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quinta-feira, 6 de novembro de 2025

RADAR JUDICIAL

MANTIDA TAXA DE JUROS: 15%

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa Selic em 15% ao ano, maior nível em quase 20 anos, ignorando o apelo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por corte de juros. A decisão, unânime entre os nove diretores, mantém o tom duro contra a inflação e deixa aberta a possibilidade de alta futura. Segundo o BC, o cenário de incerteza exige cautela e a manutenção prolongada da taxa é suficiente para garantir a convergência da inflação à meta. Com isso, o Brasil segue com o segundo maior juro real do mundo, atrás apenas da Turquia. O BC reduziu ligeiramente a projeção do IPCA de 4,8% para 4,6% neste ano e manteve 3,6% para 2026. Analistas avaliam que o comunicado reforça a postura conservadora da autoridade monetária e que a queda dos juros só deve ocorrer em 2026. Economistas como Sergio Vale e Luis Otávio Leal destacaram que o Copom manteve o tom “hawkish” e o compromisso com o combate à inflação, mesmo diante de sinais de desaceleração da economia. Entidades do setor produtivo criticaram a decisão. A CNI afirmou que os juros altos “travam o Brasil”, e a CBIC alertou que a Selic elevada ameaça investimentos e empregos na construção civil. A Fiemg também lamentou a manutenção da taxa, afirmando que ela restringe o crescimento industrial. 

POLÍCIA FEDERAL PRENDE QUATRO ADVOGADOS

A Polícia Federal prendeu quatro advogados hoje, 6, suspeitos de integrar o Comando Vermelho em Manaus (AM). Também foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão. Segundo a PF, o grupo fazia a comunicação entre lideranças da facção dentro e fora dos presídios, transmitindo ordens e repasses financeiros sob aparência de atos advocatícios. A Operação Roque, desdobramento da Xeque-Mate, busca desarticular o núcleo jurídico e operacional do Comando Vermelho no estado. A investigação aponta que a estrutura permitia coordenação de represálias, acordos interestaduais e movimentação de recursos ilícitos. Os mandados foram cumpridos em casas e escritórios dos advogados, com apreensão de eletrônicos, documentos e dinheiro. Representantes da OAB-AM acompanharam a operação, realizada pela Ficco, força integrada que reúne PF, PRF, polícias estaduais e secretarias de segurança.

PREFEITO NÃO ACEITA MIGRANTES

O prefeito de Florianópolis/SC, Topázio Neto, determinou a devolução de mais de 500 pessoas que chegaram à cidade à busca de emprego. Foi constatado que os migrantes não tinham emprego no município e muito menos residência. Neste sentido foi instalada uma base da Assistência Social da prefeitura, na rodoviária local. Declarou o prefeito: "Se chegou sem emprego e local para morar, a gente dá a passagem de volta".    

RECURSO ESPECIAL COM PROCURAÇÃO POSTERIOR 

O Superior Tribunal de Justiça decidiu, por maioria, que não deve conhecer recurso especial quando a procuração dada ao advogado tiver data posterior à de sua interposição. A decisão, tomada pela Corte Especial ontem, 5/1, reafirma a jurisprudência já consolidada. O tema gerava divergências internas no tribunal. A procuração é o documento que autoriza o advogado a representar o cliente e pode ser substituída ao longo do processo. Pelo CPC de 1973, recurso interposto sem procuração era inexistente, conforme a Súmula 115. O novo CPC (2015) passou a permitir a correção do vício em prazo de cinco dias, mas o STJ mantém o entendimento de que a procuração deve ter data anterior ao recurso. O relator, ministro Moura Ribeiro, defendeu a revisão da regra, por entender que a data do documento não interfere na validade da representação. Foi vencido. A divergência, aberta por Luis Felipe Salomão, prevaleceu. Para ele, procuração posterior não pode ratificar ato já praticado. Votaram com ele nove ministros, reafirmando a jurisprudência do tribunal (AREsp 2.506.209).

