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segunda-feira, 15 de setembro de 2025

RADAR JUDICIAL

ISRAEL DESTRÓI  E MATA MAIS 40 PESSOAS

Israel atacou um prédio residencial na Cidade de Gaza ontem, 14, atingido por míssil em meio a moradores e jornalistas. Autoridades palestinas afirmam que, pelo menos 40 pessoas morreram, sendo 28 na Cidade de Gaza. Segundo Israel, o edifício era usado por integrantes do Hamas, e civis foram alertados para evacuar. Moradores, no entanto, dizem que o espaço abrigava famílias deslocadas da Faixa de Gaza. A guerra começou em outubro de 2023, após ataque do Hamas que matou mais de 1,2 mil pessoas em Israel. A ofensiva israelense já deixou mais de 63 mil palestinos mortos, a maioria civis. Imagens mostram o momento exato da explosão do prédio. Profissionais de imprensa estavam próximos durante o ataque. O episódio intensifica a escalada do conflito.

INVADIDA CASA DE CINEASTA EM ISRAEL
 
O cineasta palestino Basel Adra, vencedor do Oscar com o documentário Sem Chão, relatou que sua casa foi invadida por militares israelenses no sábado, 13, enquanto acompanhava o irmão no hospital, após ataque de colonos. Segundo ele, colonos tentaram atropelar seu irmão com um quadriciclo e agrediram familiares. Adra publicou um vídeo do ataque e levou o irmão para atendimento médico. Depois, soldados israelenses entraram em sua casa, onde estavam sua esposa e filha de 9 meses. À noite, ele foi impedido de retornar para casa devido a barreiras militares. O Exército afirmou que investigava relatos de pedras lançadas por palestinos. Familiares disseram que colonos levaram ovelhas para destruir a plantação. Um primo denunciou nas redes que se tratava de “limpeza étnica”. No fim de agosto, Israel autorizou novos assentamentos na Cisjordânia. O filme Sem Chão retrata expulsões de palestinos e foi codirigido por Adra e Yuval Abraham. 

LULA PODE CASSAR MEDALHA

Caberá ao presidente Luis Inácio Lula da Silva assinar a ordem de cassação da medalha Ordem do Pacificador que Jair Bolsonaro (PL) exibiu ao STF. Isso ocorrerá se Bolsonaro perder posto e patente do Exército, punição para militares condenados a mais de dois anos de prisão. O ex-presidente foi sentenciado a 27 anos de cadeia pelo Supremo. A cassação da medalha é prevista no decreto 4.207/2002, assinado por Fernando Henrique Cardoso. Lula não terá alternativa caso o Superior Tribunal Militar considere Bolsonaro indigno do oficialato. A honraria foi obtida por manobra do general Lourena Cid, pai de Mauro Cid, para livrá-lo de processo de racismo movido por Preta Gil. Em 2013, Bolsonaro pediu a Cid que intercedesse junto ao comandante do Exército, alegando ter salvado um soldado negro nos anos 1970. O general Enzo abriu sindicância, mas não quis conceder a medalha. A situação mudou com a posse do general Villas Bôas, que autorizou a honraria. Ela é destinada a atos de abnegação, coragem e risco de vida. Assim, Lula aplicará um decreto de FHC após condenação relatada por ministro indicado por Temer. Ironia: Bolsonaro votou pelo impeachment de Dilma e dedicou o voto ao torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra.

STJ: PRAZO PARA MS, CONTADO A PARTIR DE CADA ATO

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que o prazo de 120 dias para impetrar mandado de segurança em relações jurídicas de trato sucessivo deve ser contado a partir de cada ato de exigência fiscal, e não da publicação da lei que criou o tributo. A decisão, unânime, foi fixada no julgamento do Tema 1.273, que reuniu os Recursos Especiais 2.109.221/MG e 2.103.305/MG. A tese acolheu o argumento da OAB, que considerou inviável um prazo único, sob risco de comprometer a segurança jurídica e a ampla defesa. Segundo a entidade, a contagem, a partir da publicação da norma, limitaria o acesso à Justiça, principalmente para micro e pequenas empresas, sujeitas a exigências fiscais sucessivas. O julgamento teve a participação de representantes da OAB, como Jonny Cleuter Simões Mendonça e Alberto Simonetti Neto. O presidente da OAB Nacional, Beto Simonetti, afirmou que a decisão reafirma a missão constitucional da entidade na defesa das garantias legais da cidadania. Ele destacou a atuação firme da OAB para assegurar o mandado de segurança como instrumento contra abusos do poder público. O conselheiro Alberto Simonetti Neto reforçou que a entidade segue vigilante em favor da advocacia e da sociedade. Já o procurador Jonny Cleuter ressaltou que a vitória no STJ demonstra o papel da OAB na defesa do Estado Democrático de Direito. Ele afirmou ser essencial preservar o mandado de segurança como remédio constitucional contra exigências fiscais ilegais ou abusivas.

