 2.225 de 14 de setembro de 1929 mantém a situação adotada pela lei anterior, inserindo somente o termo de Assuruá;

A Lei n. 175 de 2 de julho de 1949 muda a denominação da Comarca para Xique-Xique e não inclui nenhuma termo;

A Lei n. 2.314 de 1º de março de 1966 eleva a unidade para 2ª entrância sem distrito;

A Resolução n. 2 de 23/12/1971, que dispõe sobre a Divisão e Organização Judiciária do Estado, nada altera em relação à lei anterior;

A Lei n. 3.731 de 22 de novembro de 1979, que dispõe sobre a Divisão e Organização Judiciária do Estado, não muda em relação ao que estabeleceu a Resolução n. 2/1971; 

A Lei n. 10.845 de 27 de novembro de 2007 declara a unidade como de entrância intermediária com 5 juízes e o município de Itaguaçu da Bahia, além de dois distritos.

A Comarca devia contar com 5 juizes, de acordo com a Lei de 2007, mas dispõe de apenas três.

A vara cível tem como titular o juiz Leonardo Rulian Custódio que conta com apenas 2 servidores e com 5.539 processos.

Na vara crime tem a juíza Marcela Moura Franca Pamponet, com 3 servidores e tramitam 2.188 processos, onde existem 169 feitos relativos a homicídio e 23 presos provisorios. Na semana do júri foram julgados 5 feitos. 

A comarca tem Juizado Especial e o titular é o juiz Joston Almeida de Souza. 

São 5 Oficiais de Justiça. 

Os escreventes da Comarca são designados para substituir cargos nos cartórios judiciais e extrajudiciais.

Xique-Xique, como a maioria das Comarcas, não tem defensor público. 

A unidade tem dois promotores substitutos, sendo um titular da Comarca de Barra. 

O fórum está necessitando de manutenção, a exemplo da pintura bastante estragada; para segurança dispõe apenas de alarme. 

A unidade tem duas casas do juiz, sendo que as duas estão fechadas. 

A Prefeitura colocou a disposição do fórum 6 funcionários.

CARTÓRIOS EXTRAJUDICIAIS

Não tem delegatário na Comarca, daí porque a prestação dos serviços extrajudiciais está sob encargo de servidores judiciais que não receberam apoio algum do Tribunal para o desempenho dessa atividade. 

O Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais com funções Notariais do município e distrito judiciário de Itaguaçu da Bahia funciona na sede e está sob encargo de Nadia Teixeira Curvello. 

O Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais com funções Notariais do distrito de Capixaba funciona no próprio distrito com o servidor Noberto Teixeira Curvello no comando. 

O Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais com funções Notariais do distrito de Iguira está entregue a Maria Emília Rodrigues da Silva e funciona na sede. 

O Cartório de Registro de Imóveis está sob a direção de Joseny Rodrigues da Costa.

O Tabelionato de Notas está sob responsabilidade de Ricardo Custódio de Oliveira. 


Salvador, 30 de marco de 2016.

Antonio Pessoa Cardoso.
Pessoa Cardoso Advogados.

SERVIDORES DA COMARCA DE XIQUE-XIQUE - CCI 12/2012


VISTA AÉREA DA CIDADE DE XIQUE-XIQUE


JUIZADOS COM VALOR MAIOR

Além dos maleficios causados aos Juizados Especiais com alterações legais e com práticas incompatíveis com o sistema, a exemplo da centralização ou do desrespeito ao princípio da oralidade, tramita no Senado Federal Projeto de Lei que aumenta o valor das causas de 40 para 60 salários mínimos. Os Juizados Especiais Federais já praticam esse valor, mas ao invés de haver diminuição, busca a Justiça Estadual equiparação com valor maior. 

O Projeto será submetido à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado.

OAB QUESTIONA TURNÃO

A OAB ingressou com Ação Direta de inconstitucionalidade contra a redução do expediente na Justiça do Trabalho; atende assim reivindicação da Associação Baiana de Advogados Trabalhistas, ABAT, e a OAB/Ba; o TRT passou a adotar o “turnão”, medida que já mereceu questionamento na Justiça Comum.