"JEITINHO" NÃO CONFIGURA CRIME 

A 10ª Câmara de Direito Criminal do TJ-SP manteve a absolvição de um homem acusado de corrupção ativa, entendendo que não houve oferta ou promessa de vantagem indevida, mas apenas uma indagação genérica. Segundo a relatora, desembargadora Maria de Lourdes Rachid Vaz de Almeida, o réu apenas perguntou “quanto você quer para não me prender?”, o que configurou mero “jeitinho”, sem concretizar proposta ilícita. O tribunal concluiu que o fato é atípico, pois faltam elementos que indiquem a efetiva oferta de vantagem. Na mesma ação, o réu foi condenado por tráfico privilegiado e resistência, com penas de dois anos e seis meses de reclusão e dois meses de detenção, em regime aberto. O MP tentou afastar o redutor do tráfico, alegando dedicação ao crime, mas o colegiado rejeitou o pedido, afirmando que a posse de 185 invólucros de cocaína, por si só, não comprova tal vínculo. 

CLASSIFICAAÇAO DE CRIME COMO TERRORISMO

As pressões do governo americano e de setores brasileiros para classificar o crime organizado como terrorismo preocupam a inteligência nacional. Donald Trump usa o termo “narcoterrorismo” para justificar ataques a lanchas no Caribe e no Pacífico e ampliar a presença militar na região. Ele fala em mudança de regime na Venezuela e critica a Colômbia, sem descartar o uso da força. Especialistas temem que o enquadramento do crime organizado como terrorismo sirva de pretexto para ações militares contra o Brasil. Em maio, o diplomata David Gamble tentou convencer autoridades brasileiras a mudar a lei, sem sucesso. O governo explicou que o conceito de terrorismo envolve motivações políticas ou religiosas, e não lucro.
Enquanto isso, o secretário Pete Hegseth divulga vídeos de bombardeios com dezenas de mortos. Flávio Bolsonaro chegou a comentar um post, sugerindo ajuda americana no combate ao tráfico. Convites assim, aliados a nova legislação, poderiam legitimar ações externas no país. Os EUA mobilizaram 10 mil militares e o porta-aviões USS Gerald Ford no Caribe. A legislação brasileira diferencia crime organizado (Lei 12.850/2013) e terrorismo (Lei 13.260/2016). Mecanismos da Lei Antiterror poderiam ser incorporados à Lei do Crime Organizado sem expor o Brasil a riscos externos.

Salvador, 6 de novembro de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.





TRUMP PRESSIONA SENADORES PARA ACABAR COM A OBSTRUÇÃO

Em meio à mais longa paralisação do governo americano, o presidente Donald Trump intensificou a pressão sobre senadores republicanos para abolir o filibuster, regra que exige apoio de 60 votos para avançar projetos no Senado. Ele quer aprovar um projeto que reabra o governo, mas a medida rompería tradições da Casa. Nas últimas semanas, Trump tem atacado o mecanismo, especialmente após a vitória democrata em Nova York. “Voltem a aprovar leis e reformas eleitorais”, escreveu na Truth Social. O presidente culpa o Senado por travar suas indicações e políticas durante o impasse orçamentário. O filibuster permite que um único senador bloqueie votações, exigindo 60 votos para encerrá-las. Com 53 cadeiras republicanas, Trump depende de democratas dissidentes, mas só três têm colaborado, mantendo o impasse.  

O presidente insiste que eliminar a regra é a “única maneira” de aprovar algo, porém seus correligionários temem que, sem ela, os democratas aprovem tudo quando voltarem ao poder. O líder da maioria, John Thune, rejeita a “opção nuclear” que alteraria as regras por maioria simples, afirmando que o fim do filibuster “beneficiaria inevitavelmente os democratas”. Veteranos republicanos alertam que, sem o mecanismo, uma futura maioria democrata poderia conceder status de Estado a Washington e Porto Rico, ampliando sua força no Senado. Mesmo aliados de Trump, como Lindsey Graham, reconhecem sua frustração, mas descartam mudanças. O filibuster também preserva o poder individual dos senadores e o equilíbrio entre os poderes. O embate expôs divisões no Partido Republicano, que no Senado prioriza a tradição e o consenso. Desde 2021, o tema voltou ao debate, agora invertendo papéis: os republicanos defendem a regra que antes criticavam nos democratas. Thune repete a resistência de Mitch McConnell, lembrando que o filibuster, embora incômodo, é um símbolo de moderação e da força da minoria. 