ANULADA QUITAÇÃO EM ACORDO EXTRAJUDICIAL

A 7ª Turma do TST anulou cláusula de quitação geral em acordo extrajudicial, assinado por cuidadora após demissão em Balneário Camboriú (SC). A decisão ocorreu porque a trabalhadora não tinha advogado na assinatura, requisito legal previsto na CLT. Com isso, o processo retorna à Vara do Trabalho para análise dos pedidos feitos na inicial. A cuidadora pediu vínculo de emprego e verbas trabalhistas referentes a 2018-2020. Após a dispensa, firmou acordo de R$ 7,9 mil com a filha da idosa, com quitação total. A empregadora usou o acordo para pedir a improcedência, aceita em 1ª instância. O TRT-12 manteve a decisão, entendendo válida a transação, já que não houve contestação do documento. A trabalhadora recorreu ao TST. O relator, ministro Evandro Valadão, destacou que a CLT exige advogados nos acordos extrajudiciais. Sem essa representação, o acordo não extingue obrigações trabalhistas nem gera quitação geral.

Santana/Ba, 15 de setembro de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.

TRUMP QUER MILITARIZAR A SEGURANÇA

Como parte de sua campanha anti-imigração e após o assassinato de Charlie Kirk, o presidente Donald Trump tem acelerado o envio de tropas da Guarda Nacional a cidades americanas. 
As localidades escolhidas têm em comum serem governadas por democratas, terem maioria não-branca e prefeitos negros. Trump anunciou mega-operação do ICE e envio de tropas a Chicago, Nova Orleans, Memphis e Nova York. Antes, já havia mandado a Guarda Nacional para Los Angeles e Washington, medidas contestadas judicialmente. Segundo o Censo de 2020, 57% da população dos EUA é branca; em cidades-alvo, a maioria é negra ou latina. Nova Orleans e Memphis têm mais de 50% de população negra e forte tradição cultural afro-americana. Trump insiste que a criminalidade está em alta, mesmo com indicadores de queda. Aliados citam casos violentos, como o assassinato da ucraniana Iryna Zarutska, para reforçar a narrativa. O presidente tem usado termos fortes, chamando Chicago de “campo de matança” e Los Angeles de “anarquia”.

Trump prometeu ainda “reconquistar” Nova York e “tomar conta” de Nova Orleans e Memphis. Especialistas apontam linguagem racista e estereótipos históricos na retórica presidencial. Para a criminologista Andrea Headley, enviar tropas não é eficiente para reduzir o crime. Ela destaca que a polícia funciona melhor quando há confiança da comunidade. O medo da Guarda Nacional, segundo a professora, mina essa cooperação. Memphis, de fato, tem alta taxa de homicídios: 40 por 100 mil habitantes em 2024. Salvador, no Brasil, registrou 52 homicídios por 100 mil no mesmo período. Apesar de problemas, houve melhora em várias cidades graças a programas sociais. Esses recursos, porém, foram cortados no governo Trump.
Críticos afirmam que a prioridade não é prevenir violência, mas militarizar a segurança. Segundo a antropóloga Faye Harrison, a separação entre polícia e Forças Armadas está sendo corroída. 

ATAQUE A REFINARIAS RUSSAS

Um ataque de drones da Ucrânia, na noite de sábado, 13, atingiu a refinaria de Kirishi, uma das maiores da Rússia, na região de Leningrado, provocando explosões e incêndio. 
O governo ucraniano afirma que a instalação alimenta o esforço de guerra de Moscou. A refinaria, operada pela Surgutneftegas, processa 17,7 milhões de toneladas de petróleo bruto por ano, cerca de 355 mil barris diários. Mais de três anos após a invasão russa, drones se tornaram arma central dos dois lados. Recentemente, drones russos cruzaram a fronteira da Polônia, levando a Otan a enviar caças para abatê-los. A ação elevou preocupações sobre expansão dos combates além da Ucrânia. No sábado, o espaço aéreo da Romênia também foi invadido por drone russo.