O presidente Claudio Lamachia diz que “o acesso à jurisdição é parte integrante da cesta básica de cidadania que a Carta da República assegurou ao cidadão, não podendo os Tribunais brasileiros – a pretexto de cortar gastos e diminuir despesas gerais – reduzir o atendimento ao publico”. 

O ministro Luiz Fux já concedeu liminar para suspender a Resolução n. 130 do CNJ que trata do expediente dos tribunais para atendimento ao público, além de fixar a jornada de oito horas. Agora, vai apreciar a petição, originada da OAB/Ba.

terça-feira, 29 de março de 2016

COMISSÃO ESTUDA FUNCIONAMENTO DA CÂMARA DO OESTE

A presidente do Tribunal de Justiça, desa. Maria do Socorro Barreto Santiago, através do Decreto Judiciário n. 232, publicado no Diário Eletrônico de hoje, 29/3, criou “Comissão para realizar estudos sobre o funcionamento da Câmara Especial do Extremo Oeste Baiano e a atuação dos Juízes Substitutos de Segundo Grau”. 

A Comissão, integrada por quatro desembargadores, dois juízes e cinco servidores, tem o prazo de 30 dias para apresentar relatório circunstanciado das conclusões do trabalho.

JUÍZA HOMENAGEADA EM BRASILIA

A juíza Patricia Cerqueira Kertzman Sporer, que ocupou o cargo de presidente da Comissão Estadual Judiciária de Adoção Internacional (CEJAI), por dois anos e sete meses, foi homenageada em Brasília pelo trabalho desenvolvido como vice-presidente do Conselho das Autoridades Centrais Brasileiras. O secretário Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Rogério Scottill, participou da solenidade.

A homenageada, juíza Patrícia, coordenou em 2015, a XIX Reunião do Conselhos das Autoridades Centrais Brasileiras, realizada em Salvador. O objetivo do evento foi no sentido de buscar sugestões para aprimoramento dos trabalhos de adoção de crianças. A juíza tem-se destacado também na organização de cursos e eventos promovidos pela Escola de Magistrados da Bahia.

segunda-feira, 28 de março de 2016

CAMPANHA CONTRA A CORRUPÇÃO

O Ministério Público Federal colheu mais de 2 milhões de assinaturas para apresentação de propostas de alteração de leis, visando aprimorar o combate à corrupção; dentre as modificações constam a criminalização do enriquecimento ilícito; aumento das penas e crime hediondo para a corrupção de altos valores; celeridade nas ações de improbidade administrativa; reforma no sistema de prescrição penal; responsabilização dos partidos políticos; criminalização do caixa 2. 

O Projeto é denominado de 10 Medidas Contra a Corrupção e seria suficiente o total de 1,5 milhão de assinaturas, mas vai entregar ao Congresso Nacional com mais de 2 milhões de assinantes. Há apenas 4 leis de iniciativa popular promulgadas; se aprovada pelo Congresso essa deverá ser a quinta lei de autoria do cidadão brasileiro.

DESATIVAÇÃO OU AGREGAÇÃO DA CÂMARA DO OESTE

Entre 2012 e 2014 foram desativadas e agregadas 66 comarcas e 28 varas judiciais na Bahia. Isso significa que, nessas unidades, a Justiça que não era boa, ficou pior. A justificativa para esse golpe no direito do cidadão constou simplesmente da alegação de que havia dificuldades orçamentárias, como se esse fosse motivo para fechamento das portas da Justiça para o povo. 

A razão anunciada foi tão frágil que, logo depois, instalou-se uma filial do Tribunal, na cidade de Barreiras, além da implantação de 60 varas judiciais no estado. Esse crescimento no número de varas judiciais pouco significou para o sistema, porquanto não apareceram novos juízes, muito menos servidores, diferentemente do que ocorreu com a Câmara do Oeste que foi provida por desembargadores, servidores e estrutura completa. 

A Câmara do Oeste é composta por 8 desembargadores, que trabalham em Barreiras e em Salvador, nas Câmaras Cíveis e Criminais e no Pleno do Tribunal de Justiça; para atender à filial do Tribunal há infraestrutura para acomodar toda a assessoria dos desembargadores; estes deslocam-se, semanalmente, na ponte aérea Salvador/Barreiras/Salvador. 