REDUÇÃO NO TRÁFEGO AÉREO

O secretário de Transportes dos Estados Unidos, Sean Duffy, confirmou ontem, 5, que ordenará uma redução de 10% no tráfego aéreo em 40 grandes aeroportos a partir de amanhã, 7, caso não haja acordo para encerrar a paralisação do governo federal. A paralisação, que já dura 36 dias, obriga 13 mil controladores e 50 mil agentes da TSA a trabalharem sem salário, agravando a escassez de pessoal e causando atrasos e longas filas nos aeroportos. Duffy afirmou que a decisão visa aliviar a pressão sobre os controladores e evitar um “caos total”. A FAA alertou que pode impor novas restrições se surgirem mais problemas operacionais.

As companhias aéreas pedem o fim da paralisação, citando riscos à segurança. As ações de empresas como United Airlines e American Airlines caíram cerca de 1% após o fechamento do mercado. Segundo uma associação do setor, mais de 3,2 milhões de passageiros já foram afetados por atrasos e cancelamentos desde 1º de outubro. A FAA informou que até 40% dos controladores nas maiores bases têm faltado ao trabalho. O governo federal segue parcialmente fechado por impasse no Congresso entre democratas e republicanos sobre o projeto de financiamento. 

KIRCHNER EM NOVO JULGAMENTO

A ex-presidente argentina Cristina Kirchner enfrenta, a partir de hoje, 6, um novo julgamento por corrupção, relacionado ao caso “Cuadernos”, que envolve registros de um suposto esquema de propinas. O processo será realizado por videoconferência, já que Cristina cumpre prisão domiciliar após uma condenação de seis anos no caso “Vialidad”, sobre irregularidades em obras rodoviárias. O caso se baseia em oito cadernetas escritas por Oscar Centeno, ex-motorista de um funcionário do Ministério do Planejamento, com anotações sobre pagamentos de empresários a integrantes do governo. Centeno afirmou que Cristina participava do esquema. As anotações foram reveladas pelo jornalista Diego Cabot em 2018 e descrevem o transporte de malas com dinheiro entre empresas e residências de autoridades. A investigação foi conduzida pelo ex-juiz Claudio Bonadio e pelo promotor Carlos Stornelli. O julgamento, no Tribunal Federal nº 7, também envolve 86 réus, entre eles o ex-ministro Julio De Vido e o ex-funcionário Roberto Baratta. Serão ouvidas 626 testemunhas, e o processo pode se estender além de 2025.

Entre os 65 empresários acusados estão Gerardo Ferreyra (Electroingeniería), Oscar Thomas (Binacional Yacyretá) e Miguel Aznar (Vialco SA). As penas variam de 1 a 10 anos, dependendo do envolvimento — suborno passivo para ex-funcionários e ativo para empresários. Durante a investigação, 21 réus assinaram acordos de colaboração, incluindo Centeno, o que pode reduzir suas penas. Tentativas de acordo financeiro foram rejeitadas pela promotoria. A defesa de Cristina Kirchner alega “lawfare” e afirma que as provas violam garantias constitucionais. O caso ocorre após a derrota dos peronistas nas eleições legislativas e reflete a fragilidade política do movimento após a vitória de Javier Milei em 2023. 

MUÇULMANA É VICE-GOVERNADORA

A democrata Ghazala Hashmi foi eleita vice-governadora da Virgínia na terça-feira (4), tornando-se a primeira mulher muçulmana a ocupar um cargo no Executivo estadual na história dos EUA. A vitória coincidiu com a eleição de Abigail Spanberger, também democrata, para governadora. O prefeito eleito de Nova York, Zohran Mamdani, também muçulmano, venceu no mesmo dia, simbolizando um avanço da representação islâmica na política americana. Em 2017, Hashmi, então professora, ouviu no rádio a notícia da proibição de entrada de refugiados de países muçulmanos imposta por Donald Trump e sentiu medo de um registro nacional de muçulmanos. Filha de indianos, ela chegou aos EUA aos 4 anos e se questionou se ainda pertencia ao país. Dois anos depois, em 2019, superou o medo ao tornar-se a primeira muçulmana eleita para o Senado estadual da Virgínia, ajudando os democratas a assumirem o controle do Legislativo estadual. Ex-professora e administradora de faculdade comunitária, Hashmi baseou sua carreira em temas como educação, controle de armas e saúde pública. “Os muçulmanos na América são como qualquer outro americano”, afirmou à época.

