BANCO CENTRAL, FED, BAIXA JUROS

O Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, reduziu os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,75% a 4% ao ano — menor nível desde 2022. A decisão, esperada pelo mercado, reflete a preocupação com o enfraquecimento do mercado de trabalho, mesmo com poucos dados disponíveis devido ao shutdown, que já dura 29 dias. O Fomc afirmou que o ritmo de criação de empregos desacelerou e o desemprego subiu levemente. Jerome Powell, presidente do Fed, disse que “as condições do mercado de trabalho estão se desacelerando gradualmente”. Os dados de inflação, divulgados de forma excepcional, mostraram alta abaixo do esperado, permitindo que o Fed priorizasse o emprego. O banco central tem um duplo mandato: controlar a inflação e estimular o emprego.

Com os juros mais baixos, o crédito fica mais acessível, o que impulsiona o mercado de trabalho, mas pode pressionar os preços. O Fomc destacou que os riscos de enfraquecimento do emprego aumentaram nos últimos meses. A decisão afeta o Brasil, pois juros menores nos EUA reduzem a pressão para manter a Selic alta e podem valorizar o real. Desde a posse de Donald Trump, esta é a segunda redução de juros. O Fed apontou que a inflação segue acima da meta de 2%, mas sob controle. O Fomc também decidiu encerrar, em dezembro, o programa de aperto quantitativo (QT), voltando a reinvestir recursos para manter a liquidez no sistema financeiro. Trump, crítico de Powell, chamou-o de “incompetente” e estuda substituir dirigentes do Fed por aliados. Se conseguir maioria no conselho, ampliará sua influência sobre a política monetária. Nos mercados, os juros menores nos EUA reduzem a atratividade dos títulos americanos, fortalecendo moedas emergentes como o real.