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sábado, 30 de maio de 2020

BOLSONARO CONDECORA ARAS E TEME DENÚNCIA

Procurador-gera da República Augusto Aras
O presidente Jair Bolsonaro, em meio a tempestade que ele deflagrou, resolveu condecorar o ministro da Educação, Abraham Weintraub e o Procurador-geral da República, Augusto Aras. O primeiro responde a inquérito pela prática do crime de preconceito, além de ter de prestar declarações à Polícia Federal sobre as agressões desferidas contra ministros do STF; Aras é o responsável pelo oferecimento da denúncia. A Ordem do Mérito Naval é uma das maiores honrarias militares; a comenda é extensiva aos ministros Marcelo Álvaro Antônio, do Turismo e Jorge Oliveira, da Secretaria de Governo. 

O presidente ainda elogiou o trabalho do Procurador-geral como “atuação excepcional" e declarou que Aras poderá ser um dos que ele apontará para ser ministro no STF. É intrigante essas homenagens, porque o baiano poderá denunciar o presidente no caso da interferência na Polícia Federal para proteger amigos e familiares. Por outro lado, Aras já pediu ao ministro Fachin, do STF, a suspensão do inquérito que trata das notícias falsas e que causou busca e apreensão, quebra de sigilo bancário de apoiadores do presidente.

PROCURADORES PEDEM INDEPENDÊNCIA

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro visita, sem agendamento, o Procurador-geral da República, Augusto Aras, promete-lhe uma vaga no STF e oferece-lhe a Ordem do Mérito Naval, uma das maiores honrarias militares, mais de 500 procuradores lançaram um manifesto um manifesto, pedindo independência do Ministério Público Federal. No documento, pedem que o chefe do Ministério deve originar-se de escolha dos membros da instituição, em lista tríplice. Sabe-se que o atual Procurador foi o primeiro indicado sem constar na lista tríplice, nesses últimos 16 anos.

A Associação Nacional dos Procuradores da República defende também a "constitucionalização da lista tríplice para a escolha do PGR". No documento afirma que “o procedimento colaborou sobremaneira para a democracia interna do Ministério Público Federal e para o avanço da transparência e da independência da instituição”.

Aras tem sido criticado pelos seus pares em vários momentos: quando pediu a abertura das investigações sobre a interferência no presidente na Polícia Federal, incluindo no requerimento o ex-ministro Sérgio Moro; mudou de opinião, quando pediu a suspensão do inquérito das fake News, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes; outro posicionamento de Aras, contestado por seus pares, deu-se no pedido de apuração de ato contra o STF, em abril, no qual o presidente participou, mas a investigação requerida não incluiu o nome de Bolsonaro.

OAB/SP PEDE SUSPENSÃO DE INTRUÇÃO VIRTUAL

A OAB/SP protocolou no CNJ Pedido de Providências, com requerimento de liminar, para suspender os prazos processuais no âmbito do TRT-15, Campinas; a OAB e representantes do Ministério Público já tinham debatido sobre a imposição de audiências telepresenciais neste período de pandemia. Diante da resistência do TRT-15 em descumprir o preceituado no §3º, art. 3º da Resolução 314 do CNJ, mantendo as audiências de instrução, mesmo quando o advogado justifica, há o recurso ao CNJ. 

A OAB, no documento, afirma que “a comunicação expressa do advogado quanto à impossibilidade de se cumprir o ato judicial é suficiente para possibilitar a suspensão do ato processual, sem qualquer ação, garantindo assim a segurança devida tanto de jurisdicionados como dos advogados.

JUIZ É DESTITUÍDO DO CARGO

O juiz John Russo Jr não respeitou o Código de Conduta Judicial, quando, em audiência, fez perguntas inapropriadas a uma mulher que pedia afastamento do marido por violência sexual doméstica. O magistrado perguntou à vítima: "você tentou travar seu corpo, fechar suas pernas, chamar a polícia, sair?". Com essas e outras indagações inconvenientes, o Tribunal Superior de Nova Jersey, nos Estados Unidos, destituiu Russo Jr. do cargo.