Entre 2016 e 2019, mais de 300 muçulmanos — mais de 100 mulheres — concorreram a cargos eletivos nos EUA, segundo relatório da Jetpac, organização que estimula essa participação. O movimento ganhou força após 2018, quando Ilhan Omar e Rashida Tlaib se tornaram as primeiras mulheres muçulmanas no Congresso. Segundo o diretor da Jetpac, Mohammed Missouri, o aumento de candidaturas é uma reação à islamofobia: “Muitos dizem: ‘Não posso mais ficar de fora’.” Assim como eles, Hashmi decidiu não se calar: “Ou eu continuava em silêncio, ou precisava me tornar muito mais visível.” 

COP3 TEM INÍCIO EM BELÉM

É em uma Belém decorada com pinturas de animais amazônicos e povos tradicionais que líderes mundiais se reunirão a partir de hoje, 6, para o início da COP30. 
A cúpula de chefes de Estado, com duração de dois dias, antecede as negociações da conferência da ONU sobre mudança climática, de 10 a 21 de novembro, no Parque da Cidade. Mais de 130 autoridades internacionais, incluindo o príncipe William, Emmanuel Macron, Friedrich Merz e Ursula von der Leyen, participarão do evento. O presidente Lula abrirá as falas, seguido por representantes da ONU, da Organização Meteorológica Mundial e da sociedade civil. Os debates abordarão temas como florestas, oceanos, transição energética, financiamento climático e o balanço dos dez anos do Acordo de Paris. O destaque será o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), proposto pelo Brasil, que remunerará países pela preservação da vegetação nativa. O fundo pretende arrecadar US$ 125 bilhões, sendo US$ 25 bilhões de países e US$ 100 bilhões do setor privado.

Até agora, apenas Brasil e Indonésia anunciaram aportes de US$ 1 bilhão cada, enquanto Alemanha e Noruega avaliam participar. A China apoia o mecanismo, mas ainda sem investimento. O Brasil também apresentará três compromissos: manejo do fogo, ampliação de biocombustíveis e combate à fome e pobreza com ação climática. Segundo o chanceler Mauro Vieira, vários países demonstraram interesse em aderir às propostas, com anúncios previstos durante a cúpula. Os líderes ainda discutirão medidas para ampliar a proteção dos oceanos, responsáveis por absorver 30% do CO₂ emitido. O encerramento abordará os dez anos do Acordo de Paris e o fortalecimento do multilateralismo. 

MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 6/11/2025

 CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

Governo minimiza carta da DEA

Fontes do Poder Executivo consideram documento do organismo dos EUA que atua contra as drogas protocolar e apenas se solidariza com mortes dos policiais na ação contra o Comando Vermelho

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ

Definição controversa

Igualar facção a terrorismo abre brecha para inibir investidor e punir vítima com sanções externas 

Discussão no Congresso para enquadrar facções na Lei Antiterrorismo pode gerar efeito dominó, dizem especialistas

FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP

Eleições locais são revés para Trump e recado sobre pleito legislativo de 2026

Além de Nova York, candidatos apoiados por presidente perderam na Virgínia e em Nova Jersey Na Pensilvânia, democratas também ganharam assentos para a Suprema Corte; Califórnia aprovou redistribuição eleitoral

TRIBUNA DA BAHIA -SALVADOR/BA

Professora conta como quase foi envenenada por alunos: 'Não aceitem nada deles'

Denúncia foi feita em Salvador e é investigada pela polícia. Segundo professora, alunos têm 12 anos.

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

Bombeiros trabalham no rescaldo de incêndio no Centro Histórico de Porto Alegre

Por falta de escada mecânica, Porto Alegre recebeu apoio de Batalhão de Caxias do Sul

DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT

Gouveia e Melo sobre o SNS: “Demasiados príncipes e principados” e “presa fácil para interesses instalados”

No livro 'Gouveia e Melo - As razões' ficamos a conhecer o seu pensamento em relação a vários temas; sobre a infância e juventude passadas entre Moçambique, Viseu e o Brasil, e como estas influências moldaram o seu pensamento. Quanto a condições impôs uma: não falava sobre a vida pessoal. 