Em dezembro/2014, a Lei de Organização Judiciária foi alterada para ampliar o quadro de desembargadores para 61; em julho/2014, a Assembleia Legislativa votou projeto do Tribunal de Justiça, criando cargos para 16 assessores de desembargador e 8 para assistentes de gabinete. 

É sabido que os juízes de 1ª grau julgam em torno de 90% de todos os processos que tramitam no Judiciário; dados coletados em 2013, antes da criação da Câmara do Oeste, mostraram que foram remetidos para o Tribunal de Justiça apenas 815 recursos, originados das primeiras 18 comarcas da Câmara do Oeste; nessas mesmas unidades estavam represados 124 mil processos, aguardando sentenças. Somente esses números apontam a absoluta falta de critério técnico para criar uma filial, composta de magistrados de 2º grau, e descuidar do preenchimento dos cargos de juizes, vagos também nas unidades da região do Oeste, exatamente onde está localizada a filial. 

A criação da Câmara do Oeste foi antecedida do fechamento das comarcas de Cristópolis, Wanderlei, Morpará, Paratinga, Malhada e Ibitiara, encontradas exatamente na área, ou seja, no Oeste da Bahia. Evidente que esse ato levou para os moradores dessas comarcas grande frustração. A situação de abandono das unidades judiciárias não para por aí, porquanto todas as comarcas do Oeste estão sem juiz ou com o quadro incompleto, além de grande defasagem de servidores. A sede da Câmara do Oeste, Barreiras, devia ter 16 juízes, segundo a Lei de Organização Judiciária de 2007, mas dispõe de apenas 5. Criou-se 3 varas nesta comarca, todavia sem juiz e sem servidor, diferentemente do que se registra no cenário do 2º grau, pois, quando há falta, convoca-se um juiz para substituir o desembargador, deixando o vazio no quadro das varas e comarcas. Não se acredita possível, mas o Tribunal programou criar outras Câmaras, a exemplo da denominada Câmara do Norte, a ser instalada em Juazeiro, a Câmara do Extremo Sul a ser instalada em Porto Seguro ou Teixeira de Freitas. 

Observação importante e que serve para mostrar a absoluta falta de coerência, situa-se na transferência das Turmas Recursais do interior para a capital, em clara violação ao art. 41 e § 1º da Lei n. 9.099/95.

As Turmas Recursais não apresentavam despesas, vez que, conforme a lei, são formadas por juízes do próprio Juizado. Assim, Barreiras tinha uma Turma Recursal apta para julgamento das reclamações da região; outras comarcas sediavam Turmas. 

As Turmas Recursais, competentes para apreciar os recursos das reclamações dos Juizados Especiais funcionavam no interior e na capital, conforme exigência da lei especial; agora, entretanto não há nenhuma Turma Recursal no interior, pois todas estão localizadas em Salvador, em nítida concentração. Surpeendente e diferente é a política adotada pelo Tribunal, quando descentraliza, criando uma filial no interior, promovendo juízes para a Câmara e desguarnecendo as varas e comarcas. 

No momento, tem-se outra via que pode ser solução para a Câmara do Oeste; consiste na sua agregação ao Tribunal de Justiça, trazendo-a assim para Salvador, como se fez com as Turmas Recursais. Funcionaria, normalmente, como se fosse uma 1ª ou 2ª Câmara; com essa providência algum recurso serviria para atender à 1ª instância, além de continuar prestando serviço ao Oeste da Bahia. 

Não se está em desacordo com a interiorização da Justiça de 2ª grau, muito menos contra a descentralização, mas insurge-se contra a priorização de filiais do Tribunal, porque implica em descuido com o provimento de juizes nas comarcas e varas. 

Afinal que adianta uma Câmara sem juízes nas comarcas?

O Judiciário na Bahia precisa, primeiramente, de juízes e só depois de desembargadores, principalmente quando se trata do interior do estado; afinal, os magistrados de 2º grau prestam-se para reestudar o trabalho desenvolvido pelos magistrados de 1º grau. 

Certamente o provimento das comarcas e varas com juízes e servidores modificaria o panorama do Judiciário. 

Salvador, 28 de marco de 2015.

Antonio Pessoa Cardoso.
Pessoa Cardoso Advogados.