Romênia e Polônia, membros da Otan e da União Europeia, estão em alerta máximo. O governo romeno classificou o episódio como “ação irresponsável”. O Ministério da Defesa afirmou que o drone foi interceptado por caças F-16. O equipamento sobrevoou Dobruja por cerca de 50 minutos. Segundo Bucareste, a Rússia desrespeita normas internacionais e ameaça a segurança regional. A ministra das Relações Exteriores, Toiu Oana, convocou o embaixador russo para protesto formal. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, condenou a incursão. Ela considerou o ato uma “violação flagrante da soberania da União Europeia”. Von der Leyen destacou que a UE trabalha em conjunto com Bucareste e outros países para proteger o território europeu. Reforçou ainda a solidariedade da União Europeia com a Romênia diante das provocações russas. 

HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA

Honorários de sucumbência arbitrados em R$ 100 são considerados manifestamente irrisórios, por violarem o princípio da justa remuneração do advogado. Nesses casos, é possível a revisão pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Corte Especial deu provimento a embargos de divergência para fixar em R$ 1 mil os honorários devidos pela parte vencida em ação de valor equivalente. O processo tratava de uma ação cautelar de produção antecipada de provas, extinta sem exame do mérito. O juiz condenou a parte autora a pagar 10% sobre o valor da causa, o que resultou em R$ 100. O Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a decisão, entendendo que o valor correspondia à simplicidade da demanda. No STJ, a 3ª Turma confirmou o valor, alegando que sua revisão exigiria análise de fatos e provas, vedada pela Súmula 7.

Contra isso, foram apresentados embargos de divergência, que citaram precedentes do próprio STJ onde valores de R$ 100 foram tidos como ínfimos. O relator, ministro João Otávio de Noronha, reconheceu que honorários nesse patamar são irrisórios e podem ser revistos com base em critérios objetivos de razoabilidade e proporcionalidade. Afastou, assim, a incidência da Súmula 7 e elevou a verba para R$ 1 mil. A decisão foi unânime, com participação dos ministros da 3ª Turma na Corte Especial. O colegiado fixou duas teses jurídicas: Honorários irrisórios podem ser revistos sem necessidade de revolver matéria fático-probatória; A Súmula 7 não impede a revisão desses valores.

 

CAEM CONTRATAÇÕES, DEPOIS DAS TARIFAS, NOS EUA

Os setores industriais dos EUA mais expostos às tarifas de Donald Trump frearam contratações e iniciaram demissões, quase parando o crescimento do mercado de trabalho. 
Manufatura, comércio atacadista e energia foram os mais afetados, com executivos culpando os custos extras impostos pelas tarifas. Julie Robbins, da EarthQuaker Devices, disse que suspendeu contratações apesar da demanda: “É impossível crescer sem estabilidade”. Economistas agora esperam que o Federal Reserve corte juros para compensar o enfraquecimento do emprego. O relatório de agosto mostrou apenas 22 mil vagas criadas. A manufatura perdeu 12 mil empregos no mês, somando 78 mil em 2025. Mineração recuou 6 mil postos, enquanto o comércio atacadista já perdeu 32 mil neste ano. A John Deere informou prejuízo de US$ 300 milhões pelas tarifas e demitiu 238 trabalhadores. Dados do BLS indicam quase 1 milhão de vagas a menos do que se estimava até março.

O governo argumenta que tarifas estimulam investimentos domésticos, mas executivos se mostram cautelosos. Traci Tapani, da Wyoming Machine, disse que evita substituir funcionários que saem. A indústria do petróleo, grande apoiadora de Trump, também sofre: custos mais altos e preços baixos já cortaram 4 mil vagas. Chevron e Conoco planejam eliminar juntas mais de 11 mil empregos. Pequenos produtores de xisto e serviços petrolíferos seguem a mesma linha. “É assustador, e a perspectiva para o próximo ano é pior”, disse o petroleiro Elliott Doyle. Alguns líderes afirmam que as tarifas dificultam decisões de investimento. Bryan Sheffield, investidor texano, criticou a incerteza. Outros seguem otimistas, acreditando que as medidas restaurarão a indústria local. Michelle Feinberg, da New York Embroidery, planeja reduzir pessoal e automatizar, mas apoia as tarifas. Ela defende que os EUA estão pagando o preço por terem abandonado a produção doméstica. 