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

RADAR JUDICIAL

IA NO MERCADO 

O Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos divulgou, nesta terça-feira (4/11), uma pesquisa que aponta que a IA agêntica deve chegar ao mercado de consumo em massa em 2026. Segundo o estudo, 96% dos profissionais de tecnologia acreditam que sua adoção continuará avançando rapidamente. Diferente da IA tradicional, a agêntica define metas, planeja e executa tarefas com pouca intervenção humana, podendo atuar como personal shopper, organizador de agenda, gerente de privacidade e monitor de saúde. Os brasileiros ouvidos apontam que os setores mais transformados serão Desenvolvimento de Software (60%), Bancos (48%), Mídia (48%), Saúde (28%) e Educação (28%). As áreas tecnológicas mais impactadas devem ser Robótica (56%), Veículos Autônomos (38%) e Realidade Estendida (38%). Mais da metade acredita que a IA será usada para detectar vulnerabilidades cibernéticas (56%) e acelerar o desenvolvimento de software (52%). Entre os líderes brasileiros, 64% projetam ritmo acelerado de inovação em 2026 e 58% veem aumento na análise de grandes volumes de dados. Para 40%, a infraestrutura global de data centers levará cinco ou mais anos para ser construída. As habilidades mais buscadas em profissionais de IA são análise de dados (58%), ética em IA (54%) e modelagem de dados (32%). A pesquisa prevê adoção em massa da IA agêntica em 2026 como assistente pessoal (52%), gerente de privacidade (45%), monitor de saúde (41%) e automatizador de tarefas (41%).

DEMOCRATAS VENCEM EM VARIOS ESTADOS AMERICANOS 

As democratas Abigail Spanberger e Mikie Sherrill venceram as eleições para governadoras da Virgínia e de Nova Jersey, respectivamente, ontem, 4. As vitórias, somadas à de Zohran Mamdani em Nova York, indicam a reação do eleitorado aos primeiros meses do segundo mandato de Donald Trump. Spanberger, 46, ex-agente da CIA, será a primeira mulher a governar a Virgínia, derrotando a republicana Winsome Earle-Sears. Em Nova Jersey, Sherrill superou o republicano Jack Ciattarelli. Já em Nova York, Mamdani, 34, socialista, venceu Andrew Cuomo, ex-governador que concorreu como independente. Na Virgínia, Spanberger sucede Glenn Youngkin, impedido de disputar a reeleição. Sua campanha destacou o alto custo de vida e críticas a Trump, cujas políticas afetaram o estado. Eleitores citaram a imigração e o shutdown como fatores decisivos. A participação foi alta, com votação antecipada recorde. Os democratas veem as vitórias como teste de estratégias: moderadas como Spanberger e Sherrill exploraram a rejeição a Trump, enquanto Mamdani defendeu propostas de esquerda. Trump segue impopular — 57% desaprovam seu governo —, mas democratas e republicanos continuam equilibrados nas intenções de voto para 2026.

ASSÉDIO COM PRESIDENTE DO MÉXICO

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, foi vítima nesta terça-feira (4) de assédio sexual na rua, quando um homem tocou em seus seios e tentou beijá-la enquanto ela cumprimentava apoiadores no centro da capital. O vídeo do momento viralizou nas redes sociais. As imagens mostram Sheinbaum interagindo com admiradores quando, sem seguranças por perto, o homem se aproxima por trás, passa um braço sobre o ombro dela, toca sua cintura e peito e tenta beijá-la no pescoço. Um segurança logo intervém e afasta o agressor. Mesmo após o ataque, Sheinbaum manteve a calma e chegou a posar para uma foto com ele antes de seguir o trajeto. O agressor, identificado como Uriel Rivera, foi detido. A ministra das Mulheres, Citlali Hernández, repudiou o caso e criticou a normalização da violência contra mulheres. O gabinete da presidente ainda não se pronunciou oficialmente.

ELEITO DE NOVA YORK ANUNCIA EQUIPE

O prefeito eleito de Nova York, Zohran Mamdani, anunciou nesta quarta-feira (5) sua equipe de transição, formada apenas por mulheres com experiência em gestão pública e no terceiro setor. Elana Leopold, ex-integrante da administração de Bill de Blasio, comandará o grupo, com Lina Khan, Melanie Hartzog, Maria Torres-Springer e Grace Bonilla como vice-líderes. As indicações refletem o compromisso de Mamdani com um governo pragmático e diverso. Torres-Springer, ex-vice-prefeita e executiva da Fundação Ford, rompeu com o atual prefeito, Eric Adams, e é formada por Yale e Harvard. Lina Khan, ex-presidente da Comissão Federal de Comércio, ganhou destaque pela atuação firme em defesa do consumidor. Hartzog dirige a organização social New York Foundling, e Bonilla lidera a United Way de Nova York. Em discurso, Mamdani prometeu continuidade e diálogo, afirmando que “a poesia da campanha deu lugar à prosa de governar”. Ele deve manter a comissária de polícia Jessica Tisch, buscando tranquilizar eleitores moderados. Aos 34 anos, o prefeito eleito venceu Andrew Cuomo com 50,4% dos votos e destacou que sua vitória simboliza “a esperança diante do dinheiro graúdo e das ideias pequenas”.

