Pelo menos 64 pessoas morreram — quatro delas policiais — e 81 foram presas nesta terça-feira (28) em uma megaoperação contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio. Segundo o Palácio Guanabara, é a operação mais letal da história do estado. O tráfico reagiu com barricadas em várias partes da cidade, como na Linha Amarela e na Rua Dias da Cruz. O Centro de Operações elevou o estágio de alerta para nível 2, e a PM colocou todo o efetivo nas ruas, suspendendo atividades administrativas. A ação integra a Operação Contenção, voltada ao combate à expansão do CV. Cerca de 2.500 agentes cumpriram 100 mandados de prisão. Logo ao amanhecer, houve intensos tiroteios e uso de drones com explosivos por criminosos. Entre os presos estão Thiago do Nascimento Mendes, o “Belão do Quitungo”, e Nicolas Fernandes Soares, ligado a Edgar Alves de Andrade, o “Doca” ou “Urso”. O secretário de Segurança, Victor Santos, afirmou que a ação foi planejada pelo estado, sem apoio federal, e que 280 mil pessoas vivem nas áreas afetadas.
Escolas e unidades de saúde suspenderam atividades: 28 escolas no Alemão e 17 na Penha não abriram; cinco unidades básicas de saúde interromperam o funcionamento. Linhas de ônibus foram desviadas. A operação, fruto de um ano de investigação da DRE e do MPRJ, também atingiu alvos no Pará. O Gaeco denunciou 67 pessoas por associação ao tráfico e três por tortura. Segundo o MP, o Complexo da Penha tornou-se base estratégica do CV, liderado por “Doca”, que comanda também comunidades da Zona Oeste. Outros chefes apontados são “Pedro Bala”, “Gadernal” e “Grandão”. Eles controlavam o comércio de drogas, escalas de criminosos e execuções internas. Outros 15 atuavam como gerentes e dezenas como “soldados” na segurança armada das facções.

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