ELOGIO É CAUSA DE REVOGAÇÃO DE VISTO

O governo Donald Trump prometeu revogar o visto do médico brasileiro Ricardo Barbosa, após ele parabenizar nas redes sociais o assassino do influenciador de direita Charlie Kirk. Em comentário no Instagram, o neurocirurgião escreveu: “Um salve a este companheiro de mira impecável. Coluna cervical”. A mensagem foi divulgada por perfis da direita brasileira, que pediram investigação ao Cremepe e alertaram autoridades americanas. O vice-secretário de Estado, Christopher Landau, afirmou que determinou a revogação do visto do médico e que ele jamais poderá entrar nos EUA. Landau disse que o caso é “assustador” e destacou a gravidade de um profissional da saúde desejar a morte de opositores. Ele também criticou o desrespeito ao juramento de Hipócrates e publicou uma imagem se referindo a si mesmo como “el quitavisas”. O Cremepe informou que recebeu denúncia contra o médico e seguirá o processo de apuração. A Sociedade Brasileira de Neurocirurgia repudiou o caso e afirmou que tomará medidas cabíveis. 

A Embaixada dos EUA no Brasil não respondeu. Aliados de Trump intensificaram campanhas online para identificar pessoas que celebraram a morte de Kirk. Segundo a Reuters, pelo menos 13 americanos já perderam empregos após denúncias desse tipo. Ativistas trumpistas, como Laura Loomer, pedem deportação de imigrantes e punição a críticos de Kirk.
Landau declarou que estrangeiros que glorificam violência não serão bem-vindos nos EUA. Ele disse ter instruído funcionários consulares a tomarem medidas contra quem relativize o assassinato. Um site chamado Expose Charlie’s Murderers reúne nomes de 41 pessoas acusadas de apoiar violência política. O portal afirma estar analisando mais de 30 mil denúncias de internautas. Ele inclui nomes completos e cidades, e diz que o objetivo é gerar consequências profissionais. O site se autoproclama a “maior operação de demissões da história”. Críticos apontam que a lista mistura comemorações à morte de Kirk com meras críticas a suas falas.




AÇÃO CIVIL PÚBLCA CONTRA BANCOS

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) ajuizou ação civil pública contra o PicPay e o Banco Original por práticas abusivas contra clientes. 
A medida foi anunciada n a sexta-feira, 12. A ação aponta cobranças indevidas e falhas no atendimento e na prestação de informações. Foi ajuizada pela promotora de Justiça Joseane Suzart em 4 de setembro. Entre as irregularidades: inclusão de consumidores em cadastros de inadimplência sem comprovação. Houve também dificuldade no cancelamento de contas e débitos indevidos em contas de clientes. Outra prática denunciada foi a redução injustificada de valores disponibilizados para crédito. Consumidores relataram tarifas excessivas que resultaram em dívidas desproporcionais. Também citaram a falta de suporte efetivo e a dificuldade em cancelar cartões de crédito.

O MP destacou a migração de contas do Banco Original para o PicPay sem consentimento. O órgão chegou a propor um TAC, mas os bancos não aceitaram o acordo. Diante da negativa, o MP ingressou com a ação para proteger os consumidores. O Banco Original foi procurado pela imprensa e ainda não respondeu.O PicPay não foi localizado pela reportagem. Ambos os bancos são digitais e controlados pela J&F Participações. Em 2023, o Original transferiu clientes de varejo para o PicPay, ficando apenas no atacado. Na ação, o MP pede mais transparência na concessão de crédito. Exige que os consumidores sejam informados sobre preços, serviços e riscos de empréstimos. Solicita que não haja redução arbitrária no crédito já concedido aos clientes. E que os bancos aperfeiçoem o SAC, facilitando o acesso dos consumidores aos serviços. 

MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 15/09/2025

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

Banco Central deve manter Selic em 15% ao ano até dezembro

Deflação de agosto foi pontual e não alivia muito as pressões inflacionárias. Com isso, diretores do BC devem deixar o ciclo de corte juros para o início de 2026, e ritmo ainda vai depender da melhora do quadro fiscal, segundo analistas

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ

De olho nos EUA: Fed deve cortar juros nesta superquarta. Entenda impacto no mercado financeiro 

Juro americano guia aplicações em todo mundo, podendo impactar indicadores 
no Brasil

FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP

'Déficits gêmeos' expõem desequilíbrio de Lula 3 e o aproximam de Dilma

Ao contrário de dois governos anteriores, presidente gasta bem mais do que arrecada Petista produz rombos interno e externo, com forte aceleração da dívida pública

TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA

José Rotondano: ‘Cuidar do Poder Judiciário sempre foi meu compromisso’

Conselheiro do CNJ e candidato à presidência do TJ-BA aposta em tecnologia, mutirões e parcerias institucionais para modernizar o Judiciário e aproximá-lo da sociedade

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

Em 40 anos, Amazônia perdeu área de vegetação do tamanho da França

Foram 52 milhões de hectares entre os anos de 1985 e 2024

DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT  

Barómetro DN/Aximage. Marcelo em queda a seis meses do fim do mandato

Presidente da República perde apoios e só tem mais avaliações positivas do que negativa nos eleitores da AD.

domingo, 14 de setembro de 2025

RADAR JUDICIAL

SANÇÕES CONTRA A RÚSSIA

O presidente dos EUA, Donald Trump, propôs ontem, 13, que a Otan imponha um pacote de “sanções severas” à Rússia. Ele condicionou a medida à suspensão total da compra de petróleo russo pelos países europeus do bloco. Em carta publicada na Truth Social, Trump disse estar pronto para agir quando todos os aliados fizerem o mesmo. Segundo ele, a importação de petróleo russo “enfraquece a posição de negociação da Otan”. Trump também sugeriu tarifas de 50% a 100% sobre produtos chineses até o fim da guerra na Ucrânia. A medida teria como objetivo romper a influência de Pequim sobre Moscou. Ele afirmou que essas tarifas poderiam acelerar o fim do conflito. Trump voltou a dizer que a guerra não teria começado se estivesse no poder. Chamou a guerra de “ridícula” e responsabilizou Joe Biden. Também culpou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pela continuidade do conflito. 

PONTE MAIS ALTA DO MUNDO

A China deve inaugurar neste mês a ponte mais alta do mundo: a Ponte do Grande Cânion Huajiang, em Guizhou, tem 625 metros de altura e 2,9 km de extensão. A obra, iniciada em 2022, cruzará a chamada “fenda da Terra” e reduzirá a viagem entre Guanling e Zhenfeng de duas horas para dois minutos. O projeto também aposta no turismo, com elevador panorâmico de 213 m, torre de observação e caminho de vidro de quase 1 km. Para o Partido Comunista, a ponte simboliza força econômica e prestígio político, sendo celebrada como “milagre chinês”.
Segundo engenheiros, os maiores desafios foram ventos fortes e encostas íngremes, resolvidos com um arco mais leve. O país já era recordista com a Ponte Beipanjiang, de 565 m, inaugurada em 2016. Apesar dos avanços, o ritmo acelerado trouxe tragédias, como o desabamento em Qinghai que matou 12 trabalhadores. Relatório da McKinsey aponta que o boom chinês se apoia em megaprojetos financiados por governos locais, mas elevou o endividamento. Mesmo assim, Xi Jinping e o premiê Li Qiang defendem obras monumentais para impulsionar investimentos e consumo. Guizhou, pobre e montanhosa, já soma 11 aeroportos, estradas modernas e diversas pontes espetaculares. Para especialistas, os benefícios econômicos compensam os altos custos. Críticos afirmam que o governo prefere erguer símbolos de poder em vez de distribuir recursos diretamente à população.

PRISÃO DE BOLSONARO É DEFENDIDA POR 50%

A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e 3 meses pelo STF por tentativa de golpe de Estado e crimes correlatos, é defendida por 50% dos brasileiros; 43% são contra. O julgamento da Primeira Turma terminou na quinta-feira (11), também condenando outros sete réus do núcleo central da trama golpista. Segundo pesquisa Datafolha com 2.005 eleitores em 113 cidades, há estabilidade na percepção popular desde abril: 52% eram a favor, 42% contra; em julho, houve empate técnico (48% a 46%). Nordestinos (62%), jovens de 16 a 24 anos e católicos (56%) lideram o apoio à prisão. O que mudou foi a crença na execução da pena. Em abril, 52% achavam que Bolsonaro escaparia; em julho, 51%. Na última semana, com o julgamento em andamento, 50% passaram a acreditar que ele será preso, contra 40%. A execução ocorrerá após recursos, considerados incapazes de evitar a prisão. Não há definição sobre o local: Papuda, unidade da Polícia Federal ou, menos provável, do Exército. Após a execução, a defesa pode pedir progressão para prisão domiciliar. Desde 4 de agosto, Bolsonaro já cumpre prisão domiciliar por descumprimento de medidas cautelares impostas por Alexandre de Moraes.