DESEMBARGADOR É APOSENTADO

Através de decreto, a presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, desembargadora Cynthia Resende, aposentou o desembargador Jefferson Alves de Assis; a aposentadoria do magistrado deu-se por implemento de idade, de conformidade com a Constituição. Jefferson estava afastado do cargo desde o dia 2 de dezembro, acusado de conceder habeas corpus ao empresário Cézar Paulo de Morais Ribeiro, tido como líder de organização criminosa. A medida foi concedida no plantão judiciário, sob fundamento de que o empresário necessitava de tratamento cardiológico. 

STJ CONCEDE HABEAS CORPUS EM DEMASIA

Os traficantes foram beneciados por quase 10 mil Habeas Corpus, concedidos pelo STJ. Os traficantes, na sua maioria, permanecem presos por apenas oito meses, quando são beneficiados pela chusma de habeas corpus que desembarcam na Corte. O Coronel de reserva Fernando Montenegro, especialista em segurança no Brasil, declarou: "Ou seja, nós temos a polícia que mais prende no mundo, mas também a Justiça que mais solta no mundo".  

Salvador, 5 de novembro de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.    



FOLHA MOSTRA SUSPEITAS DE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

O Ministério Público Federal no Distrito Federal abriu apuração preliminar sobre suspeitas de enriquecimento ilícito e dano ao erário envolvendo o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), sua chefe de gabinete, Ivanadja Velloso, e servidores do gabinete. A apuração trata de um possível esquema de “rachadinha” no gabinete do deputado. O MPF reúne elementos para decidir se abre um inquérito civil por improbidade administrativa contra Motta e os funcionários. O caso está em fase inicial de coleta de informações. Motta não se manifestou, e Ivanadja não foi localizada. O procedimento foi aberto após representação do ex-deputado e ex-procurador Deltan Dallagnol, baseada em reportagens do site Metrópoles

Segundo as matérias, Ivanadja teria procurações para movimentar contas de servidores do gabinete. Motta tem evitado comentar o caso. A Procuradoria da República no DF consultou o TCU sobre eventuais apurações. O tribunal respondeu que não há processo por dano ao erário, mas confirmou existir outra representação sobre o caso. Em julho, a Folha revelou que Motta mantinha três funcionárias fantasmas no gabinete. Na ocasião, ele alegou cumprir rigorosamente as regras da Câmara. Entre as funcionárias, havia uma fisioterapeuta com duas clínicas, uma assistente social que trabalhava também na Prefeitura de João Pessoa e outra que acumulava dois empregos públicos e faculdade em tempo integral. A última foi exonerada em outubro. A Folha também revelou que Motta emprega o caseiro de sua fazenda na Paraíba. 

TRUMP SOFRE DERROTA COM ELEIÇÃO EM NOVA YORK

Zohran Mamdani, 34, será o primeiro prefeito muçulmano de Nova York e o mais jovem em mais de um século a comandar a maior cidade dos EUA. Autodeclarado socialista, o deputado estadual democrata venceu o ex-governador Andrew Cuomo e o republicano Curtis Sliwa, confirmando o favoritismo nas pesquisas. Com 91% das urnas apuradas, Mamdani tinha 50,4% dos votos contra 41,6% de Cuomo e 7,1% de Sliwa. Mais de 2 milhões de eleitores foram às urnas, e o socialista recebeu cerca de 1,03 milhão de votos. Em seu discurso de vitória, afirmou que Nova York “renasceu” e defendeu “esperança diante do dinheiro graúdo”. Cuomo, que concorreu como independente, reconheceu a derrota e pediu respeito ao adversário, mesmo após acusá-lo de antissemitismo. 