O presidente do Tribunal Superior, ministro Stuart Rabner, escreveu na decisão: “As perguntas envergonharam a vítima, por sugerir, intoleravelmente, que a culpa era dela”. Concluiu o ministro sobre o procedimento do magistrado: “Seu comportamento reflete uma falta de probidade e de adequação para servir como juiz".

DESEMBARGADOR DA BAHIA INVESTIGADO

O desembargador Carlos Roberto Santos Araújo, vice-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, formou uma comissão para apurar eventual participação de um desembargador na Operação Faroeste; não foi revelado o nome do desembargador. A investigação prende-se a ligação do magistrado de 2º grau com o juiz Márcio Reinaldo Miranda Braga, que já é investigado. A comissão é composta pelos desembargadores Eserval Rocha, Regina Helena e José Edvaldo Rocha Rotondano.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

PRESIDENTE DO STF INTERNADO

O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, que teve suspeita de infectado pela Covid-19, deu negativo para a doença, mas continuará de licença e internado pelos próximos dez dias, porque foi diagnosticado com pneumonia. A equipe médica, em boletim, assegura que “houve melhora clínica significativa com as medidas terapêuticas implementadas nas últimas 48h, com previsão de alta para os próximos dias”. O ministro Luiz Fux continua na presidência da Corte.

TRUMP REJEITA MÁSCARA

O presidente Donald Trump continua desfazendo as metas de combate à pandemia do coronavírus; rejeita o uso de máscara e despreza seu adversário, Joe Biden, que faz questão de comparecer à homenagem aos americanos mortos em combate, com a máscara. Até mesmo entre seus companheiros de partido, republicano, há críticas à conduta de Trump frente à doença que já matou mais de 100 mil americanos. 

O governador de Ohio, Mike DeWine declarou: "Usar uma cobertura no rosto não é uma questão política. É ajudar outras pessoas"; outros republicanos têm-se manifestado no mesmo sentido, a exemplo do líder do republicano no Senado, Mitch McConnell. Pesquisa da Kaiser Family Foundation anotou 89% dos democratas, 58% dos republicanos e 72% dos independentes a favor do uso da máscara.

ATIVISTA DESMORALIZA STF

A Procuradoria-geral da República encaminhou para a Justiça de 1º grau apurar os abusos cometidos pela ativista bolsonarista, Sara Winter, que perdeu as estribeiras e passou a atacar a pessoa do ministro Alexandre de Moraes. A ativista rebelou-se depois de ter sofrido busca e apreensão, no inquérito da fake News. No vídeo, Winter promete “perseguir e infernizar" a vida do ministro ou “convidando ele para trocar soco comigo. Juro por Deus, essa é minha vontade, eu queria trocar soco com esse f... da p..., com esse arrombado"; diz mais: “A gente vai descobrir os lugares que o senhor frequenta, quem são as empregadas domésticas que trabalham para o senhor A gente vai descobrir tudo da sua vida. Até o senhor pedir para sair. Hoje o senhor tomar a pior decisão da vida do senhor”.   

A CONSTITUIÇÃO: OS PODERES DA REPÚBLICA (II)

O § 4º do art. 60 da Constituição institui como cláusulas pétreas, ou seja, não podem ser objetos de emendas para aboli-las: "I – a forma federativa do Estado; II –o voto direito, secreto, universal e periódico; III – a separação dos Poderes; IV – os direitos e garantias individuais”.

No âmbito da União, o Poder Legislativo compõe-se da Câmara dos Deputados, eleitos seus membros como representantes do povo para mandatos de quatro anos; e do Senado Federal eleitos seus membros como representantes dos Estados, e do Distrito Federal, em número de três por cada unidade, com mandatos de oito anos.

No âmbito dos Estados, o Poder Legislativo é composto pelas Assembleias Legislativas, eleitos seus membros como representantes do povo, com mandatos de quatro anos; cada Estado tem suas Constituições e leis, que deverão observar os princípios estatuídos na Constituição Federal.

No âmbito dos Municípios, o Poder Legislativo é composto pelos Vereadores, eleitos seus membros como representantes do povo, com mandatos de quatro anos.