PRESIDENTE DO PL RESPEITA CONDENAÇÃO

Valdemar Costa Neto, presidente do PL, afirmou que a condenação de Jair Bolsonaro pelo STF foi exagerada, mas que deve ser respeitada. Ele reconheceu que houve planejamento de golpe, mas não sua execução. A fala ocorreu em debate no Rocas Festival, em Itu, com presença de líderes da direita. Segundo Valdemar, o Supremo só age assim porque conta com apoio do governo Lula. Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses por crimes ligados à tentativa de golpe de Estado. Para o presidente do PL, o STF “tem exagerado em todas as questões”. Ele defendeu a união da direita e maioria no Congresso em 2026. Disse que apenas com o controle da Câmara e do Senado será possível aprovar anistia. Segundo ele, Bolsonaro não tinha apoio do Congresso e dependia de emendas. Valdemar criticou a interpretação do STF sobre o 8 de janeiro como golpe. Ao lado dele, Gilberto Kassab reiterou ser favorável à anistia. O PSD, porém, deixou sua bancada livre para decidir sobre o tema.

BRUNO HENRIQUE LIBERADO

O STJD concedeu efeito suspensivo à punição do jogador do Flamengo no sábado, 13, liberando Bruno Henrique para jogar até o novo julgamento no Pleno, ainda sem data marcada. O atacante havia sido condenado a 12 jogos por manipulação, acusado de forçar cartão amarelo em 2023 para beneficiar apostadores. O clube esperou a decisão até o limite, mas poupou o jogador da viagem a Caxias do Sul, e ele não enfrentará o Juventude neste domingo. O foco será o duelo contra o Estudiantes, pela Libertadores, na quinta-feira. Em nota oficial, o Flamengo destacou que a medida garante plena condição de jogo ao atleta, citando votos divergentes na 1ª Comissão Disciplinar que acolheram a prescrição. O jurídico do clube e o advogado pessoal de Bruno estão confiantes na reversão da decisão. O advogado Michel Assef Filho argumentou que o cartão não configurou conduta antidesportiva, mas apenas estratégia. Para ele, o caso, no máximo, envolve informação privilegiada, prevista no regulamento como infração passível apenas de multa.

Santana/Ba, 14 de setembro de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.



JUSTIÇA DO MARANHÃO CONDENA DELEGADO

A Justiça do Maranhão condenou o delegado Alexsandro de Oliveira Passos a 19 anos, seis meses e 28 dias de prisão por concussão e peculato. 
Segundo o MP, entre 2015 e abril de 2016, quando era titular da Delegacia de Morros, ele instalou um esquema de propinas. Bares eram autorizados a funcionar mediante taxa de R$ 20 por mês e festas liberadas por R$ 160. O delegado negou as acusações e disse que o dinheiro servia para manutenção da unidade, mas não apresentou provas. O juiz Geovane da Silva Santos determinou também a perda do cargo público. Outros dois acusados foram condenados: Paulo Jean Dias da Silva (11 anos e 7 meses) e Adernilson Carlos Siqueira Silva (8 anos). Eles agiam como escrivães, sem vínculo formal com a Polícia Civil. Segundo a sentença, a Delegacia foi transformada em “balcão de negócios ilícitos”, o que abalou a confiança da população. Os réus poderão recorrer em liberdade, desde que cumpram medidas cautelares. Entre os crimes relatados, motocicletas apreendidas só eram devolvidas mediante pagamento ilegal, como R$ 500 ou R$ 1.000. Os valores eram cobrados em espécie, sem recibo, e entregues a Paulo Jean, que restituía os veículos irregularmente. Testemunhas relataram cobranças feitas até com uso de viatura policial.