Nascido em Uganda, filho de pais indianos, Mamdani se mudou para os EUA aos sete anos e se tornou cidadão americano em 2018. Deputado estadual desde 2021, representa o Queens e construiu sua carreira defendendo causas habitacionais e pró-Palestina. Durante a campanha, destacou propostas para enfrentar o alto custo de vida, como ônibus gratuitos, congelamento de aluguéis, supermercados públicos e creche universal. Especialistas avaliam que apenas a política de aluguel teria custo viável imediato. A vitória de Mamdani consolida a ala socialista do Partido Democrata, apoiada por Bernie Sanders e Alexandria Ocasio-Cortez, mas divide a legenda. Parte dos democratas teme que seu perfil radical fortaleça republicanos nas próximas eleições legislativas. Donald Trump fez campanha contra o novo prefeito, chamando-o de “comunista lunático” e pedindo votos úteis em Cuomo. Após o resultado, atacou eleitores judeus que o apoiaram, reacendendo o debate sobre antissemitismo e o papel da comunidade judaica na política americana. 

MAIS LONGO SHUTDOWN NOS EUA

A paralisação do governo dos Estados Unidos, o shutdown, chega ao 36º dia nesta quarta-feira (5/11), tornando-se a mais longa da história. O recorde anterior, de 35 dias, ocorreu no mandato de Donald Trump, em 2019. Pela 14ª vez, o Senado fracassou em chegar a um acordo para reabrir o governo. Desde 1º de outubro, cerca de 1,4 milhão de servidores estão sem salário, incluindo controladores de tráfego aéreo e policiais que seguem trabalhando sem remuneração. Trump condicionou a liberação dos benefícios do Programa de Assistência Nutricional (SNAP) à reabertura do governo pelos democratas. O secretário dos Transportes, Sean Duffy, alertou que o espaço aéreo pode ser parcialmente fechado por falta de pessoal. Os republicanos, em minoria no Congresso, tentaram obter apoio de cinco senadores democratas para estender o orçamento até novembro. Trump pediu que eliminassem a barreira mínima de 60 votos no Senado, medida apelidada de “arma nuclear legislativa”.

O historiador Allan Lichtman afirmou que o shutdown prejudica a economia e pode levar à recessão. Segundo ele, a popularidade de Trump caiu porque a maioria dos americanos o culpa pela paralisação e pelos cortes no SNAP. O professor James Naylor Green destacou que, diferentemente de outras paralisações, Trump pode não pagar retroativamente os salários, o que pode gerar ações judiciais. Pesquisas indicam que mais de 60% desaprovam a gestão de Trump, cuja taxa de aprovação caiu para 37%, segundo a CNN.


MINISTRO PEDE VISTA EM PROCESSO DE CASSAÇÃO

A ministra do TSE, Isabel Gallotti, votou ontem, 4/, pela cassação da chapa do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), e do ex-vice Thiago Pampolha (MDB), além do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar. O ministro Antônio Carlos Ferreira pediu vista e suspendeu o julgamento. Gallotti também votou pela inelegibilidade de Castro, Bacellar e do ex-presidente do Ceperj, Gabriel Lopes, aplicando multa de R$ 100 mil a cada um e R$ 10 mil a Pampolha. Determinou ainda que o TRE-RJ realize novas eleições caso a cassação seja confirmada. No voto, a relatora afirmou que Castro usou a máquina pública para se beneficiar nas eleições de 2022, com a contratação irregular de milhares de servidores entre janeiro e julho daquele ano. Segundo ela, o esquema visava garantir a permanência no poder e favorecer aliados.

A ministra considerou as condutas graves e planejadas. Participaram da sessão os ministros Cármen Lúcia, André Mendonça, Kassio Nunes Marques, Floriano de Azevedo Marques e Estela Aranha. A denúncia partiu da chapa de Marcelo Freixo (Psol), derrotado em 2022, que acusou Castro e Bacellar de contratações eleitorais no Ceperj e na Uerj. Ambos negam. Em 2023, o TRE-RJ absolveu os acusados por 4 votos a 3, mas o Ministério Público Eleitoral recorreu ao TSE pedindo a condenação e inelegibilidade por oito anos. Caso confirmada a cassação, novas eleições diretas ou indiretas devem ocorrer conforme o prazo restante do mandato. As suspeitas surgiram após reportagens revelarem 18 mil contratações e saques de R$ 250 milhões em dinheiro vivo entre 2021 e 2022. O julgamento acontece dias após a operação policial mais letal da história, com 121 mortos no Complexo da Penha.