O número de deputados federais está fixado em lei complementar, que obedece ao número de habitantes; todavia, nenhum Estado terá menos de oito deputados e nem mais de setenta. O número de senadores será de três por cada Estado. No âmbito dos Estados, o número de deputados estaduais "corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingindo o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze". No âmbito dos municípios, a Constituição Federal estabelece o número de Vereadores, de conformidade com a população e alguns princípios, dentre os quais o "mínimo de nove e máximo de vinte e um nos Municípios de até um milhão de habitantes"; fixa em no mínimo 33 e máximo de 41 vereadores para municípios com mais de um milhão de habitantes e menos de cinco milhões; na letra c) do art. 29 estabelece em no mínimo 42 e máximo 55 para Municípios de mais de cinco milhões de habitantes.

A Constituição estatui a competência para legislar do Congresso Nacional, assim como a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. O processo legislativo é composto de emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções. Cada um desses itens é apreciado pela Constituição.

O Poder Executivo, segundo a Constituição "é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado". Será eleito também um vice-presidente, que substituirá o presidente. As atribuições do vice-presidente ainda não foram regulamentadas. Sabe-se que ele é substituto do presidente, que auxiliará o Presidente, mas os legisladores ainda não regulamentaram as outras atribuições do vice-presidente.

O Pode Executivo nos Estados é exercido pelo governador, também com seu vice e seus secretários para administrar o Estado. As Constituições e as leis estaduais regularão as atividades e competências dos governadores, observados os princípios da Constituição Federal.

O Poder Executivo nos Municípios é exercido pelo prefeito, que também conta com seu vice e secretários para administrar o município. Cada município tem sua Lei Orgânica, que é como se fosse a Constituição, além do Regimento Interno.

No próximo capítulo, entraremos no Poder Judiciário.

Salvador, 28 de maio de 2020.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.

MINISTRO NÃO É ADVOGDO DO PRESIDENTE

Ministro André Mendonça
O ministro da Justiça, André Mendonça, bastante elogiado quando assumiu a pasta da Justiça, cometeu grave erro, quando assumiu a defesa, na Justiça, do ministro da Educação Abraham Weintraub. Imagine se ele continuar defendendo os ministros do governo, não lhe sobrará tempo para exercer sua atividade principal. Esse papel assumido pelo ministro assemelha-se ao secretário da Justiça ocupar-se com a defesa dos outros secretários do governo estadual. Afinal, esse requerimento é atribuição de advogado do agressor ou da Advocacia-geral da União, nunca do ministro da Justiça. Mendonça é autor de um Habeas Corpus para impedir o depoimento do ministro, que é investigado pelos ataques incontidos contra os ministros do STF. Não se pode aceitar as descomposturas do ministro, quando, em reunião, afirmou que "colocaria todos esses vagabundos na cadeia, começando no STF".

O ministro da Justiça não se torna advogado do governo e bem merece apuração do descontrole de seu colega de ministério. Essa não é a forma civilizada de um assessor do governo reclamar do posicionamento dos ministros do STF.

PROCURADOR QUESTIONA INQUÉRITO DO STF

O Procurador-geral da República, Augusto Aras, requereu ao ministro Edson Fachin a suspensão do inquérito da fake News; o magistrado pediu data para julgamento no plenário do STF e a data dependerá do ministro Luiz Fux, que preside a Corte, na ausência do ministro Toffoli. O fundamento é de que o juiz não pode investigar e ao mesmo tempo julgar, de conformidade com manifestação da ex-Procuradora Raquel Dodge. Ademais, o ministro Dias Toffoli escolheu e não sorteou o ministro para assumir a condição de investigador e relator.

O pedido do Procurador deveu-se aos mandados de busca e apreensão determinados pelo ministro Alexandre de Moraes contra deputados e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro; o temor do presidente é que o aprofundamento do inquérito envolva seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro.

BOLSONARO CONFESSA TER “SERVIÇO SECRETO"

O presidente Jair Bolsonaro, depois da acusação do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, de que ele interferiu na Polícia Federal, cometeu certo deslize, que pode ser caracterizado como crime, quando admitiu ter seu próprio "serviço secreto". Essa conduta pode enquadrar o presidente nas Leis 8.112 e 4.878.