Comerciantes recebiam “autorizações de funcionamento” após pagar propina. Durante a investigação, Paulo Jean recolheu e destruiu algumas dessas autorizações. Documentos oficiais comprovaram que não houve repasse ao Fundo Estadual de Segurança Pública. Também foram identificadas cobranças de R$ 160 para liberação de festas na cidade. Essas taxas eram condição para parecer favorável da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Os condenados terão que ressarcir valores cobrados indevidamente: R$ 8,2 mil pelas festas, bares e motos. O ex-delegado e Adernilson ainda deverão devolver R$ 2.210 referentes a fianças ilegais. Eles também foram condenados ao pagamento de R$ 100 mil por dano moral coletivo, destinado ao Fundo de Direitos Difusos. 

"VENDA" DE UMA MULHER A TRUMP

O presidente dos EUA, Donald Trump, chamou o caso Jeffrey Epstein de "assunto encerrado", mas novas revelações reacenderam a polêmica. O chamado “livro de aniversário” de Epstein, de 2003, divulgado em setembro, contém mensagens de diversas personalidades e inclui uma carta escrita por Trump, com insinuações e desenhos obscenos. A Casa Branca nega a autenticidade, chamando o material de “farsa”, mas já não é possível negar sua existência. A defesa reposicionada de Trump gera riscos políticos, pois seus apoiadores o veem como alguém imune a jogos típicos de Washington. A carta é apenas um fragmento de um mosaico maior: Epstein mantinha proximidade com políticos, empresários e celebridades. Mensagens no livro revelam indiferença às acusações, incluindo uma nota que satiriza a “venda” de uma mulher a Trump.

Entre os nomes citados, estão Bill Clinton e Peter Mandelson, que acabou demitido após vir à tona sua ligação com Epstein. Embora os crimes do financista só viessem a público em 2006, o material expõe a rede de relações que o protegia. Democratas divulgaram rapidamente a suposta mensagem de Trump, reforçando o impacto político. Republicanos acusam uso seletivo da informação para ganhos partidários. Apesar de não haver indícios de crime por parte de Trump, sua amizade com Epstein até 2004 e sua posição no poder o mantêm no centro da controvérsia. O caso ganhou nova força: congressistas pressionam pela divulgação de arquivos sigilosos de Epstein, enquanto vítimas seguem denunciando abusos. A saga, que mistura sexo, poder e crime, já extrapolou Trump e ameaça se tornar incontrolável.



MATURIDADE DEMOCRÁTICA: CONDENAÇÃO DE BOLSONARO

Em editorial, publicado ontem, 13/, o Le Monde classificou a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como exemplar e prova de maturidade democrática de um país que viveu sob ditadura até 1985. Bolsonaro foi condenado pelo STF, em 11/9, a 27 anos e três meses de prisão, por crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado de Direito, organização criminosa, dano ao patrimônio e deterioração de bens tombados. Outros sete réus também foram considerados culpados, entre eles seis oficiais de alta patente, incluindo três generais. O jornal destacou que a Justiça brasileira conduziu um processo rigoroso e que a severidade da pena se justifica pela gravidade dos fatos. Segundo o Le Monde, a decisão é exemplar, independentemente das tentativas de aprovação de uma lei de anistia. A publicação criticou a interferência dos Estados Unidos, que reagiram com críticas incendiárias, especialmente do secretário de Estado Marco Rubio. Rubio denunciou “perseguição política” e ameaçou represálias, enquanto o Brasil já enfrenta sobretaxas impostas por Donald Trump para pressionar o julgamento.

Le Monde afirmou que Washington fracassou em responsabilizar Donald Trump pelo ataque de 6 de janeiro de 2021, ao contrário do êxito do Brasil. A sentença, contudo, ainda não garante pacificação nacional. O relator Alexandre de Moraes ressaltou que impunidade e inação não geram reconciliação. A polarização política segue intensa e a decisão reacendeu fraturas históricas. Apesar disso, o editorial classificou a condenação como vitória da democracia. O Brasil, segundo o jornal, mostrou maturidade onde os EUA falharam. A pena poderá ser ajustada por causa da saúde debilitada de Bolsonaro, de 70 anos. Ainda assim, simboliza um marco histórico contra o golpismo. O Le Monde ressaltou que o primeiro princípio democrático é respeitar o veredito das urnas. E advertiu que não se pode tolerar a depredação das instituições. Para o jornal francês, o desafio agora é superar a polarização. A reconciliação, conclui, ainda está em aberto.